Capítulo 49 :

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A campainha toca. Como liberei a Olga esses dias, estou sozinho. Lucas entra na sala e me olha dos pés à cabeça.

Lucas: A sua aparência está péssima. O que houve? — Balanço a cabeça.

Arthur: Nada demais. Acabei de chegar da ONG. — Tento desviar o assunto.

Lucas: E como foi lá? Desculpa por não ter ido, mas você sabe que minha agenda é sempre cheia.

Conto sobre a entrega da ração que ele conseguiu, que deu tudo certo. Ele escuta enquanto se serve no bar.

Arthur: Não acha que anda bebendo demais fora do horário, Lucas? Sempre que chega aqui, não importa a hora, bebe. Sabe que não pode fazer isso, até porque dirige.

Lucas: Uma dose, só isso. Ando estressado e o álcool me acalma um pouco. — Ergo a sobrancelha.

Arthur: Ficou assim desde que brigou com a Perola.

Lucas: Não fale bobagens. — rosna — E você, já cansou de brincar com a desocupada? — Fuzilo meu amigo com o olhar.

Arthur: Não fale assim da Carla. Essa sua raiva gratuita não leva a nada.

Lucas: Não me diga que se apaixonou? — debocha.

Arthur: Lucas, ela é uma mulher maravilhosa. Você não pode julgá-la por causa da profissão. — Sento — E ela estava me fazendo bem. O mesmo bem que a Perola estava fazendo a você. — Ele apoia os cotovelos na coxa e abaixa a cabeça.

Lucas: Aquela moreninha está fazendo falta, admito. Mas não sei se estou disposto a encarar algo sério com alguém. — Olha para mim e sorri. — E o que aconteceu com vocês, já que falou no passado?

Arthur: Ela queria algo mais, algo que ela acha que não sou capaz de oferecer. Sem contar que viu a matéria sobre a Lorena e não confiou em mim. — Sorri.

Lucas: Por causa disso ela te deu um pé na bunda? — brinca — Geralmente as que você arruma tentam engravidar quando você não quer algo mais. Agora ela ganhou pontos comigo.

Arthur: Ela é diferente. Não cobrou nada de mim, só disse que não queria alguém somente para o sexo. Quer um amigo, companheiro... essas coisas.

Lucas: Droga! Mulheres sabem ser sentimentais quando querem. O que vai fazer? — Dou de ombros.

Arthur: O que eu posso fazer? Se eu chego perto dela, só penso em arrancar aquelas roupas e jogá-la sobre a cama. — Meu amigo tenta conter a gargalhada.

Lucas: Você não muda! — Balança a cabeça — Agora eu vou falar como seu amigo. Tente impressioná-la. Vá lá e mostre o que você quer de verdade. Sabe que eu não confio nela, mas devo admitir que você sossegou bastante desde que passou a se envolver com ela. Não desista facilmente. Vai ver que ela só está esperando uma boa atitude? E eu te conheço, Arthur... você não é de levar um não e aceitar de boa.

Arthur: Isso é verdade. Mas e você? Não vai pedir desculpas à Perola? Deixa de ser durão. Sabe que vai ter que suar a camisa para que ela te perdoe, não é? Você foi um babaca com a mulher. — Ele vira a cabeça em minha direção.

Lucas: Eu não acredito que estou ouvindo conselhos de você, o cara mais cafajeste que eu conheço! É o fundo do poço mesmo.

Arthur: O sujo falando do mal lavado. Como se você fosse muito santo. — brinco e ele levanta, colocando o copo do balcão.

Lucas: Tenho que ir. Só passei aqui para saber como estavam as coisas. Estou acompanhando o Brasileirão... você sabe, terei muito trabalho pela frente. Mas vamos marcar algo?

Arthur: Estamos sem mulheres, carentes e você me propõe algo a dois? Não, obrigado, você não faz meu tipo. — Dou duas batidas de leve no seu ombro.

Lucas: Idiota! Até mais.

Assim que meu amigo vai embora, me jogo no sofá e fico processando tudo que ele falou. Uma coisa ele falou certo. Eu não aceito um não tão facilmente e a Carla sabe disso!

Arrumo-me e pego minhas chaves. Espero que ela esteja em casa. Passo em uma casa de massas e levo espaguete ao molho branco e vinho. Pelo menos isso eu sei que ela gosta.

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