POV Lyra Black
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Desde a morte de Dumbledore, a chegada de Draco e o assassinato que eu cometi, eu não tenho dormido ou comido direito. Eu não tenho mais sonhos com visões, porque todas as vezes que fecho os meus olhos a imagem do trouxa jogado no chão com os olhos vazios invade a minha mente.
A minha missão aqui é afastar o Draco das trevas, mas eu não sabia que isso me arrastaria para a mesma, eu sinceramente estou com medo do que eu posso me tornar se continuar aqui por muito mais tempo. Eu não sei mais se posso confiar em mim mesma.
O lado "bom" é que ao menos mais nenhum comensal me olha desconfiado ou tenta me intimidar de alguma maneira, mas eu sei bem que isso significa que agora, na visão deles eu sou um monstro, equiparado a eles, talvez até pior por ter matado o homem apenas com a tortura.
Narcissa, por mais estranho que seja, tentou ficar perto de mim a todo momento, como se esperasse que eu fosse explodir ou alguém viesse me atacar, como Evan Rosier, que por sinal sequer voltou a falar comigo.
Draco e eu às vezes nos falávamos, era mais uma troca de ofensas constantes do que uma conversa civilizada, mas eu conseguia o manter afastado quando circo pegava fogo. As coisas entre eu e meu primo ficaram assim durante quase todo o mês de julho, mas tudo mudou quando mais ou menos na metade do mês eu o encontrei chorando no meio das árvores no grande quintal.
- Draco? O que houve? - perguntei me aproximando do garoto.
- não é nada! Eu não preciso da sua pena! - ele soltou.
- não é pena, me conte logo o que está acontecendo ou eu chamarei a sua mãe. - respondi. Eu sabia que ele não gostava que a mãe vivesse se preocupando com ele e em como ele estava se sentindo o tempo todo, besteira na minha opinião, porque eu realmente só queria que minha mãe estivesse assim comigo.
- é que eu simplesmente não suporto mais viver aqui. - ele confessou. - eu achava no começo, quando me juntei que as coisas seriam diferentes, mas ver tudo o que está acontecendo aqui, está mudando algo dentro de mim e eu sei que essa mudança não vai ser benéfica para mim e nem para a minha família, não nas atuais condições. - eu me sentei na grama e ele fez a mesma coisa.
- preciso que seja mais claro. - pedi.
- eu estou começando a achar que talvez tudo o que tenha sido pregado para mim desde criança, seja uma besteira enorme. - ele respondeu e foi inevitável não me sentir chocada com a informação. - eu não acho que tenha muita diferença mais no sangue, não, quando ele está espalhado pelo chão parece tudo a mesma coisa.
- Draco, nunca houve diferença de magia por causa do sangue de alguém. - eu respondi. - seres mágicos simplesmente nascem mágicos, não é porque seus pais são sangue-puro que você será mais poderoso ou mais capaz que um nascido-trouxa, Hermione é a prova viva disso. - respondi e o vi fazer uma careta.
- Lyra, por que realmente você está aqui? Digo, você não é uma comensal. - ele perguntou e eu respirei fundo tentando pensar em algo que eu poderia dizer sem dizer a verdadeira razão: ele.
- é complicado, mas gira em torno de dívidas. - respondi apenas e ele balançou a cabeça em afirmação.
- meu pai está saindo de Azkaban. - ele comentou e eu senti meu corpo se arrepiar. - Voldemor irá tirar ele e mais alguns outros da prisão.
- quando? - perguntei tentando esconder o desespero, porque Eric Rosier estava preso.
- hoje. - ele respondeu e eu respirei fundo, tentando me controlar.
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𝑴𝒚 𝒇𝒂𝒗𝒐𝒓𝒊𝒕𝒆 𝒋𝒐𝒌𝒆 - 𝑭𝒓𝒆𝒅 𝑾𝒆𝒂𝒔𝒍𝒆𝒚
FanfictionPense em sua vida como um livro muito bom, o qual desejava ler há muito tempo, porém quando aberto há páginas faltando e a história já não se conecta com tudo o que te disseram sobre ele. Essa é a vida de Lyra, uma bruxa criada pela sua mãe durante...