O começo da nossa relação foi mais ou menos assim, em 2012, no começo do ano, meu amigo não parava de mandar mensagem, e eu como boa curiosa que sou, quis saber pra quem era e ele falou o nome dele, que os pais dos dois se conheciam e que tinha ido na casa dele e ele era legal, daí eu adicionei ele no Facebook e ele veio conversar comigo sobre o livro de Glee que eu tinha ganho e descobri que ele era gleek também.
E conversamos semanas sobre Glee e a cada episódio novo eu ansiava para falar com ele e perguntava da vida dele e seu gosto musical (que, admito, é incrivelmente bom) e mais sobre Glee e depois de algumas semanas, perguntei se conhecia ele e, por fim, descobri que ele é da minha igreja e nossos pais são da mesma pastoral.
Mais conversas vai e vem, eis que vejo, consciente, quem ele é, pela primeira vez na missa e dou "OI!" e ele responde com "oi". Mas eu ri, estou rindo também agora, ele já tinha dito que era tímido, quieto e introvertido e ver que ele não estava exagerando me fez rir.
Então veio a quermesse e combinamos de sentar juntos e assim conversamos de verdade pela primeira vez e fiz um verdadeiro amigo! E como uma amizade normal, continuou. Devido a nossos pais se reunirem passamos alguns fins-de-semana juntos e ele me fazia ficar com dor de barriga de tanto rir, suas gírias, suas brincadeiras, seu jeito de falar, tudo nele eu adorava.
Viajamos para Corguinho! Quer dizer, nossos pais viajaram e fomos juntos. Foi um fim de semana incrível, mas acredite, não passamos da amizade, e nada de colorida. No momento que estava lá, não dava importância ou percebia a importância de tudo que fazíamos.
E foi crescendo a amizade. Os momentos que tínhamos vivido lá nos fazíamos rir e percebemos aos poucos como éramos parecidos em relação a visão de mundo e começamos a usar o termo "alma-gêmea" que me fez vê-lo de outra forma, mais do que só um amigo.
Daí ele começou a me chamar de "gata", "linda", "alma-gêmea"... Hoje já não falo mais com ele. Mas enfim, ele pegou meu número de celular e ficamos trocando mensagens por dias, sempre muito carinhoso. Depois de passar a resposta de uma questão de prova pra ele, ele me disse e nunca mais esqueci: "Véi, na boa, te amo". É claro que não era sério, não levei a sério, mas era um "te amo", ninguém esquece o primeiro "te amo" do primeiro amor.
Uma coisa levada à outra, novos sentimentos surgiram em mim e me apaixonei perdidamente, não esqueço a primeira vez que disse que amava ele, na casa da minha vó, a tarde na frente da TV, com um bando de borboletas no estômago.
Depois disso a conversa mudou de nível, mais estilo namorados. Me dói dizer que precisei reler as conversas para lembrar que já nos chamamos de namorado (a) ou futuro-namorado (a), que já pensamos e imaginamos nosso futuro juntos (suco de laranja); e tudo isso foi esquecido.
Até que um dia, por iniciativa do namorado da minha amiga, combinamos de ir ao parque e planejamos nos beijar lá. Nunca fiquei tão tensa e ansiosa e nervosa e tudo mais, mas aconteceu, meu primeiro beijo de verdade! Depois ele disse que foram cinco beijos, pra mi foram infinitos e poucos ao mesmo tempo.
Juro que esperei ele me chamar pra sair de novo, juro que ainda espero. Juro que achei que quando visse ele de novo ele ia me puxar de lado e me beijar, juro que ainda espero ele fazer isso. Preciso parar com isso, preciso!
Depois disso, de tanto esperar por ele, cansei. Comecei a mandar indiretas no Twitter até brigar com ele, jogar na cara, mas de nada adiantou. Brigamos muito, mas do que nos divertimos e acho que esse é o estágio que estamos agora, não nos falamos muito, sou muito grossa e chata, ele é metido e diferente... Neste momento não consigo ver nosso futuro. Espero que esta neblina passe.
11/03/13
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Para não sufocar
Non-FictionHistórias do meu cotidiano, desabafos, coisas que sinto e que preciso por em palavras para não sufocar, escritas ao longo de 9 anos e contando.