O festival de Rivaille

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Chegando na loja de vestimentas tradicionais, Liam fez questão de pedir ao dono do lugar que trouxesse as peças mais bonitas que tivesse em mostruário para sua nova amiga provar, essa que experimentou-as uma a uma promovendo uma espécie de desfile particular para o rapaz que, ao fim, ajudou-a a escolher um vestido verde escuro de inverno com diversos detalhes bordados em preto e branco referenciando as asas do santo Rivaille, asas essas que também estavam presentes no formato da capa preta de babados com um capuz que completava o conjunto de forma delicada.

Acompanhando-a de volta até a hospedaria, o jovem despediu-se de Zofia com um beijo em sua mão direita antes de pedir-lhe que o encontrasse após o jantar nas margens da floresta para que fossem juntos ao festival, convite ao qual ela aceitou de bom grado sorrindo largamente enquanto acenava a ele aguardando que o mesmo desaparecesse no horizonte antes de finalmente entrar:

- Quem é viva, sempre aparece - a voz de Ilse soou desdenhosa assim que a platinada passou pela porta.

- Boa noite... -cumprimentou olhando por cima dos ombros da colega para acenar a Mildred que lhe sorria no balcão de entrada- Cheguei tarde para o jantar?

- Chegou bem na hora, querida. E que belo vestido!

- Obrigada. -rodopiou mostrando a peça para a mulher causando um revirar de olhos na morena que permanecia perto da porta com os braços cruzados- Liam me ajudou a escolher. Ele disse que vai me acompanhar durante o festival.

- Então você vai estar muito bem acompanhada - a Smith piscou-lhe um olho sapeca fazendo-a sorrir acanhada.

- Não vai me dizer que veio de Cambridge até aqui só para abrir as pernas para um caipira... - Ilse se intrometeu mal humorada.

- E você? Veio de Cambridge até aqui para ser insuportável no topo das montanhas? - rebateu sarcástica notando como Marie surgia com Mike no topo das escadas.

- Eu quero saber onde foi que a pirralha nerd aprendeu a ter a língua tão afiada.

- Talvez eu só não esteja aceitando mais ser feita de gato e sapato por uma mimadinha infeliz e desagradável. -virou-se para os dois colegas que apenas observavam tudo em silêncio- Ei, pessoal. Desculpem me atrasar, mas eu fiz uma visita guiada na oficina então podemos começar o relatório assim que quiserem.

- Achamos que ia nos deixar na mão - o garoto suspirou aliviado.

- Nunca faria isso. Apenas tive um contratempo com o horário...

- Podemos comer primeiro? -Marie questionou corada- Eu e Mike começamos a anotar algumas coisas porque pensamos que não iria nos ajudar. Depois do jantar te passamos o que fizemos e podemos continuar de onde paramos.

- Parece perfeito. Podemos ir todos ao festival depois.

- Nós... Acho que não vamos ao festival... - o loiro murmurou constrangido em desanimar a colega que estava tão sorridente- Disseram que as noites aqui são muito frias e a Marie está um pouco febril então vamos dispensar o passeio, mas pode ir e se divertir, Zofia.

- Tudo bem então... -suspirou virando-se para a colega de quarto tentando forçar um sorriso- Ilse. você, Julie e Foster vão querer ir?

- E eu tenho cara de quem participa dessas festas estúpidas? -ela desdenhou mais uma vez- A gente vai naquele bar velho que vimos no centro ver se vendem alguma coisa que preste.

- Aquilo é um bar temático medieval. O nome correto é taverna e nós somos menores de idade, não podemos beber.

- Idade para beber só existe para gente careta e certinha que nem você. -cutucou-a rindo desagradavelmente- Eu bebo desde os dezesseis.

The boy and the demonOnde histórias criam vida. Descubra agora