Diné, a tribo da terra sagrada de Dinétah

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- "Sejam bem-vindos à minha tribo", foi o que ele disse -Levi murmurou para o grupo ouvindo o homem dizer mais algumas palavras animadamente- ele disse para esperarmos aqui, ele vai falar com o chefe e o xamã sobre nós.

Após a tradução do hibrido, Ashkii correu em direção a uma das casas em forma de concha feitas de pedras, madeira e barro que ali chamavam de hogan, gritando a todos com quem se cruzava que os deuses tinham vindo visita-los deixando os quatro viajantes para trás recebendo os olhares das poucas pessoas que ali estavam.

As mulheres que teciam e trançavam cestas os encaravam num misto de surpresa e incredulidade enquanto algumas crianças corriam brincando distraídas demais para notar a presença deles, ao menos até o momento em que uma delas esbarrou no meio demônio caindo sentada.

"Desculpa" foi a primeira coisa que ela disse antes de notar as asas e os chifres, então os olhos castanhos e infantis focaram-se no rosto pálido da criatura finalmente se dando conta de que não era um membro da tribo ali. O mais velho se encolheu um pouco, como se estivesse se preparando mentalmente para os gritos, choros e insultos "de sempre", porem a garotinha apenas piscou os olhos maravilhada antes de aceitar a mão que lhe foi estendida para que se levantasse e sorrir largamente.

"És tão lindo! Como o desenho de Tsohanoai!" foram as palavras que se seguiram e logo perguntas como "quem és?" e "de onde veio?" saíram da boca da garota.

Logo um pequeno grupo de crianças os estava cercando; umas erguendo a "saia" de Armin, outras curiosas com a espada que Jean levava e por fim uma das mais novas do grupo estendia os braços para Eren que deixou de apoiar-se no namorado para se abaixar na altura dela, tendo as bochechas apertadas e as pálpebras levantadas diante do olhar encantado da menina que repetia sobre como seus olhos eram lindos com a cor das folhas das arvores e das pedras que a mãe usava:

- Eu não entendo uma única palavra, pequenina - o rapaz riu acariciando os cabelos negros e lisos decorados com penas.

- Ela estava elogiando seus olhos, meu menino.

- De verdade? - o rapaz inclinou a cabeça sorrindo com o quão animado o amado estava por estar cercado de crianças que não se assustavam com ele.

- S-sim, ela disse que se parecem com as pedras que a mãe dela usa no colar - corou, não pela interação com Eren, mas pelas palavras doces que alguns garotos lhe dirigiam, repetindo sobre como parecia forte, incrível e legal.

- Diga a ela que Também a acho muito bonita - pediu gentilmente ao hibrido que obedeceu prontamente, apenas para ouvir mais risos e elogios dirigidos ao moreno que acabou por tomar a garota nos braços quando ela pediu, mesmo sem ter muita força neles.

- Cuidado, Eren. Seu corpo está mais fraco a cada dia. Não deveria carregar peso - repreendeu preocupado usando os próprios braços de apoio para segurar, tanto a menina, quanto o amado e um tipo de abraço de lado.

As mulheres tomaram coragem para se aproximar logo em seguida e quando um circulo de pessoas começava a se formar o chefe da vila aproximou-se acompanhado pelo jovem xamã, batendo o cajado em que se apoiava para chamar a atenção te todos. A comoção se dissipou aos poucos com as ordens do idoso e após uns minutos de analise e perguntas do rapaz de olhos violeta e cabelos brancos a confirmação de que "eram realmente os deuses" foi proferida junto do anuncio de um banquete comemorativo que fez com que todos corressem de um lado para o outro na interação de preparar tudo para a festividade.

Ashkii convidou o grupo para entrar em seu hogan Para descansar, mas o chefe pediu para conversar com "Tsohanoai" e com uma troca de palavras preocupadas os três mais jovens concordaram em seguir o nativo deixando apenas Levi, o chefe e o xamã para trás.

The boy and the demonOnde histórias criam vida. Descubra agora