CAPÍTULO 122

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Madison Walker

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Madison Walker

      As batidas de Pierre na porta me assustam, mas dessa vez eu não estou dormindo. Me levanto da poltrona, abraçada com a garrafa de água, de longe vejo que a porta não está trancada e grito para ele abrir.

-Bom dia, garotinha. Que bom que já tá pronta. - Sem sorrisos, seus olhos estão fixos em seu celular.

-São sete da manhã, eu acordei às cinco. Fale por si mesmo quando diz que é um bom começo de dia. - Pego minha bolsa no aparador e fecho as portas atrás de nós. - Acho que agora nos odiamos na mesma frequência.

Seus olhos ainda estão cravados na pequena tela brilhante. Ele morde os lábios, ignorando completamente tudo ao nosso redor, inclusive a minha existência. A porta do elevador se abre, algumas pessoas estão próximas ao espelho e sei que não teremos a oportunidade de nos entender agora.

-Bom dia. - Sorrio pras pessoas no elevador e Pierre me olha de canto de olho. Ele não as cumprimenta formalmente, apenas sorri ao entrar. O sorriso é retribuído, mas nenhum deles parecem afim de falar. - Gostei da camiseta.

Uma menina pequena, pertencente ao grupo de quatro pessoas, está vestida com uma camisa com memes de Charles. Ele amaria ver isso, ainda mais pelo fato de amar crianças. Enquanto nós duas interagimos, vejo Pierre me analisando através do espelho, mas ele permanece imóvel.

-Podemos tirar uma foto? - A mãe da garotinha questiona. Pego-a em meus braços e nós duas esticamos a camiseta pra que tudo seja visto. - Muito obrigada, Madison. Ela ama ver seus vídeos de desfile.

-Eu amaria fazer companhia à vocês no caminho ao circuito. - Digo para eles.

-Pera aí, tá fazendo o quê? - As portas do elevador se abrem. A família sai e nós dois saímos logo após, com Pierre me parando, sua mão prendendo meu pulso.

-Para com essa bobagem e me diz por que tá estranho. Foi por causa do beijo? - Minhas palavras parecem assustá-lo. Ele pisca algumas vezes antes de dizer qualquer coisa.

-Achei que você não lembraria, e que fosse culpar a bebida. - Sua expressão mostra que tudo o que diz é bem sério.

-Não foge da questão. Por que tá assim? - Me encosto no vão que da acesso aos poucos degraus que nos levam ao centro do saguão.

-Por que beijou ele? - Sua pergunta é direta. Ele quer algo sincero, sei disso. Mas sua expressão me diz que tem receio do que vai escutar.

-Por que você e Natalie se beijaram na primeira vez que se beijaram? - Cruzo os braços na frente do peito, mas logo os solto quando percebo os olhares de alguns curiosos.

-Tá brincando? Isso te incomoda? - Sua preocupação genuína é quase fofa.

-Não, eu só sou péssima em me expressar. - Começo a rir de sua frustração. - Só tô tentando dizer que nos beijamos, aconteceu. Não tem uma explicação pra isso. Assim como não tem uma explicação para o fato de isso te irritar.

-Me irrita saber que você terminou um relacionamento há menos de dois dias. Você ainda nem superou e agora tá beijando o Charles.

-Qual o problema com Charles?! Vai se estressar sempre que eu beijar alguém?

-Você é a garota mais impulsiva que eu conheço. Só não quero que se machuque. Eu me importo com você.

-Eu também. - Abro meus braços insinuando a facilidade no entendimento disso.

-Não precisa se preocupar comigo. - Seus olhos serenos me arrancam mais algumas risadas.

-Pierre, eu tava dizendo que também me importo comigo. - Quando minhas palavras o tocam, consigo vê-lo diminuir, como se perdesse o brilho. - É claro que me importo com você, mas sei que tem tudo sob controle então...

-Vamo logo, por favor. - Concordo com ele, sigo-o até o carro segurando a risada. - Isso já tá ficando vergonhoso.

-Mas me fala por que isso te preocupa? Pelo ao menos ele é seu amigo, sabemos onde ele mora. - Questiono tentando acompanhá-lo.

-Esse é o ponto. Eu sei que ele vai te magoar. Isso vai te machucar muito porque vocês são amigos.

-Ai, vem aqui. - Puxo seu pescoço até que ele fique na minha altura, o abraçando. - Para de ser tão melodramático.

Seus dedos perfuram minha cintura me fazendo cócegas. O empurro porta afora e ele para, repentinamente, tendo se recompor quando encontra alguns fãs.

Pyry, que está ao lado do carro, abre as portas e nos manda entrar. Nós dois nos sentamos nos bancos de trás, acenando às pessoas que gritam do lado de fora. Sinto borboletas dançando em minha barriga. Já faz algum tempo desde a última vez que elas voaram tão livremente.

POR UM MOMENTOOnde histórias criam vida. Descubra agora