Capítulo 67

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Eu estava na casa da minha mãe, pois desde que havia chegado da Irlanda, não havia ido falar com ela. O que não é tão assustador, pois eu cheguei ontem e fiz Fred passar a noite comigo, a verdade é que eu não consigo cortar os laços.

- Lyra? - chamou minha mãe.

- ah...oi! - respondi voltando meus pensamentos para ela novamente.

- eu perguntei o que vai vestir para o Natal! - ela exclamou enquanto segurava Lizzie. Sirius estava na sala com Regulus dormindo em seu colo.

- eu não sei, eu não preciso me arrumar. Uma calça e um sueter bastam. - respondi.

- filha, você não está bem. - ela afirmou. - o que houve?
Tantas coisas que você não faz ideia e que eu não poderia te contar nem se quisesse, mas para a sua segurança. E quando eu desaparecer não vá atrás de mim, apenas me esqueça por um tempo.

- Merlin, eu estou bem! - respondi e uma coruja entrou voando pela janela do quarto dos gêmeos. A mesma deixou a carta em minhas mãos e voou.

- de quem é? - perguntou minha mãe.

- é da capitã Jones. - respondi lendo a mesma. - a nova temporada de quadribol foi cancelada indefinidamente, pelos ataques de você-sabe-quem aos bruxos.

- eu acho que estão certas de fazer isso. - ponderou. - eu mesma não voltarei ao ministério até isso ter acabado de vez.

Eu olhei para a minha mãe. Eu estava agradecendo pela temporada ter sido cancelada, pois como a mídia explicaria o meu desaparecimento repentino. Desistência da carreira? No auge dela?

- mãe, acho que vou para casa. - disse me levantando e beijando Lizzie. - até amanhã n'A Toca.

- até. - minha mãe respondeu e me deu um beijo.

Desci as escadas e fui até a sala onde Sirius estava com o pequeno Regulus que agora estava acordado.

- estou indo. - disse ao passar por ele e Sirius, me despedindo. Eu não conseguia olhar em seus olhos por muito tempo, não pelo o que estava prestes a fazer, não com o rumo que a minha vida tomaria. Sirius ficaria extremamente decepcionado.

Voltei para o apartamento que estava vazio, Mary estava trabalhando, então era apenas eu e meus pensamentos horríveis e deprimentes.

Estava na sala quando uma coruja entrou no meu apartamento carregando uma carta. Peguei a mesma e a abri, não tinha um remetente, apenas destinatário: eu.

"Black, estarei te levando até a mansão Malfoy no dia primeiro de janeiro, esteja pronta na Borgin e Burkes.

- Severo Snape"

Nove dias, eram míseros nove dias que eu tinha para passar com a minha família, amigos e o Fred. Era pouco tempo. Eu tenho medo de como as coisas vão ficar depois que eu terminar a minha missão, isso se eu sobreviver à ela.

O resto do dia se passou rapidamente, eu andei pelo apartamento, quando me cansei eu andei pelo beco diagonal, chutando toda as pedras que encontrava pelo caminho, amaldiçoando todas elas como se fosse culpa delas eu estar nessa situação.

A noite chegou e com ela Fred veio até o meu apartamento, Mary disse que iria para a casa da Alicia, então pedi para ele passar a noite comigo de novo. Parece que quanto mais próximo ficava o dia, mais eu queria ter Fred por perto.

- Gred! - eu exclamei assim que ele entrou.

- cobrinha! - ele respondeu e me abraçou.

- que apelido mais ridículo. - respondi e revirei os olhos, ele sorriu. Aquele sorriso poderia iluminar todo o meu dia, mas eu estaria abrindo mão dele, sacrifícios...

𝑴𝒚 𝒇𝒂𝒗𝒐𝒓𝒊𝒕𝒆 𝒋𝒐𝒌𝒆 - 𝑭𝒓𝒆𝒅 𝑾𝒆𝒂𝒔𝒍𝒆𝒚 Onde histórias criam vida. Descubra agora