CARLADesde que sai do meu quarto, o que tenho reservado somente para mim, decorado pela minha avó, que estou parada na frente da porta do quarto do Cassio. Estávamos todos juntos, já que tive que chamá-los para avisar que estou indo embora com o Arthur.
Mas congelei, aliás, congelamos quando vimos Arthur jogando a Sueli no chão, de baby doll, para fora do quarto. Olho pra minha prima, chorando... sem dúvidas lágrimas de crocodilo, sendo acalentada pela mãe e engulo o nó na garganta. Arthur está nervoso, segurando a toalha, que está em volta do seu quadril.
Cassio: Não vai explicar o que acabou de acontecer aqui? — Cassio pergunta. Cruzo meus braços e olho para o Arthur, que está pálido.
Arthur: Eu fui tomar banho e quando saí, ela estava jogada na cama, assim...— Ele me encara — Eu não fiz nada. Essa mulher é louca. Você tem que acreditar em mim, Carla!
Todos esperam que eu fale algo, mas eu não consigo. É como se eu estivesse processando tudo.
Marta: É óbvio que ela vai acreditar na prima. — minha tia fala — Nós somos sua família. Esse cara... Bom, ele é jogador, um cafajeste, que não satisfeito em seduzir uma, foi atrás da outra. Você conhece a Sueli, Carla. Sabe bem que...— Ela para quando eu a encaro.
Carla: Justamente, tia! Eu conheço bem a Sueli, não é? Então, como acreditar que essas lagrimas são verdadeiras? Como ter certeza de que não foi ela que entrou atrás do Arthur como uma cadela no cio?
Carlos: Carla, olha o palavreado! — Meu pai chama minha atenção.
Helena: Deixe! Sua filha tem razão. — Vovó toma a frente.
Sueli: Mãe! Não pode permitir isso! Ela está me ofendendo! — Cerro o olhar pra ela.
Carla: Cala a boca, Sueli. Não estou falando com você. Não ainda.
Minhas pernas estão bambas e mal consigo respirar. Mas no fundo eu sei bem em quem acreditar. Por mais canalha que ele seja, eu sei quem está falando a verdade.
Marta: Você não vai ficar falando assim com minha filha! Que por sinal, foi atacada pelo seu namorado!
Carla: Marta, sua querida filha se insinuou para o meu namorado ontem à noite, hoje no café e com toda certeza agora também.
Sueli: Mentira! Ele que deu em cima de mim! Assim como fez na casa do Ítalo!
Tão dissimulada, que quem não a conhece acredita em todas suas palavras. Só de ouvir essa sua voz irritante me dá vontade de vomitar. Eu me aproximo
Carla: Se você é tão certinha assim, por que não fala pra todo mundo aqui o que estava fazendo em festa de jogador? Porque eu nunca participei, mas sei bem o que acontece. Uma moça direita, inocente, não participa de orgias. — Meus pais me olham chocados, mas não falam nada. — Se ele tentou te forçar a alguma coisa, explica como veio parar no quarto dele, do lado oposto ao seu e de camisola? Não acha isso meio estranho? — Ela sorri.
Sueli: Você é muito estúpida. Namorar um jogador. — debocha. — Sabe que ele sempre vai procurar por outras, não é? Sabe que eles nunca se contentam apenas com uma mulher... e quando cansar...
Não vou mentir, sinto vontade de bater no seu rostinho bonito, mas não darei esse gosto, muito menos me rebaixarei a tanto.
Carla: Você está pedindo uma boa surra, mas não brigo por causa de homem nenhum. Não sou do seu tipo. E sabe, Sueli, eu sinto pena de você. De verdade. Tão bonita, esperta, podia usar essas qualidades para crescer na vida de uma maneira melhor. Tentar dar golpes em homens famosos e ricos não ajuda em nada. É isso que quer pra você? Não se iluda!
