Capítulo 45 :

1.5K 93 21
                                    


Arthur: Perdeu alguma coisa? — Abro a porta e ela me segue.

Lorena: Vim conversar com você. — Olho para cara de pau dela e lembro do que ela fez com o Chaplin.

Arthur: Eu não tenho nada para conversar com você, Lorena. Nem seu amigo eu sou. Transamos uma única vez e foi um erro. — Em um gesto de tédio, ela revira os olhos azuis.

Lorena: Bem, você adorou.

Arthur: Eu sequer consigo lembrar de como você foi parar na minha cama. — Sento no sofá e a encaro com um olhar nada amigável.

Lorena: Vim convidar você para jantar comigo ou qualquer outra coisa para que a gente possa se conhecer melhor. — Gargalho.

Arthur: Você escutou bem o que acabou de falar? Você é ridícula! — Levanto e me aproximo. — Vou ser mais claro com você. Uma transa. Sexo. Entendeu? Não quero nada com você. Arruinou minha vida. Desde que você apareceu e se ajoelhou entre minhas pernas, eu fui dispensado dos jogos e perdi alguns contratos. O que mais quer?

Lorena: Espera aí. A culpa não foi minha e sim daquela piranha da Carla. Ela sempre procurou me destruir e foi uma pena que você estava junto. Não posso fazer nada...— Meu corpo queima de raiva e eu não me controlo, segurando Lorena pelo braço.

Arthur: Nunca mais fale da Carla dessa maneira. Eu não permito que coloque o nome dela nessa sua boca imunda! — Seus olhos arregalam — E tem mais, eu sei o que você fez com o Chaplin. Estou com tanto nojo de ver você respirando o mesmo ar que eu. Só não arranco esses seus dentes porque é mulher e eu não sou um filho da puta covarde. — Arrasto Lorena até a porta. — Agora vá embora daqui e faça o favor de não voltar. Vou proibir sua entrada, nem que para isso eu tenha que registrar queixa contra perseguição. — Ela se recompõe e me encara.

Lorena: Estão amigos? Virou defensor daquela vagabunda? — Debocha, ajeitando os cabelos.

Arthur: Isso não é problema seu.

Lorena: Você vai ver que ninguém faz nada contra Lorena Monteiro... sua amiga jornalista sabe bem disso!

Arthur: Não tente fazer mais nada com ela, ou não medirei esforços para acabar com você e sua vida infeliz. — Ameaço.

Depois que ela sai, respiro aliviado. Não sei o que essa maluca quer, mas de qualquer forma é melhor manter distância.

Separo minha roupa e tênis para correr um pouco. Preciso gastar mais energias fora da cama também. Não que seja ruim, já que estou gastando muito na cama, sofá e debaixo do chuveiro. Logo percebo que já estou excitado.

Tomo um banho e visto minha roupa. Conecto os fones e deixo uma playlist rolar. Caminho até a orla, me alongando. Por aqui as pessoas já estão acostumadas com a minha presença. Também uso sempre boné, já que me esconde e não preciso chamar atenção enquanto faço minha corrida.

Mateus e Kaun soa nos meus ouvidos enquanto a brisa do mar toca meu rosto, me deixando relaxado. Tento não pensar muito quando estou me exercitando, mas é quase impossível não pensar em cada detalhe desses últimos dias.

Corro durante uma hora e meia. Paro em um quiosque e compro uma água de coco. Sento na beira da praia e fico quieto. Sozinho, perdido em pensamentos.

Tenho a chance de fazer minha vida mudar, mas ainda não sei como e nem quando. Para falar a verdade, nem sei o porquê. Estou bem da maneira que vivo, com liberdade, mente em paz e sem problemas para me atormentar.

Sinto alguém se aproximar por trás e antes que eu possa me virar, duas mãos macias fecham meus olhos. O cheiro é familiar, mas não consigo lembrar.

Abby: Você é péssimo! — Abby resmunga e senta ao meu lado na areia.

Arthur: Que coincidência boa te encontrar por aqui. — falo, e ela me lança um sorriso.

Abby: Estava dando uma volta e te vi. Anda sumido. Fui algumas vezes ao seu apartamento, mas você nunca estava por lá.

Arthur: Para isso existe celular. — Dá de ombros.

Abby: Queria fazer surpresa, mas imaginei que estivesse com algum rabo de saia. Não vive sem se enfiar entre as pernas de alguém. — Coloco a mão no peito.

Arthur: Quanta maldade! Sou um pobre homem com desejos aflorados, nada mais do que isso.

Abby: Uma definição bonita para pervertido. — Gargalho.

Arthur: E como você está? O babaca te procurou? — Respira fundo.

Abby: Não. E esse é o meu medo... ele anda quieto demais. Mas pelo menos estou podendo respirar aliviada por um tempo.

Arthur: Isso mesmo. Aproveite para cuidar de si mesma, trabalhar. Nada melhor do que se distrair. — Abby me lança um olhar desconfiado.

Abby: Você está diferente, Arthur. Não sei o que, mas está. Um brilho no rosto...

Arthur: Impressão sua. — Levanto antes que ela prolongue o assunto. — Vamos sair pra comer algo? Podemos jogar conversa fora enquanto isso. — Ela assente e caminha comigo até um restaurante mais próximo.

Durante o caminho, Abby me conta sobre um novo cara, e que está apaixonada, porém não pode expor o rapaz, já que qualquer movimento falso dela chamará a atenção do imbecil do ex, que tem o vídeo em mãos.

Arthur: Eu estou saindo com alguém. — falo enquanto começamos a comer.

Abby: Sabia. Então o nome desse brilho é paixão. — Ela sorri.

Comentem

O Astro do Futebol ⚽️ Onde histórias criam vida. Descubra agora