CAPÍTULO 15

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Interajam por favor,ajuda minha autestima.

Interajam por favor,ajuda minha autestima

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Madison Walker

      Lando está debruçado, não só sobre a mesa, sobre uma garota. Não sobre qualquer garota, sobre Briona. Meu coração desacelera, minha cabeça começa a girar. Não posso culpá-lo. Isso é nojento, mas não posso culpá-lo. Posso sentir raiva, né? Ele não precisou beber pra pegar ela, isso diz mais sobre mim ou sobre ele? Talvez a maior parte do meu ódio seja por que não gosto da garota que está se prendendo sob ele.

      Fecho os olhos, giro pro lado saindo da frente da porta. Respiro fundo uma, duas e três vezes. Tremendo. Preciso ir, preciso sair. Respira. Mads, respira.

      Primeiro um vídeo, segundo um tapa na cara dado pela aquela que se diz minha mãe, fui humilhada na frente do meu amigo que agora está me esperando, o garoto que eu convidei me viu praticamente nua em uma festa, dançando em cima da mesa, beijando um cara. Agora o garoto tá transando na mesa do pai da garota que me infernizou durante toda a infância com a mesma.

     Meu celular toca. Charles está me ligando, nas milhares de mensagens que ele já mandou sou questionada sobre onde estou. Os dois da sala atrás de mim batem a porta, assustados pelo barulho, consigo os escutar cochichar sobre sair ou não da sala. Eles não podem me ver aqui quando saírem.

     Corro até o depósito no fim do corredor. Coloco o vestido na arara e decido esperar alguns segundos antes de sair. Se eles me verem isso pode dar ruim. Respondo Charles.

"Já tô indo. Espera aí" - Mads.

      Três minutos longos se passam e decido sair. Meu corpo inteiro esta sobre uma onda mortal de tremedeira pela a ultima meia hora. Calço meus sapatos e corro pelo corredor mas sou parada por uma trombada com Lando quando ele e a garota estão saindo da sala.

-Onde você tava? - Briona pergunta arqueando uma sobrancelha.

-No depósito. - Desafio seu olhar, fitando o vestido amarrotado e desgrenhado em seu corpo. - Vim devolver as roupas antes que pudesse amassá-la.

-Sério? Você não deveria estar correndo nua por aí com um macho diferente do de ontem?

-Não, pelo visto é você quem gosta de dar pra um macho rico diferente a cada dia na mesa do seu pai. Isso é nojento. - Evito olhar pra Lando mas consigo sentir sua mandíbula travando.

-Seus amigos não estão te esperando, não? - Ele pergunta abrindo espaço pra eu passar, claramente pedindo que eu vá embora. - Acho que já passou da hora de você ir se afundar mais um dia.

-Claro, na real, eles estavam certos, né? Quando disseram sobre você ser uma criança imatura? Até Carlos Sainz concorda, foi ele mesmo quem disse "Lando você precisa crescer, criar maturidade".

-Sério? Tá se contradizendo mesmo? Não foi isso que você disse noite passada quando me pediu pra contar histórias sórdidas no seu ouvido.

-Vai se fuder, Lando.

-Você deve gostar mesmo disso, além de fazer um vídeo assim ainda manda todo mundo fazer, inclusive sua mãe. - A frase de Briona me atinge como um soco. Ela tá mesmo comparando o vídeo de uma festa à um vídeo de sexo?

-Como é que é? - Lanço um olhar feroz em sua direção. - Você só fala isso porque sabe que ninguém nunca vai te chamar, como uma modelo profissional para fotos naturais e espontâneas já que seu corpo é todo comprado, assim como sua vaga nesse desfile.

-Vocês estavam gritando aqui do lado. Deu pra ouvir muito. Sabe que ela tá certa, né? Você agiu como uma vadia. Deveria tomar cuidado com quem você anda, Madison. - Lando diz, defendendo a garota.

-Inacreditável. Você acha mesmo que tem moral pra falar das pessoas, né? É por isso que todas as garotas sempre trocam você.

-Eu? - Ele sorri, debochando de mim. - Nunca estive nu na frente de tantos homens. Mulheres são tão cansativas, sabe? O importante é que no final sempre tem uma recompensa.

-Vai se fuder, idiota! Você é a porra de um machista escroto, isso que você é. Por isso as pessoas no paddock não te respeitam, por isso ninguém te respeita.

-Você é uma ingrata, Madison. Espero que saiba. - Ele diz olhando pros sapatos. Sem conseguir olhar em meus olhos. Briona continua parada atrás dele, aceitando ser objetificada. Sinto vontade de socá-lo mas, ao invés disso, concordo e faço meu trajeto até Charles.

     Quando chego, ele está sentado em uma cadeira, fitando a parede. Provavelmente escutou esses gritos também.

-Nossa, você demorou. - Charles diz ao me ver entrando no camarim. Faço sinal com a cabeça para que ele me siga pro lado de fora.

-Tive que resolver umas coisas. - Tento ignorar tudo, esquecer. O sangue ainda ferve compulsivamente em minhas veias. Tudo que sai da minha boca são frases curtas e diretas. - Vamos pra festa, aproveitar o restante da noite.

      Chegamos no evento, uma mulher está nos esperando na entrada. Ela nos entrega pulseiras brancas de festa. Assim que entramos reconheço vários rostos, especialmente o de Martin. Se as pessoas vão falar sobre o que eu estou fazendo, vou ensiná-las a falar de verdade. Sem bebidas para culpar dessa vez.

     Martin vem ao meu encontro, sorrindo por finalmente termos espaço para nos falar. Ele me segura pela cintura, uma de suas mãos desliza pelo tecido do vestido em minhas costas, o carinho me lembra da vez em que nos beijamos, me lembra também que dessa vez o decote está na frente.

      Coloco a mão em seu queixo, o trazendo pra mim. Nossos lábios se encontram e despejo nos seus bem mais do que só desejo e vontade, o ódio faz com que eu queira tornar as coisas um pouco mais reais. Quanto mais as imagens de Lando com Briona e minha mãe me batendo passam pela minha mente como um filme, mais nosso beijo se torna ardente e feroz.

        Suas mãos descem ainda mais, trazendo minha perna pra perto de sua cintura. Ele para, se contendo. Droga.

-Que foi? - Digo ofegante.

-Por que tá fazendo isso aqui? Achei que quisesse ser discreta agora, principalmente agora. - Ele olha em meus olhos.

-É uma festa, vamos curtir. - Tento me aproximar dele, mas ele se afasta.

-Não, Mads. Tá fazendo isso pelos motivos errados.

     Martin balança a cabeça e desaparece na multidão de pessoas. Encontro, então, o olhar preocupado de Charles do outro lado do pátio, pronto pra me dizer frases motivacionais ou falar sobre como eu deveria descansar. Bem, se for sair mais alguma coisa sobre mim essa noite com certeza não vai ser algo emocionante.

      Bufo pelos meus pensamentos. Pego a bolsa de cima do balcão e saio do prédio. Jogo a pulseira na rua e decido ir caminhando até em casa. São dez da noite, talvez eu chegue lá até as três da manhã. Ou talvez alguém me mate pelo caminho, tanto faz.

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