CAPÍTULO 89

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Madison Walker

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Madison Walker

  Com a luz desligada, ouço Charles fungar baixinho, provavelmente pensando sobre como ele poderia estar sozinho agora já que eu, provavelmente, estaria em meu décimo sono, mas não estou.

Estico minha mão de encontro a sua. Pouco mais desinchada. Ele se assusta, seus dedos se retesam mas logo ele relaxa, talvez pela dor, ou talvez simplesmente esteja a vontade.

-Eu perguntaria se você está bem, mas acho que não o momento pra isso. - Digo na intenção de ironizar a situação mas ele não sorri. Eu me sinto uma grande idiota agora.

-Desculpa eu só... - Sua voz é quase um sussurro no vazio, mas ele interrompe a fala no meio, vencido pelos soluços - Eu fiz uma promessa pra eles e agora eu tô enterrando minha carreira. Tem memes por aí sobre o quão ruim eu sou, Pierre falou aquele hoje e eu só...

-Charles - começo a falar mas sou interrompida por ele.

-Não diga que tô errado e que as coisas vão melhorar, por favor. É só que, nessas horas eu me sinto tão sozinho. Meu pai e Jules eram apaixonado por tudo isso, pela Ferrari, eles me trouxeram aonde eu tô agora mas eu não sei continuar, eu tô cansado de ser humilhado dessa forma. Eu não consigo parar de sentir que eu nunca vou conseguir honrar a memória deles e que isso os deixa tão desapontado quanto deixa à mim.

Pela pouca luz que entra da janela consigo ver sua mão esquerda apertando seus olhos, tentando conter as lágrimas. Seu corpo treme quase que a ponto de entrar em choque cético. O monitor de batimento cardíaco começa a apitar, pouco mais alto.

Me levanto da poltrona e subo na cama. Ajudo-o a se erguer do travesseiro e me coloco atrás dele, seu corpo entre minhas pernas, sua cabeça em meu peito.

-Mads, tá fazendo o quê? - Ele sussurra pra mim.

-Te dando apoio emocional. Não sei o quanto isso vai ajudar e você não quer que eu diga coisas do tipo "você vai superar/ você é o melhor" então, fique à vontade pra chorar, eu prometo que não conto sobre isso pra ninguém. - Ele suspira e se deita em meu peito, em silêncio, minhas mãos passeiam pelo seu cabelo. Seu corpo para de balançar, mas ainda consigo escutar seu soluço.

-Às vezes eu sinto como se não conseguisse fazer isso, nunca mais. Eu não posso entrar no carro com medo, mas eu tenho comigo essa coisa de que se eu morrer posso acabar com a carreira do Arthur também.

-Eu sei. Também acabaria com a minha. Não foi nada fácil ver você deitado naquela maca, em silêncio, sem sua risada escandalosa ou coisa do tipo. - Digo e volto minhas mãos ao seu cabelo. - Desculpa mas, se você fosse um piloto ruim, ou se não desse conta do recado, Sebastian seria o número um, ele já foi quatro vezes campeão mundial.

Ele não diz nada. Apenas continua quieto, em completo silêncio. Deslizo minhas pernas para me deitar ao seu lado. Faço menção de sair da maca mas sua mão me segura pela cintura.

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