Estou falando isso porque sei o que ela já fez. Minha prima já engravidou de um namorado e tentou botar a responsabilidade em um empresário, que quando soube que ia ser "papai" deu uma surra nela que a fez perder o bebê. O tal homem conseguiu abafar o ocorrido e deu uma boa grana para que as duas ficassem caladas. Eu até tentei descobrir o nome do homem e jogar a notícia na internet para que outras meninas não passassem pelo mesmo, mas nenhuma quis me dizer.
Sueli: É muito idiota mesmo. Esse daí que hoje come você já passou por todas. Sabe bem que ele era o terror das festas, não sabe? O melhor, o mais quente e mais...
Helena:: Cala a boca! — Assusto-me com o grito da minha avó. — Marta, tire sua filha daqui antes que eu lhe dê uma boa surra. A que por sinal, você nunca deu. Porque eu já estou ficando com nojo de cada palavra que sai da boca dela.
Marta: Inacreditável! — minha tia me olha com ódio — Sempre demonstrou ter mais amor por essa daí e nada pela minha filha. Tudo sempre foi por ela. Por quê? Minha irmã nasceu da mesma barriga e todas somos do mesmo sangue. A senhora sempre puniu por essa menina. O que ela tem que minha filha não tem? Olhem pra Sueli! Linda, exuberante, elegante, mas ninguém aqui se importa com ela. Todos sempre foram a favor dessa...
Mara: Olha o que você vai falar da minha filha! Não responderei por mim. — Minha mãe toma a frente, mas meu pai a segura pelo braço.
Helena: Marta, minha filha... Desde quando guarda tanto ódio no coração? — A voz da minha avó é falha e me dói.
Marta: Sempre quis o melhor pra mim e minha filha. Mas o que aconteceu? Estamos aqui, nós duas. Morando de favor e vendo todos aclamarem essa menina irresponsável que brinca de ser jornalista. Que ainda por cima, consegue namorar um cara rico. Isso é tão injusto!
Helena: Você não mora de favor, a casa também é sua. E em relação a vida deles ser melhor que a sua, é o que eu sempre digo, cada um colhe o que planta. Você sempre fez tudo por interesse, minha filha. A vida não é assim. Ambições, tudo bem... mas não essa que cega, que é capaz de passar por cima de qualquer pessoa. Não pode ser assim. Você criou sua filha pra fisgar marido rico. Por que não a incentivou a estudar e ter sucesso próprio? Pelo contrário, sempre passou a mão na cabeça dela, apoiando em todas as bobagens e sorrindo a cada vez que ela contava sobre as madrugadas em iates, festas, limusines.
Seu olhar se direciona ao Arthur.
Helena: Não conheço você tão bem, mas como jogador bonitão, sei que deve ter uma lista infinita de conquistas. Porém, pelo que conheço da minha neta, tenho certeza absoluta que você é inocente nessa história. Se vocês já tiveram algo no passado não me importa e nem é da minha conta. Mas eu gosto de você e só peço que respeite a Carla. — Tento abrir um sorriso para a minha avó, mas não consigo. Não estou me sentindo bem.
— Agora vá e se vista. Carla já contou que estão indo embora. Acabou o clima tenso. Esperarei vocês lá fora para um beijo. E você, Marta, mais tarde teremos uma reunião a três.
Aos poucos eles começam a sair do corredor e eu fico sozinha com Arthur, que está tenso.
Arthur: Sinto muito por fazer você passar por isso.
Carla: Se veste, Arthur. Depois a gente conversa! — Pego minhas coisas e vou para a varanda.
A vontade que tenho é de chorar, mas nunca fui fraca para por qualquer coisa derramar lágrimas. Respiro fundo e tento disfarçar os olhos molhados.
Comentem
VOCÊ ESTÁ LENDO
O Astro do Futebol ⚽️
FanfictionSinopse: Carla Diaz é do tipo que perde o amigo, mas nunca perde uma boa fofoca. Formada em jornalismo, ela trabalhou em um dos jornais mais importantes do Brasil; até que por um furo de notícia, ela precisou repensar toda a sua vida e carreira. Par...