capítulo 62

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Pov Katherine Riviere

17/06/1996

Eu estou na sala de espera do St. Mungus observando as pessoas passarem apressadas e às vezes lentas, enquanto dentro de mim tudo corre como um turbilhão de coisas.

Por que eu estou no St. Mungus? Talvez devesse explicar do jeito certo...

24/12/1995

É véspera de natal e eu, Sirius e Molly estamos preparando o jantar da ceia de Natal, está tudo em paz (mais ou menos), eu sinto o olhar de Sirius em mim a cada momento e olho para ele também sem conseguir me conter.

Há dias estamos tendo uma convivência estranha, nós brigamos, mas eu não sinto raiva dele quando a briga acaba, eu sinto vontade de começar outra logo em seguida e mais outra e outra até que ele canse de brigar comigo e venha me beijar mais uma vez.

É óbvio que desde que descobriu sobre Lyra e Regulus, Sirius não é mais o mesmo comigo, ele se sente traído de alguma forma estranha e eu não posso culpa-lo por se sentir assim.

Mas desde um tempo para cá as coisas não parecem mais um caos, parecem mais uma provocação proposital, ou uma briga de crianças, é visível que nossas brigas são tão passageiras quanto as da Lyra com o Fred.

Por mais que eu admita para mim mesma que eu me sinto atraída por Sirius Black da mesma maneira que me sentia há dezessete anos atras, eu não posso simplesmente jogar todos os nossos problemas pela janela e fingir nada aconteceu entre nós, mas eu queria e como eu queria.

Em um certo momento, Molly saiu da cozinha, me deixando sozinha com Sirius e eu nunca senti a tensão tão palpável entre nós dois quanto agora.

- você lembra quando tentamos fazer comida na casa do James? - ele perguntou olhando para mim.

- me lembro sim, a gente quase ateou fogo na casa dos Potter, por Merlin! - eu exclamei me lembrando e ri.

- nós tínhamos dezesseis? - ele perguntou.

- você tinha dezessete, Sirius. - eu respondi. - acho que é por isso que na época eu era tão atraída por você, fazia o tipo bad boy mais velho de jaqueta de couro e cabelo longo. - eu disse e senti meu rosto corar no mesmo momento.

- e você era a típica garotinha loira que se apaixonou pelo bad boy bonitão. - ele provocou. - eu só não imaginei que seria tão bad boy ao ponto de ir parar em Azkaban! - ele completou fazendo nós dois gargalharmos.

- eram bons tempos. - eu comentei.

- eram sim. - ele respondeu e por um longo momento ficamos nos encarando em completo silêncio, olhando um nos olhos do outro.

- e então, como estamos aqui? - perguntou Molly, entrando na cozinha e cortando a nossa tensão que havia naquele momento.

Por um instante em me senti em setenta e sete de novo, mas acho que esse era o preço de viver com Sirius, se sentir nostálgica a todo o tempo. Eu sentia que a qualquer momento Lily e James iriam entrar pela porta brigando e nos fazendo rir, mas eu sei que é impossível, Sirius também sabe...e isso ainda nos machuca. Eu sei que quando ele vê o Harry ele pensa no James, eu sei que quando vê a Lyra, ele pensa no Regulus e eu imagino que deve ser tão ruim para ele quanto é para mim, nós dois vivemos cercados de fantasmas do nosso passado. O fantasma de Lily nos olhos de Harry e James é o próprio Harry. Olhar nos olhos de Lyra é como olhar nos olhos de Regulus, é doloroso, mas é como um presente que eles nos deixaram.

Se for para fazer a contagem, praticamente todos da nossa época estão mortos ou em um estado crítico de insanidade. A Hogwarts dos anos setenta acabou praticamente. Eu vi cada um dos meus colegas de classe cair, eu ouvi sobre morte de cada um deles, eu visitei o túmulo de todos, até mesmo o de Regulus. Eu visitei Frank e Alice Longbotton no hospital, eu vi Sirius ser preso, vi Lupin ficar sozinho e por muito tempo pensei que Pettigrew estivesse morto, quando na verdade ele era o real culpado, mas de tudo isso o que mais me doeu foi saber de Lily e James.

𝑴𝒚 𝒇𝒂𝒗𝒐𝒓𝒊𝒕𝒆 𝒋𝒐𝒌𝒆 - 𝑭𝒓𝒆𝒅 𝑾𝒆𝒂𝒔𝒍𝒆𝒚 Onde histórias criam vida. Descubra agora