Correndo de mãos dadas com o namorado, Armin desviava das pedras enquanto acompanhava os contornos da floresta até a velha cabana onde vivia com aquele que todos chamavam carinhosamente de vovô Arlert. Ele estava com saudades do avô, embora evitasse falar sobre isso por pensar que apenas o faria sentir ainda mais a falta do senhor de barba grisalha.
"Mas agora é diferente..." Pensou ele. "Agora estou em casa":
- Tu vais amar o vovô. Ele é a pessoa mais doce e gentil que uma vez conheci e tenho certeza de que não verá problema algum quanto a nós - falava animado com um sorriso que aquecia o coração do de cabelos bicoloridos, mas assim que avistou a entrada da cabana, imediatamente notou que havia algo de errado.
- Armin. Esse lugar me parece um tanto abandonado - comentou apontando para as plantas secas e destruídas nos canteiros da entrada.
- O vovô deve estar com problema nas costas de novo, ele sempre descuida das plantas quando isso acontece - explicou com o sorriso vacilando por um momento ao abrir a porta e notar a poeira acumulada no chão e nos móveis. As janelas estavam todas fechadas dando um ar sombrio para o local e a pouca luz que passava pela porta aberta por ele evidenciava os flocos de poeira sendo levados pela corrente de ar que entrava.
- Vovô? - ele chamou receoso. Seu avô nunca deixaria a casa naquele estado por pior que estivesse sua dor nas costas. Aquele cenário não era comum e o preocupava.
Seu coração palpitou. Sentia-se angustiado como se pressentisse que havia algo de errado:
- Senhor Arlert? - dessa vez foi Jean quem chamou notando como os ombros do loiro tremiam e ele paralisava na entrada.
- Vovô, eu voltei... - finalmente entrou no local começando a procurar por algum sinal do idoso, mas não havia nada.
- Armin, sobre o teu avô... - a voz de Mikasa soou trêmula e ofegante. Ela havia acabado de chegar ali depois de correr atrás deles e encostava-se no batente da porta para tomar fôlego com a mão contra o peito.
- Oque tem o meu avô? Ele voltou-se para ela que mordeu o lábio apreensiva.
- Eu sinto muito, Armin. O seu avô... -hesitou por um momento- Já tem uns meses... Ele adoeceu novamente e... Ele não resistiu. Eu sinto muito mesmo.
- Eh? Deixe de brincadeira... -riu sem humor, mas logo seu sorriso forçado murchou e as lágrimas em seus olhos começaram a escorrer- O vovô não... Isso é uma piada de muito mau gosto... Diga que é piada, Mika.
- Tu sabes que eu jamais brincaria com algo assim... - ela lamentou aproximando-se do amigo na intenção de o abraçar para consolar sua perda, mas foi afastada com um empurrão brusco da parte do loirinho que recuou alguns passos.
- É mentira, certo? Diga que é mentira - ele insistiu com os punhos cerrados e o corpo trêmulo sob o olhar preocupado de Jean.
- Posso levar-te até o túmulo dele se quiser... Eu sinto muito mesmo - foi tudo o que ela pode dizer mantendo-se afastada do amigo que a tinha empurrado com tanta rispidez. Sabia que ele teria dificuldades de aceitar o que aconteceu e planejava dar-lhe todo o espaço que quisesse ter assim que o levasse para ver com os próprios olhos a lápide com o nome de Senhor Arlert gravado nela.
A jovem saiu da cabana olhando o amigo por um momento antes de questionar se pretendia vir com ela, questão a qual Armin não respondeu com palavras, embora tenha acabado por acompanha-la após algumas palavras encorajadoras do parceiro que o abraçou por todo o caminho causando duvidas e inquietações na meio asiática a frente deles que não conseguia entender como aquele rapaz que era um estranho para ela poderia convencer seu melhor amigo quando ela mesma não pode fazê-lo.
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The boy and the demon
FanficQuando um anjo e um demônio se unem, a vida que surge desse amor não possui um lugar para si nem no céu e nem no inferno. Nomeado por deus como Levi, aquele cujo luz e trevas conflitam em seu interior vagueia sem destino pela Terra em busca da compr...