CAPÍTULO 160

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Charles Leclerc


     Chego ao autódromo de Abu Dhabi. É a última corrida do ano, se eu ganhar posso terminar o campeonato em quarto lugar. Logo após isso poderei ir pra casa passar o Natal com minha família, feliz por superar toda a frustração dessa temporada.

Desço do carro e pego minhas coisas no pequeno porta-malas da Ferrari. Jogo a mochila sobre as costas, caminhando cabisbaixo pelo corredor de carros mal estacionados de pessoas que trabalham com carros.

Reviro os olhos ao notar uma Mercedes que ocupa quatro vagas. É, Hamilton é um grande piloto, dentro da pista. Com o celular em mãos, abro minha conversa com Mads.

"Me deseje sorte já que não pode estar aqui. Não quero chorar porque é uma corrida importante. Mas preciso chorar porque é uma corrida importante e meu amuleto de sorte não está aqui."   - Charles Leclerc.

"Boa sorte"  - Mads.

-Boa sorte - Leio sua mensagem breve, seca. Um arrepio percorre minha espinha, é como se ela estivesse aqui. Consigo até ouvir sua voz.

Rodo em meus calcanhares, caminhando de costas fito o lugar vazio que deixo para trás. Não tem ninguém além de mim, fui o último a chegar.

De repente, minhas costas se chocam com o peito de alguém. Meus olhos são vendados por dedos longos e finos de alguém menor que eu. Seu cheiro de flor de lótus e orquídeas invadem minhas narinas. Um 'ha ha' escapa de minha garganta, ou do meu coração.

Ela sai detrás de mim, devagar, parando na minha frente. Ela está mesmo aqui, me olhando, sorrindo pra mim. Não é a primeira vez que a vejo, não é a primeira vez que Madison sorri só para mim, mas meu coração dança e dispara como se fosse.

A pego em meus braços, apertando sua cintura tão forte que sua risada se corta enquanto ela agarra meu pescoço, me fazendo prender a respiração. Tudo bem, eu morreria como um homem feliz.

-Ei - ela diz, sua voz em meu ouvido não é mais interceptada através de uma ligação. Seu hálito fresco toca minha pele. Eu a estou tocando. - Oi.

-Oi, meu Deus. Oi. - A devolvo ao chão, segurando-a pelos ombros a afasto de mim alguns centímetros só para vê-la. Seus olhos castanhos continuam brilhantes, mas as olheiras debaixo de seus olhos já não existem, mesmo que ela tenha trabalhado sem parar. - Eu tava morrendo sem você.

Ela sorri outra vez e espero que ela sorria pra sempre porque ouvir a melodia de sua risada me faz sorrir. Beijo suas mãos e a puxo novamente, não pra um abraço apertado, mas para um reconfortante. Para sentir seu calor, seu corpo, seu toque gentil.

-Também senti saudades - ela sussurra em meu peito e sinto-o derreter sob seu toque gentil. O único sopro de vida e força que eu precisava.

-Madison, eu acho que te amo mais do pensei - olho para ela, em seguida abaixo minha cabeça.

-Não precisa esconder isso de mim - ela levanta meu rosto, acariciando minha pele com seus dedos enquanto limpa meus olhos.

-O que você fez comigo? - Questiono, sentindo meu coração doer, arder, sem fôlego algum. - Meu Deus, eu jamais pensei que seria capaz de amar tanto alguém.

Mads sorri de novo e me beija. Nos recostamos no carro que sustenta suas costas. Seus dedos se afundam em meu cabelo ao mesmo tempo que minha mão explora cada parte do seu corpo, coletando-o para mim. Guardando amostras em minha mente.

Quando nossa euforia diminui, mesmo que momentaneamente, entramos juntos no paddock. O sorriso largo que domina nosso semblante diz tudo que precisa ser dito por hora. Enquanto câmeras captam nosso momento, ela anda saltitante, fazendo piada sobre o que vê, como uma criança que acaba de chegar ao parque de diversões.

Pierre vem em nossa direção, correndo, os dois se chocam. Mads pula em seus braços e os dois rodopiam, presos um ao outro. Se fosse qualquer outro cara sei que surtaria.

-Que belo casal - ele diz, a soltado, finalmente, quando chego até eles.

-Vai ficar ainda melhor quando ver quem eu trouxe na mala - Mads pisca para ele enquanto acena para câmeras, sem nunca cansar de ser fotografada. Também não me canso de assistí-la.

-Logan? - Pierre cruza os braços, sem emoção alguma quanto à isso. - Tudo bem, sua presença já é o bastante pra me fazer ganhar.

-Ah, qual é. Não seja tão careta! Sabe do que eu tô falando. - Quando conclui sua fala sei de quem está falando. Sorrio e aperto o ombro de meu amigo.

Natalie anda em nossa direção. Seu vestido verde rodado faz os olhos de meu amigo brilharem.

-Não fode! - Pierre enterra o rosto nas mãos, envergonhado.

-Vocês precisam resolver isso. Não pode ficar de vela pra sempre - sussurro recebendo um soco na boca do estômago como resposta.

-Ei, não machuque meu corredor! - Max aparece atrás de nós, uma lata de redbull presa entre seus dedos amarelos.

Ele aperta nossos ombros, nos separando. Ele se vira para Pierre, o enchendo ao notar que Natalie veio para o ver.

-Cala a boca, cara - Pierre diz para ele, revirando os olhos de maneira irônica.

POR UM MOMENTOOnde histórias criam vida. Descubra agora