A jornada (parte 2)

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Feliz 7 se setembro, espero que gostem do meu "presente"

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- Ouça, não é um mal negócio. Um pouco de comida, agua e descanso e tu podes vende-lo por um bom preço. -o loiro tentou negociar com o fazendeiro mal encarado que não parecia muito disposto a aceitar sua oferta- Meu senhor, eu estou te oferecendo essas moedas e o meu cavalo cansado em troca do teu e, sinceramente, isso é mais do que ele vale. -apontou para o animal em que o fazendeiro estava recostado- Meu amigo está muito doente e precisamos chegar ao nosso destino o mais rápido possível então não podemos parar para o cavalo descansar, estivemos fazendo trocas como esta desde que partimos do nosso pequeno vilarejo e, se o senhor não aceitar, encontraremos quem aceite.

O senhor de barba rala pareceu pensar por alguns segundos antes de suspirar concordando com a troca. Ainda questionou se o garoto precisaria de ajuda para prender o animal em sua carroça, oferta a qual ele recusou educadamente. Não poderia arriscar que alguém, por mais bem intencionado que fosse, acabasse por ver Levi escondido entre seus pertences.

Desde que deixaram a floresta o pequeno grupo seguiu jornada cautelosamente. Estava cada vez mais difícil evitar povoados e até mesmo as estradas eram mais movimentadas do que inicialmente. Mais pausas tiveram de ser feitas para que descansassem pois Eren e Armin precisavam revezar guiando a carroça dia e noite enquanto o hibrido mantinha-se escondido constantemente oque de certa forma era bom para o coração de um certo moreno que, desde a conversa com o amigo loiro, não conseguia deixar de senti-lo palpitar sempre que seus olhos se encontravam com os cinzentos:

- De acordo com o mapa devemos chegar ao porto em breve... -Eren mencionou com os olhos verdes fixados no tecido em suas mãos- Teremos de passar pelo meio da cidade do porto com o Levi -engoliu em seco- O que faremos?

- Tem alguma area com muitas arvores aqui por perto? - a voz grossa questionou por debaixo da manta.

- Tem, vou nos levar para lá - Armin puxou a rédea fazendo o cavalo desviar do caminho mais uma vez, seguindo por algumas horas até estar longe o suficiente para que pudessem passar despercebidos por viajantes- Certo, está seguro. Pode sair, Levi.

A manta moveu-se e logo o rosto do hibrido surgiu. Parte do tecido permanecia preso em seu chifre o que levou-o a balançar a cabeça até que soltasse, piscando algumas vezes para se acostumar com a claridade.

"Parece um gatinho fofo. Quero tanto beija-lo agora..." o moreno apertou as próprias bochechas recriminando-se mentalmente "Em que estou pensando? Recomponha-se, Eren!"

- Me deixe ver o mapa -Levi pediu, trocando algumas palavras com Armin para saber onde estavam exatamente- Certo, eu tenho uma ideia para lidarmos com isso... -traçou uma linha com os dedos pelo meio da floresta, cruzando o mar e parando em uma outra area arborizada- Eu vou voando por aqui, enquanto isso vocês seguem pela estrada, pegam o barco, pagam para atravessar com a carroça e nos encontramos nesse ponto para seguir juntos a partir daí.

- Não sei não... Temos muito poucas moedas restando, não acho que seja suficiente para pagar a travessia de duas pessoas, um animal e a carroça - murmurou o loiro.

- Podemos vender o cavalo e comprar um outro depois da travessia para economizar - sugeriu o moreno.

- As moedas lá não são as mesmas daqui - o hibrido voltou a se pronunciar deixando a todos com um ar pensativo.

- E se fores voando com Eren nos braços? Tens forças para isso, não tens? - a sugestão de Armin enrubesceu os dois citados de forma que o fez sorrir matreiro. A verdade é que, mais do que preocupação com a economia de dinheiro, sua intenção era a de forçar os amigos a estarem sozinhos por alguns momentos.

The boy and the demonOnde histórias criam vida. Descubra agora