Capítulo 82 :

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Bônus +

Abby: Como não? É seu blog, Carla! — Ela solta uma risada desesperada.

Carla: Eu sei, mas isso não quer dizer que eu tenha sido capaz de algo desse tipo. — Minha cabeça dói. Sinto um mal-estar. Queria poder me afastar de todos.

Abby: Alguém mais tem a senha? — Nego com a cabeça — Você contou pra alguém o que conversamos?

Carla: Claro que não! Eu posso trabalhar com isso, mas não faria dessa sacanagem com você, nem com ninguém. — Minha voz sai baixa.

Thais: Só que você trabalha com isso, meu amor. — É a vez da Thais falar. A máscara de fingimento caindo de vez. — Essa baixaria é bem típica do que você escreve.

Ignoro seu comentário maldoso. Foda-se essa cobra, eu não estou preocupada com ela.

Carla: Arthur... — chamo por seu nome, mas ele não me olha — Você não acha que fui eu, acha? — Espero que ele responda.

Thais consola Abby, que também não olha mais pra mim. Sinto-me perdida. Longos e torturantes minutos se passam e ninguém fala nada. Nem o Arthur, que continua me ignorando.

Carla: Tudo bem, eu entendi tudo.

Vou para o quarto e pego minha bolsa. Tento controlar minhas lágrimas pra não chorar na frente deles.

Carla: Eu vou embora, mas não se preocupem... não estou fugindo e vou provar que não fui eu. Posso ser conhecida como fofoqueira, desocupada, coisa que até mesmo o Arthur já me chamou, mas não sacaneio ninguém. Sou honesta. Qualquer coisa estarei em casa.

Pego meu notebook, que agora está em cima da mesa, coloco Chaplin no braço e ergo a cabeça. Saio e bato a porta. Agora sim deixo as lágrimas caírem. Estava tudo perfeito demais para ser verdade.

Chego em casa arrasada. Coloco Chaplin no chão e ele corre a procura da cama dele. Antes que consiga entrar no quarto, a campanha toca. Respiro fundo e penso em ignorar, mas não posso fugir. Não errei, não fiz nada. Se me esconder igual uma menina covarde, estarei demonstrando fraqueza.

Abro a porta e Perola entra feito um furacão.

Perola: Pode me explicar que merda de matéria é aquela? Porque não acredito que isso tenha saído da minha melhor amiga. — Encaro a mulher à minha frente, que está nervosa e agitada, então desabo novamente em um choro e sua reação é de me abraçar.

Carla: Eu não publiquei aquilo, Pê, juro pra você. Não sei o que aconteceu, mas tenho que conseguir provar. — Sinto ela soltar um longo suspiro de alivio.

Perola: Calma! No fundo eu sabia que você não seria capaz de algo tão baixo... só me assustei. E quando o Lucas viu que era a Abby, achou... — Interrompo.

Carla: Que eu estivesse com ciúmes do Arthur. Nossa! Acham que eu sou tão imatura a esse ponto? Posso trabalhar com isso, mas não me rebaixo, sabe disso.

Perola: Eu sei. Foi justamente o que eu falei pra ele.

Carla: Alguém armou isso pra mim. — Passo as mãos nos cabelos.

Perola: Alguém que odeia muito você. Porque vou te contar, essa foi em cheio. — Sento o sofá em busca de ar.

Carla: Mas quem? Se eu fizer uma lista de pessoas que me odeiam e tem vontade de se vingar por causa de alguma matéria existem várias; mas o problema nem é esse, e sim o fato de ser quem sabia da história da Abby. Arthur contou pra mim. Quem mais poderia saber? A não ser que ele tenha mentido em relação a isso. — Perola revira os olhos.

Perola: Logo agora que eu preparei o presente da Lorena. Estava tudo tão bem. — Franzo a testa.

Carla: Do que está falando?

Perola: Da matéria sobre você e o Arthur.

Carla: Foi você? — pergunto, surpresa.

Perola: Claro! Alguém precisava apresentar o novo casal de verdade e mostrar a Lorena que aquele homem é seu. — Sinto uma tontura e me apoio no sofá. — O que foi? Parece que vai desmaiar a qualquer minuto.

Carla: Só preciso ir ao banheiro. — Corro em direção ao vaso e despejo todo o meu jantar.

Pronto! Era só o que estava me faltando.

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