A jornada (parte 1)

255 53 238
                                    

Já fazia algum tempo que o grupo pesquisava sobre o elixir da longa vida sem muito sucesso. Não haviam muitas informações nas cartas e muito menos nas vilas das redondezas as quais Mikasa e Armin visitavam algumas vezes atrás de qualquer informação útil.

Para as pessoas no geral a historia que se contava era de que Eren e os amigos estavam estudando combinações de medicamentos para tratar as novas doenças que surgiam já que, mais do que criar perfumes e cremes, o jovem boticário não escondia o prazer que sentia em usar suas habilidades e conhecimentos para curar doenças.

Por outro lado alguns estranharam o fato do rapaz de olhos verdes deixar cada vez menos a clareira em que vivia, muitas vezes incumbindo a tarefa de entregar suas encomendas ao loiro e sua futura noiva que, claro, nunca negavam-se a ajudar no que fosse preciso:

- Mikasa, minha filha. O que está fazendo? - a mulher de longos cabelos negros questionou a menina que, após entregar algumas doses extras de medicamentos para os doentes da vila, terminava de fechar uma trouxa com carne seca e alguns pães.

- Estou preparando comida para meu prometido levar em sua viagem, querida mãe - a garota respondeu com um suave sorriso que vacilou por alguns momentos. A verdade era que Eren, a pesar dos quinze anos completos, não demonstrava nada além de um imenso carinho por si.

Tentava convencer-se e queria acreditar que a ausência de um cortejo ou de qualquer avanço em tom romântico por parte do moreno se devia ao medo de uma morte iminente e ao desejo de protege-la da dor de perder não só um amigo, mas um amante também, porem parte de si sentia um amargo na boca ao vê-lo repetir incessantemente o quanto queria aproveitar cada momento, não consigo, mas com Levi:

- Então não é apenas um rumor? Ouvi dizer que ele e o garoto Arlert partiriam em uma jornada para terras longínquas e por isso estavam distribuindo mais medicamentos do que se pedia... - a voz da mãe a tirou de seus pensamentos deprimentes.

- Sim, é verdade. Até compraram um cavalo e tiraram o pó da velha carroça para isso. Eren pretende encontrar alguém de quem o pai lhe falou em cartas ante de desaparecer e não queria que os aldeãos ficassem desamparados durante esse período. -optou por dar o mínimo de informações possível- Queria poder ir com eles, mas ainda não tornei-me sua mulher e portanto, como papai disse, não posso viajar ao lado de um homem que não é meu marido. Além disso ele pediu-me que cuidasse da produção de medicamentos caso demore mais do que o previsto para retornar.

- E eles pretendem partir quando?

- Ainda hoje, se for possível. Já tem algumas semanas que estão planejando isso e senhor Arlert se prontificou a ajudar-me a cuidar da cabana dele enquanto não regressar.

- E eles tem um mapa para consultar em seu caminho? Se precisar, seu pai tem alguns da época em que viajava pelos continentes com seu avô...

- Achas que ele emprestaria? - a questão tinha um tom esperançoso, a verdade é que o moreno pretendia utilizar-se das asas e memória de Levi para orientar-se pelo caminho já que mapas eram objetos difíceis de se conseguir.

- Não custa perguntar.

Com essas palavras da mãe, a garota correu saltitante até o estábulo onde o pai se preparava para uma curta viagem para fazer a pergunta que pretendia, Rodopiando com a resposta positiva.

Voltou para casa correndo, agarrando um dos muitos mapas do continente antes de Seguir ao encontro do jovem boticário, na parte traseira da cabana dos Arlert, que terminava de colocar alguns itens em sua carroça acomodando Levi discretamente entre a carga e cobrindo com um grande pedaço de tecido:

- Isso deve te manter escondido durante o dia para não causar pânico caso nos cruzemos com alguém - sorriu acariciando a cabeça do amigo que espreitava por debaixo da manta castanha enquanto Armin subia na dianteira assumindo as rédeas.

The boy and the demonOnde histórias criam vida. Descubra agora