Capítulo 99 :

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PÉROLA

Pérola: Só tenho que fazer uma coisinha. — Caminho até a mesa do outro lado e sinto que Cássio me acompanha. — Que bela reunião de negócios! — falo de uma vez, sentindo um peso sair das minhas costas.

Assim que pronuncio as palavras ele reconhece minha voz, então vira assustado, sem acreditar que logo eu estou no mesmo ambiente.

Xxx: Quem é essa? — A bela loira pergunta e me analisa da cabeça aos pés.

Lucas: Ah, é uma conhecida. —  O que? —  Ela é a amiga da namorada do Arthur.

Abro minha boca com a surpresa. Cassio já percebeu e já se aproxima. Filho de uma puta!

Lucas: O que faz aqui, Pérola? Um lugar tão longe.

Cretino!

Olho para a bebida na mesa e penso em atirar tudo nas fuças dele. O que de fato é uma boa ideia, mas chamaria atenção demais e eu me rebaixaria. Seria humilhação demais para uma mulher adulta na frente de todas essas pessoas. Então eu escolho a melhor alternativa. Que Deus me perdoe, e o Cassio também.

Pérola: Vim passar a noite na casa do Cássio. — Passo o braço ao redor da cintura dele, que retribui. — Meu namorado, irmão da Carla. — Lucas fica claramente nervoso, puxando a gola da camisa. Seu olhar se alterna entre mim e Cassio.

Lucas: Na-namorado? — gagueja. — Eu não sabia. — Em um gesto tranquilo, Cassio estende a mão para o cretino, que aperta, sem outra alternativa.

Cassio: Cassio Diaz. — Se apresenta sacudindo a mão do meu, agora ex, parceiro de foda. — Agora se nos der licença, precisamos procurar um lugar pra sentar.

Mesmo com o mal-estar, revoltada e com vontade de arrancar o pau desse desgraçado, eu uso o melhor sorriso e dou meia volta, me afastando o máximo que posso e me sentindo decepcionada por ter o dedo tão podre para homens. Acho que meu destino é ficar realmente sozinha.

Cássio: Era seu namorado? Se quiser, a gente pode ir a outro lugar. — Sua pergunta me pega de surpresa assim que sentamos.

Pérola: Nem pensar! Eu vou ficar aqui. Se ele se incomodar, que saia. E não, ele não é meu namorado. — Sinto as lágrimas queimarem meus olhos, mas tento me recompor. Não posso enfraquecer por causa de uma pessoa que só me considerava na cama.

Cassio: Dois chopes bem gelados, por favor! — Ele grita para o garçom e eu levanto. — O que foi?

Pérola: Preciso ir ao banheiro retocar a maquiagem. — Chorar, na verdade.

Quando ele assente, eu corro até a parte de trás na direção ao banheiro feminino. Não vou sofrer por quem não me merece. Ele não é o primeiro e não vai ser o último. Mulheres conversam animadas na fila, e eu espero impacientemente.

Droga de noite!

Lucas: Pérola! — Ah, não! — Que porra é essa de namorado? — Irritado, Lucas me encurrala contra a parede, ignorando as outras pessoas.

Pérola: Algum problema para você?

Lucas: Está fingindo para me fazer ciúmes. Que papelão!

Pérola: Papelão é o que você está fazendo nesse exato momento, meu querido. Me deixa em paz! — Puxo meu braço, dando um empurrão no seu peito.

Lucas: Irmão da sua melhor amiga. — Fala consigo mesmo. — Isso vem acontecendo a quanto tempo? — Sinto vontade de rir mas me controlo. Que direito ele tem de me cobrar alguma coisa?

Pérola: Tempo o suficiente para eu perceber que ele é bem mais homem do que você, seu pedaço de merda!

Lucas: Ele sabe que semana passada você estava na minha cama? — Sorrio debochadamente.

Pérola: Relacionamento aberto, Lucas. Tipo o que eu tinha com você.

Lucas: Tinha? — Ele parece bastante surpreso com minhas palavras.

Certo, cometi um erro feio ao usar uma mentira infantil para faze ciúmes a ele, e por causa disso não tenho direto algum de exigir explicações. Que merda!

Pérola: Me deixa em paz, Lucas. Não quero nada com você. — Ele, por sua vez, segura meus braços e me pressiona contra seu corpo, tentando me beijar.

Lucas: Não, você não pode terminar comigo! Eu sou louco por você Pérola!

Pérola: Não foi o que pareceu. — Aponto com o queixo na direção da entrada. Lucas fecha os olhos e aperta antes de voltar a me encarar.

Lucas: Ela é minha namorada. — É como se eu acabasse de ser estapeada. — Negócios. O pai dela é um grande empresário e está me ajudando, por isso não poso dar um fora nela agora.

Pérola: Meu Deus, esse tempo todo... — Me sinto enojada. — Saia de perto de mim.

Lucas: Entende, Pérola, por favor! Eu só preciso levá-la em banho maria por algumas semanas, mas eu juro que vou ser apenas seu.

Começo a estapear seu peito, batendo sem parar, mas ele tenta me conter, agarrando meus braços enquanto eu grito palavras sujas, cuspindo toda a minha revolta.

Xxx: Solta ela! — O grito feminino vem de uma das mulheres da fila. — Somos pelo menos dez mulheres contra um bundão cretino.

Lucas: Você só pode estar de brincadeira. — debocha.

Xxx: Alguém aqui está com cara de quem está brincando? — Uma delas ergue a garrafa de vodca.

Entendendo que não tem saída, ele se afasta em um gesto derrotado. Sinto um alivio por ele manter as mãos longe de mim. Para a minha surpresa e dele quando Lucas se vira para sair, leva um tapa forte no rosto, que me faz querer gargalhar.

A namorada dele.

Xxx: Nunca se esqueça que mulher sempre vai apoiar a outra, seu cretino! — Sem mais ela se afasta, indo embora do bar e fazendo a melhor escolha da vida dela.

Agradeço as outras mulheres pela ajuda e volto para mesa, sem precisar mais usar o banheiro. Quando Cassio me vê, pergunta o que houve.

Pérola: Percebi que as mulheres são as melhores pessoas do mundo inteiro. —Viro um gole da bebida e sorrio. Posso até ter levado um tombo, mas continuo de cabeça erguida.

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