Capítulo 93 :

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Minha vida mudou e está mudando aos poucos. Se eu sinto falta do que era antes? Nenhuma. Estou feliz, ansioso e quero mais. Tenho que pensar em maneiras de fazer as coisas de um jeito certo. Tudo da maneira que ela merece. Eu sou um novo homem desde que a conheci, então não posso agir como agiria antigamente. Quero o melhor pra ela.

Acordo com o barulho da campainha. Sei que tenho alguém pra atender, mas de qualquer forma, eu tenho que ver quem é. Todo cuidado é pouco. Temo por ela. Pela segurança dos meus dois bens.

Faço minha higiene matinal e visto uma camisa. Olho para Carla, que continua dormindo e sigo pra sala. Quando apareço, vejo minha irmã com olheiras e nervosa. Ela parece irreconhecível. Está perturbada.

Arthur: Thais? — Assim que escuta minha voz ela me encara, mas seu olhar está diferente. — Aconteceu alguma coisa? Cadê minha mãe e o Pedro?

Thais: Estão na França. O voo deles é hoje cedo. Logo a mamãe chegará! — Ela se aproxima e seus olhos estão cheios de lágrimas. — Como ela está? Eu vi na internet o que aconteceu.

Arthur: Bem, foi um baita susto que não quero nunca mais presenciar.

Thais: Parabéns! — Sorri tristemente — Vou ser titia, não é?! — Balanço a cabeça.

Arthur: O que está acontecendo, Thais? Você não veio para perguntar como a Carla está, não é? Até porque você deu bem a entender que não gosta dela. — Nega.

Thais: Eu acho... — Ela começa a andar pela sala, nervosa — Não sei. Mas acho que foi meu pai, Arthur! — Encaro minha irmã sem entender.

Arthur: Do que você está falando?

Thais: Sobre a tentativa de homicídio. — Congelo.

Arthur: De qualquer forma, é óbvio que ele também é um dos maiores suspeitos.

Thais: Ele não gostou de saber que vocês estão juntos. E pra falar a verdade, eu também não. Sabe que eu não suporto o que aconteceu com o papai. — Engulo seco, tentando assimilar as palavras dela. — Ele era um político bem-sucedido. Desviou um pouco de dinheiro? Sim, normal. Quem não faz isso?

Arthur: Eu não faria. Pessoas honestas não fazem isso.

Thais: Que seja! Mas ela não precisava acabar com a vida dele. Com a nossa vida por causa de um desvio de verba. Pelo amor de Deus! Olha o inferno que a nossa família vive! Ninguém consegue mais passar uma noite de natal unido... — Seu choro começa a aparecer. Ela tenta controlar. — Tudo por causa dela!

A sensação que tenho é a mesma de ter levado um chute nas bolas quando estou em campo.

Arthur: No começo eu achei que você gostasse dela, Thais. Vocês saíram juntas, assistiram ao meu jogo.

Thais: Não! Não gosto, mas também não suporto saber que meu pai tentou matá-la. Eu faria qualquer coisa para separar vocês dois, mas estou envergonhada pelo que houve.

Ergo a mão para que ela pare de falar. Tudo vem como uma enxurrada de acontecimentos. É como se passasse um filme pela minha cabeça. Eu faria qualquer coisa para separar vocês dois. As palavras dela ecoam na minha cabeça.

Arthur: Foi você! — acuso, mesmo correndo o risco de ser injusto. — Foi você! — Grito, assustando minha irmã, que dá um passo para trás.

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