Capítulo 33

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O primeiro sentido que notei ter voltado foi meu tato, pois senti uma mão apertando levemente a minha. Sentia também uma cama sob meu corpo, alguma coberta cobrindo-me, e então ouvi algum ruído ao longe, uma fala que parecia baixa demais e inteligível aos meus ouvidos.

Meu nariz começou a captar um cheiro específico que se parecia com canela e um perfume masculino leve, mas perceptível. Fred.

Logo meus olhos começaram a pedir para que fossem abertos e eu cedi abrindo vagarosamente, me acostumando com a iluminação do local, que depois de um tempo percebi ser a enfermaria e parecia estar de manhã pela forte luz do sol que entrava pela janela. Comecei a olhar ao meu redor e em direção ao aperto em minha mão vi Fred, ele estava lá com a cabeça encostada na maca, mas o corpo sentado na cadeira adormecido.

Eu me sentiria perfeitamente bem de tê-lo visto ali ao meu lado finalmente, mas então as lembranças da tarde passada (eu acho) voltaram à minha memória, de repente eu me sentia miserável de novo e comecei a sentir meu corpo doer novamente e uma sensação de tontura, involuntariamente apertei a mão que segurava a minha, fazendo Fred despertar.

- Lyra! - ele exclamou.

- Fred. - respondi tentando parecer indiferente.

- como está se sentindo? Eu vou chamar a Madame Pomfrey...

- não! - eu o interrompi. - espere, quero que me conte com detalhes o que houve depois...- engoli em seco com medo e nojo de pronunciar o ocorrido.

Fred por sorte teve tato o bastante para perceber meu desconforto em falar sobre o assunto anterior que me levou até a enfermaria.

- depois que você desmaiou, eu te carreguei até aqui, enquanto George e Lino traziam Rosier até a escola. - ele começou. - eu juro que tive vontade de matar o desgraçado, mas os dois me trouxeram à razão novamente e o entregamos à Dumbledore, mas antes eu te deixei aqui. Então o direito chamou um auror que levou o cara para Azkaban. - Fred disse. - Então eu vim para cá para ver qual era seu estado e a madame Pomfrey disse que como você foi afetada por uma maldição imperdoável precisaria de descanso e talvez poderia ter efeitos colaterais como dores no corpo e tontura, mas logo cessariam.

- certo. Obrigada Weasley. - eu disse friamente e tentei me levantar, mas a tontura e a dor no corpo me atingiram novamente, então senti mãos em minhas costas me segurando e me voltando para a maca.

- Lyra, você não deve se levantar ainda...

- então quer dizer que agora você se preocupa?! - perguntei áspera.

- Mas eu sempre me importei com você. - ele respondeu um pouco assustado.

- sério? Por que até ontem de manhã parecia que você não queria nem sequer ouvir falar no meu nome, mas bastou você ver com seus próprios olhos que eu não era uma traidora para te trazer a razão! - eu disse irritada elevando a voz.

- me desculpe por isso...

- guarde suas desculpas, Weasley. - o cortei friamente e ele se levantou chateado.

- certo. Bom, tem alguém que quer falar com você. - ele disse e saiu do quarto.

Vi Fred fechar a porta da enfermaria e meu coração apertar por tê-lo magoado daquela forma, mas a questão é que ele havia me magoado primeiro quando não quis me ouvir.

Levantei meus olhos para a porta que foi aberta novamente dando espaço para uma mulher alta e esguia de cabelos loiros entrar com a feição preocupada e praticamente correr em direção à minha maca.

- filha! - minha mãe exclamou enquanto me segurava com força me abraçando e beijando minha cabeça.

- oi mãe. - cumprimentei sem empolgação. A figura de minha mãe aqui era reconfortante, mas infelizmente me fazia lembrar da informação sobre Lily Potter que ela havia escondido de mim.

𝑴𝒚 𝒇𝒂𝒗𝒐𝒓𝒊𝒕𝒆 𝒋𝒐𝒌𝒆 - 𝑭𝒓𝒆𝒅 𝑾𝒆𝒂𝒔𝒍𝒆𝒚 Onde histórias criam vida. Descubra agora