CAPÍTULO 143

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Madison Walker


       Chegamos ao aeroporto em silêncio. Charles tecla coisas rápidas em seu celular, trocando mensagens com alguém que não me interessa. Encaro tudo ao nosso redor, diria que bastante reflexiva.

-Caraca, isso tá perfeito! - Pierre sorri como um pato faria. Suas mãos me seguram pelos ombros, me empurrando de costas em direção a uma loja.- Fica aí.

Ele segura o celular com as duas mãos, se afastando. Acena para mim, filmando a mim e a loja atrás. Me viro, devagar, procurando entender o que está acontecendo. Um enorme outdoor com minha cara enfeita parte da parede lateral a porta do loja.

-Ai meu Deus! Isso é lindo. - Levo as mãos à boca, desacreditada. É realmente incrível. - Não sabia que isso estava aqui.

-Nunca teve um desses antes? - Charles questiona sorrindo. Seu braço descansa em seus ombros enquanto admiramos o trabalho.

-Não. Se me vissem assim pelas ruas de Londres eu seria expulsa do país. - Concluo analisando o fato de que estou de calcinha preta, seu cós branco com a logo da marca é a maior parte. A blusa branca sobre minha pele é quase transparente, por conta da água, exibindo parte de meus seios. - É, eu seria expulsa do país.

-Seria mesmo. - Pierre concorda.

-Você vai falar sobre sua conversa com Logan? - Charles pergunta para o amigo que volta a caminhar na direção do portão de embarque.

-Acho que não vamos descobrir isso tão cedo - bato com as costas da mão na barriga de Charles que se retesa, cobrindo o lugar afetado.

Sorrio de sua reação exagerada, passando a mão por cima da dele, sua língua passa por seus lábios. Não sei se é o fato de estarmos tão próximos, mas posso jurar que escuto seus pensamentos.

Retiro sua mão do meu caminho, enquanto andamos atrás de Pierre. Toco sua barriga, a acariciando. Sinto seus gominhos se enrijecer sob meu toque, sua respiração é pesada, como se fazê-la fosse um esforço enorme. Ele continua puxando sua camisa para cima enquanto caminhamos, ambos rindo.

Pierre se vira para trás, uma estranheza toma conta de sua expressão. Ele sacode a cabeça como se nos perguntasse que merda estamos fazendo. Eu adoraria poder dizer em voz alta que estou apenas brincando com Charles, o provocando, feliz em saber que tenho o controle sobre ele em minhas mãos.

Abaixando sua camiseta, sou puxada por suas mãos firmes pela cintura, sendo colocada ao seu corpo, enquanto os dedos livres de sua outra mão tentam me fazer cócegas. Droga, eu não tenho controle nenhum sobre nada. Quem eu quero enganar? Eu sou facilmente rendida por seus olhos verdes expressivos, suas covinhas delicadas e seu bigode inconveniente. Sei que o daria o que quer que ele me pedisse.

É fácil, tranquilo e quente, muito quente. Não há quem olhe pra Charles Leclerc e não sinta uma vontade avassaladora de amá-lo, de fazer todas suas batidas dele, e unicamente dele. É estranho pensar em quanto tempo eu perdi tentando ser de outra pessoa quando estive o tempo toda destinada a ser sua.

Não digo só no quesito de passar o resto dos meus dias como sua namorada ou algo relacionada a isso. Eu falo em questão de que é fácil conviver com ele, até quando esse ser humano está irritado ou de mau humor, sinto vontade de apertá-lo e manter por perto.

Ele é tudo que o mundo tem de mais perigoso, misturado com doses perfeitas àquilo do que temos de mais precioso. Viver na mesma época que alguém assim é uma dádiva. Agora, viver, sabendo que pode ser dele e estar com ele é algo que ainda não pode ser nomeado.

Quando ele me solta, meu corpo treme pela falta de seu toque. O mundo, que agora parece girar em câmera lenta, deve estar amando fazer isso comigo. Ele olha para mim, sorrindo enquanto tenta recuperar o fôlego. Seus dedos penteiam seu cabelo para trás, o deixando com um topete bagunçado. Me pergunto se isso se encaixaria em mais alguém de maneira tão perfeita.

Pisco, demoradamente, pressionando minhas pálpebras uma contra a outra, tentando afastar a imagem do que seria um ser tão perfeito de minha mente. Saltitante, vou até Pierre, o envolvendo com meu braço.

-Por favor, Gaslyzinho - começo encostando nossas cabeças - o mundo quer saber.

- Já tá chamando ele de seu mundo? - Pierre questiona com um sorrisinho zombeteiro em seus lábios.

-Vai se ferrar! - O jogo para o lado, enquanto ele se segura para não soltar uma de suas gargalhadas no meio do aeroporto.

Algum tempo depois, embarcamos. Sento na janela, deixando os dois com o bando do meio e o do corredor. Uma criança irritante se senta atrás de Charles. O avião ainda nem decolou, mas aquele pequeno serzinho já parece estressado. Seus pés chutam, com força e ódio, a cadeira do monegásco. A mãe da criança se inclina, pedindo desculpas, mas nada que faça parece o acalmar.

Charles se vira para trás, arrancando uma de suas bandanas da mochila ele encontra uma maneira rápida de entrenter a criança. Os dois brincam e dão risadas por alguns instantes, ele hesita mas acaba dando seu paninho da sorte para a criança. Quando se volta para frente ele nos olha, com um brilho no olhar de quem venceu.

-Oh, não... - Sua voz imita um choro quando o garotinho volta a chutar o encosto de seu assento. Se reclinando para a frente, seus cotovelos se apoiam em seus joelhos, estes que dão suporte à sua cabeça, enterrada em suas mãos. - O que eu fiz pra merecer isso?

-Nasceu, cara. Você nasceu. - Pierre sorri da situação. E não consigo me conter também.

Passo a mão em suas costas, uma provável escoliose o afronta, consigo sentir seus nervos implorarem por uma massagem. Recolho a mão em um reflexo, coloco os fones de ouvido e deixo que a música me faça transcender.

POR UM MOMENTOOnde histórias criam vida. Descubra agora