Capítulo 18 :

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CARLA

Perola: Você. É. Maluca. — Perola fala pausadamente, enquanto conto sobre a noite anterior com o Arthur.

Ela está aqui desde cedo. Chegou com uma dor de cabeça devido a bebida, e nesse momento está deitada no sofá com uma compressa de gelo na cabeça.

Carla: Ah! Maluca nada. Ele me provocou e teve o que pediu. Não posso demonstrar fraqueza para um homem que se acha a última bolacha do pacote. Tenha santa paciência!

Preparo um caldo para minha amiga enquanto conversamos. Perola pode ser liberal e solta, mas tem um pai bravo em casa. Ele sabe que ela bebe, sai pela noite, mas não imagina o excesso.  Por isso quando bebe demais, sempre vem procurar refúgio aqui comigo. Eu não me incomodo, até porque sou sozinha com o Chaplin.

Carla: Bebe isso, vai fazer você acordar. — Ela cheira e faz cara de nojo.

Perola: Você quer me matar? Esse troço está nojento.

Carla: Esse troço é um caldo que acorda até defunto. Então deixa de ser mal-agradecida e toma logo. Sabe que anda bebendo mais do que deveria. Não pode aproveitar uma festa sem ter que encher a cara?

Perola: Ontem eu tive uma pequena discussão com o Tom. — Bufo.

Carla: Aquele canalha? E o cara bonitão que estava na festa com você? — Sorri.

Perola: O bonitão foi quem salvou minha noite. Tivemos uma noite de sexo incrível. Uma como há tempos não tenho. — Seu olhar entristece — Mas antes, na hora que estava saindo com ele da festa, o Tom estava na portaria me esperando. Ficou ofendido por me ver com outro e disse que nunca mais eu o procurasse. Bebi um pouco além da conta e tive com quem me distrair durante a madrugada. Hoje acordei assim.

Carla: Muito cheio de moral. Filho da mãe! — Tom é uma pedra no sapato. Sinceramente, não sei o que ela viu nele.

O cara é um coitado, Zé Ninguém, e ainda por cima cafajeste. Nesse tempo que passaram juntos ele só a fez sofrer.

Perola: Isso não é nada. Ainda quis bater no meu acompanhante. Por sorte o uber chegou e entrei logo. Por fim, acabei me divertindo. O homem sabe o que faz... apesar de não conseguir lembrar todos os detalhes.

Carla: Bom, espero que isso seja um ponto final na sua história com aquele canalha.

Perola: E é. Chega! A gente nem estava se entendendo mesmo.

Carla: Quando estiveram? — brinco e ela sorri.

Perola: Verdade. Mas me fala sobre o Arthur. Não deu vontade de ceder? — Suspiro, me jogando na cadeira.

Carla: Ora se não. Devo admitir que ele sabe abalar as estruturas de uma mulher. E é tão cheiroso, meu Deus! — Pego a almofada e começo a me abanar.

Perola: Então pra quê fazer charme? Muitas dariam tudo para estar no seu lugar. — Ergo o dedo.

Carla: Aí está o ponto. Todas cedem fácil, mas eu não. Não serei mais uma para esse jogador metido a conquistador. Esse tipo de homem come e joga fora e não estou disposta a ser largada e tratada como qualquer uma. Prefiro ser do tipo que usa do que das que são usadas.

Perola: Você é certinha demais. Cadê minha amiga que amava sexo? Dá logo para esse homem!

Carla: Ainda amo, mas não sei, amiga. Ele me causa uma insegurança. Não confio em mim quando ele está por perto. — Ela desiste de falar e toma seu caldo. Ligo meu notebook e conecto no meu blog.

Perola: Você está com cara de quem vai aprontar. O que vai publicar aí? Dona Carla! Estamos sem novidades.

Carla: Quem disse isso? — Digito quieta no meu lugar, sem tirar o sorriso dos lábios.

Sei que de alguma forma, estou sendo infantil, mas não faz mal brincar um pouco e cutucá-lo. Tenho que tirar proveito da situação.

Carla: Quer ler? — pergunto a ela antes de apertar em publicar. Minha amiga levanta e senta no meu colo. Seus olhos ficam fixos na tela.

"Para quem não sabe, ontem foi realizado um jantar beneficente para arrecadar fundos para uma instituição que ajuda crianças com câncer. O convite custava em torno de oitocentos reais e várias pessoas influentes estavam presentes. Entre elas, empresários, atores, políticos e jogadores. Sim, e um especificamente se divertiu bastante. Fontes me contaram que ele estava bem animado ao lado de uma bela mulher, que por sinal, não caiu nos seus encantos. Arthur, como vocês conhecem bem, foi visto em diversas tentativas de sedução, mas todas falhas. E para fechar a noite, ainda recebeu um belo banho de champanhe para "apagar seu fogo". É... acho que ele não anda com essa bola toda não. Nem em campo, e pior, nem na vida pessoal e sexual."

Perola: Você é uma fodida filha da puta. — gargalha. —Sim no diminutivo Carla! Sabe que vai se ferrar, não é? — Dou de ombros.

Carla: Não me importo. Ele tem que saber com quem anda mexendo. Não vai ficar jogando comigo. Posso mostrar o quanto sou melhor do que ele. — Ela levanta e vai até a pia lavar seu copo.

Perola: Pelo menos não é nenhuma notícia sobre aquela cobra.

Carla: Quem?

Perola: Lorena. Por sinal, ela anda quieta demais para meu gosto. — Reviro os olhos.

Carla: Aquela ali não é nada. Tinha influência, hoje não tem mais.

Perola: Mesmo assim, não confio nela.

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