Capítulo 10 :

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CARLA

Ainda estou parada, encostada no meu sofá. Minhas pernas estão bambas e minha respiração parece querer falhar a qualquer momento. Estou há tempos sem sexo e me aparece um homem desses se insinuando... eu não pude resistir. Não pude.

O cheiro de homem que ele exala, a pegada... minha nossa!

Mas o que está havendo comigo? Bato o meu rosto duas vezes para acordar do transe.

Perola: Uau! Que cena! Estava quase comprando a pipoca. — Ela sai do meu quarto com um sorriso malicioso no rosto e cai sentada na poltrona próxima a janela.

Carla: Eu não sei o que aconteceu. Eu parecia uma virgem que nunca viu homem na vida. Fiquei sem ação. — Dou a volta e sento no sofá.

Perola: Mas eu sei. O cara quase transou com você... você estava quase implorando por um beijo. Falei que precisa de alguém para foder até que fique sem andar. — gargalha.

Carla: Não fale asneiras. Ele me pegou de surpresa.

Perola: Não, minha querida. Surpresa estava eu! Como um homem lindo desse te dá bola e você deixa sair? Eu agarraria na primeira oportunidade. — Ela fica pensativa — Se bem que eu tive e tenho oportunidade, mas ele não é o que eu quero. Não faz meu tipo. — Ergo minha sobrancelha.

Carla: Hum... E quem seria?

Perola: Ninguém conseguiu abalar minhas estruturas... ainda. Porém, posso me divertir com outros enquanto isso. Não é pecado, verdade? — Assinto. — Mas não desvie o assunto Carla Days. Estávamos falando do Arthur e suas ameaças sensuais.

Carla: Ridículo! Se acha! Só de ver as fotos já tive minhas dúvidas, mas depois de hoje, tenho certeza.

Perola: O que será que ele vai fazer, hein?! Um processo eu acho que não rola. Mas já o sexo... ele deixou bem claro que está disposto a fazer o que você quiser entre quatro paredes.

Carla: Já ouviu falar em cão que late não morde? Então, só fala demais.

Perola: Você queria que ele fizesse Carla? — provoca.

Carla: Vai à merda! — Atiro uma almofada nela, e sorrio.

Depois que Perola vai embora, fico sozinha com meus pensamentos. Lembro-me do jeito que ele se aproximou de mim e do que poderia ter acontecido caso ele tivesse prosseguido.

Arthur é lindo e com toda certeza é bom de cama, mas eu jamais cederia tão fácil assim. Meu problema é apenas a falta de homem. Só preciso de alguém que apague meu fogo; mas o negócio está difícil.

Carla: É, Chaplin, mais uma noite sem ninguém para me aquecer. Só me resta você mesmo, garanhão. — Pego meu cachorro nos braços e beijo seu focinho.

Ele responde deixando uma lambida no meu nariz. Sorrio com o gesto. Desde que vim morar sozinha ele é minha companhia. Gosto de ficar aqui no meu lugar, mas admito que a solidão às vezes, só às vezes, bate.

Tenho Perola que alegra meus dias com o jeito extrovertido dela e também tenho minha família, que de qualquer forma, mesmo pegando no meu pé, é meu alicerce.

Preparo algo para comer pois já é tarde e preciso descansar a mente. O dia foi parado com notas sobre celebridades, mas tive um dia bem movimentado depois da visita daquele imbecil.

Aquele diabo lindo e musculoso.

Por falar nele, acabo pegando o notebook e coloco em um site de buscas. Pesquiso o nome dele e várias notícias aparecem. O que me espanta é o fato de eu não o ter conhecido antes. Tudo bem que não sou muito ligada a futebol, mas é uma vergonha para uma jornalista não estar por dentro de tudo.

Passo as fotos e vejo várias dele em eventos acompanhado por uma loira exuberante e bem conhecida: Abby, uma modelo linda, e com ar esnobe.

É muito magra e alta como aquelas que a gente costuma ver em outdoors espalhados pela cidade, mas escandalosamente linda. Já tinha visto com um ator famoso e lembro bem que tiveram um longo relacionamento, até terminarem e ela começar a se envolver com outro, um anônimo.

Ela tem o corpo perfeito, diga-se de passagem. Bem no estilo de mulher que jogador adora desfilar e exibir por aí.

Será namorada dele? Não há fotos comprometedoras dos dois. Nas únicas mais íntimas ele está com a mão ao redor da sua cintura e falando ao pé do seu ouvido enquanto ela sorri. Mas o que eu estou fazendo? Fecho o notebook de uma vez e deito na cama.

Bem capaz de agora eu ficar vasculhando sobre a vida daquele mulherengo. Tenho é pena de quem se envolver com um homem desses. Não deve valer o que veste. Tenho que parar de pensar nele. Isso é falta de sexo, só isso. Só pode ter sido alguma praga que ele jogou em cima de mim.

Acordo com o som da música da Anitta. Sim, esse é o toque de chamada da Perola. Impossível escutar essa música e não lembrar dela. A própria colocou no meu celular para diferenciar das outras chamadas.

Passo a mão no rosto e pego o celular que está no criado mudo. A foto dela fazendo bico aparece na tela, me fazendo sorrir.

Carla: Espero que tenha um bom motivo para me acordar tão cedo. — falo e escuto sua risada abafada.

Perola: Credo! Você anda azeda. Já te falei que você precisa de alguém para foder você. Com força. De preferência o Arthur.

Carla: Perola, meu mundo não gira em torno de homem, mesmo que o sexo seja necessário. — Gargalha com um som gostoso de ouvir.

Perola: Desculpa! Me empolguei! — Estranho sua voz.

Carla: Está bêbada?

Perola: Um pouquinho, nada demais. Só passei um pouco da conta no coquetel de lançamento de uma revista. Estou saindo daqui agora. — Reviro os olhos.

Carla: Mas enfim, o que você quer me ligando tão cedo? Com certeza não era para dar palpite na minha vida sexual mais uma vez. — Bufa.

Perola: Soube que a Lorena levou um baita de um pé na bunda do marido... eeer... agora ex. — Levanto de uma vez.

Carla: Conta tudo! Quem te falou?

Perola: Conversei com uma socialite que mora no mesmo prédio que eles. Disse que os dois protagonizaram um barraco daqueles. Com direito a xingamentos, vasos quebrados e uma bunda chutada para fora do condomínio. Mas como você sabe, ela deu um jeito de abafar tudo.

Claro!

Carla: Ninguém mais sabe?

Perola: Não. O condomínio é de luxo e bem privado. Os vizinhos não mantêm muito contato uns com os outros. Por sorte essa mulher viu tudo e me contou.

Carla: Ótimo! Vou amar acabar com a imagem dela. É hoje que eu me sinto plenamente realizada. — Ela sorri do outro lado.

Perola: Você não presta.

Carla: Tanto quanto você, meu amor. — Desligo e corro para ligar meu notebook.

Apesar de não ser o que almejei para minha carreira, me divirto com tudo isso. É melhor ainda quando envolve essa mulherzinha do meu nojo. Estou com ela entalada na minha garganta até hoje.

Começo a digitar a matéria no blog. Bela maneira de agitar o dia dessa perua. Daria tudo para ver a reação dela. Nessas horas eu sinto inveja do Harry Potter por ter uma capa da invisibilidade.

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