O alquimista de Tréveris (parte 1)

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O barco com Armin atracou pela manhã e, após orientar-se com o mapa para seguir viajem, o garoto seguiu até o ponto de encontro esperando que os amigos ao menos tivessem posto os sentimentos em pratos limpos no tempo em que estiveram sozinhos.

Acabou que surpreendeu-se pela positiva ao encontra-los com as mãos entrelaçadas e lábios avermelhados tais quais as bochechas do moreno que tentada inutilmente disfarçar a troca de caricias recentes com aquele que chamava de amante e que, por algum motivo, parecia receoso quanto a si.

Pensando por alguns momentos, o loiro acabou por concluir que aquele sentimento provavelmente se devia a uma insegurança quanto a forma que ele reagiria ao relacionamento dos amigos, então apressou-se em cumprimentá-los deixando claro como aquilo, não só não o incomodava, como o deixava deveras satisfeito pela visível felicidade do moreno:

- Bom dia, vejo que Eren seguiu meu conselho... -sorriu para o de olhos verdes que apenas corou acenando em afirmativa com a cabeça- Fico feliz por vocês, mas precisamos seguir caminho agora. De acordo com o que me disseram no barco, Tréveris fica à alguns dias de viagem daqui e dessa vez não teremos como seguir trocando de cavalo por conta das moedas diferentes.

- Também não teremos como comprar comida, teremos de parar para caçar mais vezes -Eren pontuou sentando-se na carroça enquanto Levi escondia-se sob a manta que estava ali- E o idioma... Não teremos como pedir orientação no caminho.

- Se eu ao menos tivesse a habilidade de mudar a percepção que as pessoas tem da minha imagem eu poderia resolver parte desses problemas, mas infelizmente não herdei essa habilidade divina - o hibrido lamentou cabisbaixo recebendo uma caricia do de olhos verdes.

- Ei, não se culpe por algo que não escolheste e que não podes mudar, vamos concentrar-nos no que pode ser feito.

- No momento nossa prioridade é chegar até Tréveris, depois nos preocupamos com a comunicação. -o loiro interrompeu partindo com a carroça onde todos já estavam acomodados- Devem haver pessoas que falem inglês por aqui e para quem possamos pedir ajuda, mas principalmente o alquimista que procuramos deve falar o nosso idioma já que teu pai se comunicava muito bem com ele

- Eu posso escrever em alemão. -o de olhos cinza mencionou erguendo levemente a manta que o mantinha escondido- Se chegar o momento em que a comunicação seja indispensável basta que me consigam algo para escrever e eu posso traduzir as respostas, o único problema seria o risco de me verem.

- De verdade, estou bem perto de jogar todas essas precauções ao vento e deixar que se assustem o quanto quiserem. -Eren resmungou- Não é justo que tu tenhas que se preocupar o tempo todo em não escandalizar as pessoas com uma aparência que não pediste para ter e, sinceramente, não é nada de mais.

- Não te preocupes tanto com isso, meu menino dos olhos esmeralda. Dou-me por satisfeito apenas em não escandalizar a ti - o rapaz corou violentamente com as palavras dando alguns tapas nas costas do mais velho.

- Para de embaraçar-me! - Armin gargalhou com o constrangimento do amigo.

A viagem estendeu-se por muito mais dias do que imaginavam por conta de todas as adversidades, mas finalmente chegaram até a cidade que, ao contrario do que imaginavam, era maior, mais movimentada e mais moderna do que qualquer vila com que já se tinham cruzado:

- Vamos levar meses para encontrar aquele alquimista nesse lugar... - Murmurou o loiro abismado, ms sem se deixar abater.

Procurando em suas coisas por algo em que pudessem escrever, Eren retirou um dos cadernos do pai em que ainda haviam muitas folhas em branco e puxou as rédeas do cavalo para guia-lo até uma area praticamente deserta atrás de algumas construções comerciais, entregou o caderno a Levi e pediu que escrevesse algo que os ajudasse a se orientar.

The boy and the demonOnde histórias criam vida. Descubra agora