Decisões difíceis (parte 1)

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Após relatar sem muitos detalhes sua incursão a Erwin, Eren e Levi se retiraram para o quarto com a desculpa de estarem cansados da viagem dizendo também desejar dar espaço para que o homem conversasse com a noiva e o amigo que até pouco tempo estavam desaparecidos.

Armin e Jean ainda trocaram algumas palavras antes do bicolorido desconversar e pedir ao loirinho que assumisse as tarefas da manhã com os animais para que ele pudesse cumprir com seus deveres de aprendiz nas atividades que viriam e foi com um suspiro pesaroso que o garoto disse sim agarrando uma pequena bolsa antes de sair.

Estava cansado daquela situação. Desde aquela noite na praia, onde bebeu demais e disse algo que não devia, notava como o rapaz parecia estar tentando manter distancia o máximo possível e aquilo doía. Já havia se desculpado! Já havia dito que não deveriam levar a sério aquelas palavras ditas a base de rum e vinho então por que?... Por que Jean continuava tão estranho consigo? Por que o evitava e evitava toca-lo com carinho como antes fazia?

Enquanto isso, dentro da casa, o bicolorido tinha pensamentos muito semelhantes sobre si mesmo e a forma como agia com o loirinho. Não conseguia conceber a ideia de sentir-se tão afetado na presença dele desde aquele dia e por isso o afastava, insultando-se internamente sempre que via aqueles olhos azuis desanimarem e descaírem por conta de algo que dizia.

Odiava deixar Armin triste, mas o que podia fazer se ainda estava em negação com aquilo que sentia? Estava tão preso nos próprios pensamentos que sequer notou quando seu mestre cansou-se de falar com Grisha e decidiu finalmente se por a trabalhar no elixir:

- Me entregue a agua agora - o alquimista pediu ao aprendiz que permanecia aéreo o que resultou em um tapa bem merecido na nuca dado por Hanji que observava tudo bastante pensativa.

- O-oque? - questionou perdido olhando para os lados e dando de cara com a morena que gesticulou para que pegasse o frasco de forma tão estabanada que se tornava incompreensível.

- A agua - ela sussurrou apontando para a bolsa e por fim o rapaz entendeu abrindo a boca numa exclamação muda antes de fazer o que havia sido pedido.

Após ter o frasco em mãos Erwin despejou uma pequena quantidade de seu conteúdo em outro recipiente que continha o sangue de Levi. O liquido, antes completamente enegrecido, aos poucos voltou ao tom vivo de quando saiu das veias do hibrido:

- Incrível... - o rapaz murmurou estarrecido com aquele brilho azul vivido.


- Ainda não acredito que conseguiram a agua tão fácil assim. Eu pretendia estudar um pouco mais as propriedades do sangue do Levi antes de trabalhar com ele já que nunca antes encontrei um hibrido de duas espécies místicas tão distintas... -o alquimista deliberou examinando a mistura com cuidado antes de começar a despeja-la num destilador no qual já havia uma pequena porção de agua benta que começou a borbulhar como se estivesse sendo fervida assim que o sangue a tocou- Fiz diversos testes com essa amostra. Por sorte descobri uma forma de separar a essência curativa divina e, com aquilo que ainda tinha da minha antiga amostra de seiva, descobri a proporção exata da mistura. Pode me dar a seiva que coletou, Jean? - estendeu a mão ao aprendiz que acenou com a cabeça antes de abrir a bolsa em busca do frasco.

- Essa não... - o bicolorido murmurou chamando a atenção de Grisha e Hanji que estavam examinando uma amostra da poção de Bilagaana que Eren sempre bebericava.

- O que foi? - a questão veio do de olhos verdes que se aproximou para olhar por cima dos ombros do adolescente.

- Isso não é nada bom. Está cristalizado. -ele informou mostrando a amostra ao senhor Jaeger- Será por causa do estado da arvore?

The boy and the demonOnde histórias criam vida. Descubra agora