Capítulo 51 :

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Meia hora depois Carla acaba cedendo e vai para o quarto se vestir. Acompanho, invadindo seu quarto enquanto ela está de calcinha e sutiã. Deito na sua cama e apoio os braços atrás da cabeça enquanto ela me olha indignada.

Carla: Com licença? Será que o senhor, que não conhece limites, pode me dar espaço para que eu possa me vestir?

Arthur: Não tem nada aí que eu nunca tenha visto, Carlinha. O máximo que pode acontecer é meu amigo aqui ficar duro. Mas vou me controlar, eu prometo.

Carla: Você é muito cara de pau. Eu não sei aonde fui amarrar meu burro, pelo amor de Deus!

Observo seu corpo, que não é nada parecido com aquelas mulheres que tenho costume de pegar. Nada musculosa ou magra como modelo. Apesar de ser pequena. Tem celulite, alguma gordurinha aqui e ali, mas assim que eu a desejo. É esse corpo que me convida a tocá-la, a jogar essa mulher na cama e fazer amor de todas as maneiras.

Mas não posso. Não agora. Foco, Arthur!

Ela veste uma calça justa, uma camisa caída nos ombros e calça um tênis. Simples e linda.

Carla: Estou pronta. — Seguro sua mão e a rodopio.

Arthur: Ótimo! Vamos. — Descemos até o estacionamento e quando ela vê minha moto, vira para me encarar.

Carla: Vai de moto até a praia? Fala sério, Arthur!

Arthur: Mudanças de planos. Vamos à praia, mas a um lugar melhor. — Entrego o capacete e ela coloca, mesmo sem saber para onde vamos.

Fico feliz por saber que ela confia em mim. Sento e logo sinto que ela faz o mesmo. Ela me abraça por cima da camisa. Sinto seus dedos pequenos segurarem o tecido. Sua virilha está encostando em mim, o que me deixa excitado de imediato.

Arthur: Se segurar por baixo da roupa, conseguirei chegar sem minha camisa estar aos farrapos. Não se acanhe. Você já é íntima do meu corpo. — Encaro pelo retrovisor e ela cerra o olhar para mim, mas acaba fazendo o que peço.

Ligo a moto e dou partida. Piloto devagar, em torno de uns sessenta quilômetros. Sozinho posso arriscar, mas estou com ela na garupa. Não seria capaz de arriscar a vida dela.

O caminho é embalado pelo barulho do motor e suas mãos em volta da minha cintura, apertando o cós da minha calça. Em todas as paradas, eu não perco a oportunidade de olhar para ela. A brisa do mar começa a bater no nosso corpo e sinto uma leveza, uma sensação de bem-estar. Paz.

Piloto em direção a pedra do Arpoador; um lugar mais reservado, onde ninguém irá nos incomodar. Onde poderemos fazer um programa a dois, comum, como duas pessoas normais.

Estaciono minha moto e ela desce, me entregando o capacete. Carla arruma os cabelos. Passo a mão na sua cintura e a guio até a ponta, onde ela senta, sem esperar por mim.

Carla: Gostei da escolha do lugar. — fala – Gosto daqui, apesar de mal ter vindo. Não sou muito de frequentar lugares assim. Aliás, ultimamente eu nem tenho saído de casa. — Olha para mim. — Por que aqui? Algo em especial?

Arthur: Sim. Gosto de ver o pôr do sol. Gosto de sentir como o mar acalma, tranquiliza, mesmo sendo tão feroz. Desde quando me mudei pro Rio de janeiro eu tenho frequentado aqui. É um lugar que me leva a outra dimensão. Faz-me esquecer dos problemas. Coisas simples assim me atraem. — Ela arruma os cabelos estilo yorkshire.

Arthur: Gosto dos seus cabelos assim, sabia? Fica sexy. Um desarrumado sexy.

Carla: Por que agora disparou a me elogiar? Ficar mimando, sempre procurando agradar?

Arthur: Eu só elogio quem eu gosto.

Ela dá um meio sorriso. Isso já é alguma coisa. Olho em direção ao mar, tentando buscar palavras.

Arthur: Naquele dia eu ia dizer que queria tentar te conhecer mais, além do sexo. Mas você me recebeu daquela forma e não deu chances para que eu me explicasse.

Carla: Como se aquilo precisasse de explicação. — Interrompe.

Arthur: Eu disse a você que só transei com ela uma única vez. Não sei se a aparição dela foi proposital, mas eu não tenho culpa. Não tenho nada com a Lorena. Não é ela quem eu quero.

Carla: Não me surpreendo com nada que aquela vadia faz.

Arthur: Não quero falar sobre ela... quero falar sobre nós dois, sobre você. — Carla dá um sorriso sarcástico e me encara.

Carla: Eu que quero saber o que faz da vida além de jogar e se enfiar entre as pernas da mulherada. — Gargalho com seu jeito desinibido de falar.

Arthur: Essa doeu. — Levo a mão ao peito.

Carla: Até parece! Isso infla seu ego, que eu sei. Mas sabe, gostei de saber que você está ajudando uma ONG. Não esperava por isso.

Arthur: Sim. Desde o ocorrido com o Chaplin, eu fiquei com isso na cabeça. Acabei encontrando na internet o local e resolvi visitar. Depois quero que vá comigo por lá. Você vai amar.

Carla: Com certeza eu irei. E seus jogos? Não vai mais voltar?

Arthur: Pretendo, mas isso eu só tenho que esperar. Tinha recebido umas propostas de um time do meu país, mas acabei fazendo bobagens demais, o que interrompeu as negociações. — Ela me olha surpresa.

Carla: Sabia que você não era brasileiro. Não tem ar de carioca.

Arthur: Estou aqui desde criança.

Carla: Serio, e de qual país você é?

Arthur: Sou de Conduru, Espirito Santo. — Ela cai na gargalhada. — To brincando, eu sou brasileiro. — Ela sorri. — Vim morar no Rio quando tinha 8 anos. Moro aqui minha vida quase toda. O time que recebi a proposta e da Alemanha.

Carla presta atenção em cada palavra. Cada gesto dela me convida a beijá-la. Quero colocá-la em meu colo e abraçar esse corpo que diversas vezes me esquentou e enlouqueceu.

Carla: Você nunca se apaixonou, Arthur? — A pergunta me pega de surpresa — Nunca pensou em ter alguém a qual pudesse sossegar e levar para vida toda?

Arthur: Já me apaixonei sim, afinal não sou um monstro sem coração, — brinco — mas ao ponto de pensar nisso tudo, não.

Ainda não.

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