CARLACinco meses depois......
Minha vida realmente esta voltando ao normal. Arthur comprou um apartamento para os pais, irmã e sobrinho. Minha sogra é um amor de pessoa e a Dani também. Amo o Pedro. Sempre me divirto com as pérolas que ele solta.
Já com a Thais, o Arthur continua frio. Já fala com ela normalmente, mas ainda não conseguiu perdoá-la cem por cento. Eu não tenho falado com ela ainda; sou bem mais orgulhosa do que o Arthur. O pai dele ainda permanece um pouco deslocado quando precisa interagir com a gente, mas está provando ser sincero e estar arrependido. Fico feliz pelo Arthur, porque assim ele recupera os anos perdidos.
Sobre a Sueli, está presa. Vai passar uns bons anos de cadeia por tentativa de homicídio. Minha avó ainda vive inconformada por ver a neta destruir a vida por uma bobagem. Minha tia ficou revoltada com a prisão da filha e ainda veio me atacar, dizer que eu era a culpada por sempre tentar ser melhor do que a minha prima.
Foi preciso o Arthur ameaçar chamar a polícia para que ela saísse da frente do meu prédio. Estava totalmente descontrolada. Até entendo a mãe sofrer por causa da filha, mas tentar buscar meios de justificar é demais.
Em relação a Lorena, ela ainda está prestando serviços comunitários e anda sumida da mídia. O dinheiro que ela teve que me pagar, foi dividido. Uma parte Arthur doou pra ONG que cuida dos cachorros, e a outra para os meninos da comunidade que fomos uma vez, logo no começo do nosso relacionamento.
Arthur montou uma escolinha de futebol para eles. Comprou um prédio que estava abandonado e adaptou tudo. Lá eles têm direito a jogar e fazer refeições, contanto que apresentem bom desempenho na escola. Alguns jogadores amigos dele também ajudam doando uma quantia mensal.
Estou curtindo bem minha gravidez. Claro, Arthur também, que se mostrou um pai coruja desde sempre. Não para de babar na minha barriga, que por sinal já está bem redonda e enorme. Já estou com sete meses de gestação e muito ansiosa.
Nós iríamos esperar a surpresa na hora do parto para saber o sexo do bebê, mas acabamos não resistindo e fiz a ultrassom. Primeiro, a briga era para quem iria entrar na sala comigo. O médico só autorizou um acompanhante, mas meus pais, irmão, sogra, e claro, Arthur, queriam entrar.
Porém, a escolha era óbvia. O pai tinha que estar presente nesse momento tão especial. Arthur estava tremendo, mal conseguia falar direito. Chegou a ser engraçado. Um homem forte tatuado, cheio de atitude, nervoso por causa de um exame. Quando as imagens surgiram na tela e o médico falou o sexo, nós dois choramos muito. Foi tudo filmado, obviamente. Ficará como uma lembrança.
Vou ser mãe de um menino. Lucas, nosso maior presente. O Lucas amigo do Arthur brinca dizendo que é em homenagem a ele, mas é claro que não. Eu sempre falei que se tivesse um filho homem o nome seria "Lucas" Que significa "Iluminado. Homem cheio de energia, vigoroso e bondoso".
Dá pra acreditar nisso? Até um tempo atrás eu só tinha meu blog, o Chaplin e vivia sozinha no meu apartamento. Hoje tenho um namorado e um filho que ainda está na barriga, mas crescendo tão rápido. Lucas não sossega. Chegou na fase de passar a noite mexendo de um lado para o outro, principalmente quando escuta a voz do pai.
Abby: Boa noite! Pronta pra gente ir ao jogo? — Ela entra no quarto, enquanto termino de me arrumar.
Ela e eu estamos construindo uma amizade. Logo após a poeira baixar, tivemos uma boa conversa. Abby me pediu desculpas, principalmente pelo Arthur, têm um carinho imenso e fraternal. Ela está namorando, trabalhando muito, mas sempre que tem tempo me visita. Sempre traz roupas, sapatinhos e mimos para o "sobrinho". Na verdade, todo mundo anda mimando demais o meu garoto.
Carla: Acha que estou bem assim? — Escolhi um vestido acima do joelho, manga curta e bem confortável.
Abby: Está linda! Arthur vai babar nesse barrigão. Sabe disso! — Sorrio. Pego minha bolsa e saio com ela.
Hoje é a final da Copa do Brasil. Estão todos ansiosos. O que me espanta é o fato de o Arthur não ter colocado obstáculo pra que eu fosse, já que sempre fico nervosa por ele. Agora ando mais apegada a futebol do que nunca. Só por ele, claro. Até minha avó passou a acompanhar mais a carreira dele. Só não torce pelo mesmo time. Aliás, hoje ela disse que torceria, já que o Flamengo jogará com o São Paulo.
Já é o segundo jogo. Estamos com vantagem e com o resultado de um a zero, já levamos a taça. Seja o que Deus quiser! Chegamos ao estádio bem mais cedo. Arthur deu ordens pra ficarmos em uma parte mais segura por causa da minha condição. Falei com ele mais cedo. Está todo animado.
Assim que entro no camarote vejo minha família inteira, até minha avó e meus sogros. Meus pais demoraram para aceitar a proximidade do José, mas estão tentando se adaptar. Cassio é o mais firme em relação a ele.
Carla: Uau! Isso tudo é pelo Arthur? — pergunto, indo até eles.
Carlos: Por que não? — Meu pai me abraça — É um jogo importante e viemos prestigiá-lo. Ele agora faz parte da família. Diego Cumprimento minha mãe, avó, sogros, Pérola e Cassio.
Ah! Os dois estão começando a se envolver. O que foi uma bela surpresa. Agora Pérola, além de amiga, está virando cunhada. Tudo em família de qualquer forma. Ela anda viajando muito modelando para catálogos. Cassio, já começou a participar de grandes lutas aqui e fora do país também. Estou muito orgulhosa.
Helena: Meu Deus! Meu bisneto está maior a cada dia! Coisa linda. — Minha avó planta um beijo na minha barriga. Lucas responde com um chute quando o Cassio alisa.
Cassio: Caramba! Esse seguirá os passos do tio. — Reviro os olhos.
Carla: Arthur já disse que ele será atacante!
Cassio: Isso é o que ele diz.
Esse é assunto que sempre entra em pauta nos jantares de família. Arthur morre de ciúmes e Cassio já disse que vai logo ensinar o sobrinho a fazer o melhor esporte. E eu fico na minha, sem entrar em defesa de nenhum.
Enfim o jogo começa e é bem movimentado. A torcida não para de vibrar. Cantam e balançam a bandeira durante o jogo. Fico mais nervosa cada vez que Arthur toca na bola. O jogo está bem dividido. Os dois times estão jogando bem e a posse de bola é de cinquenta por cento para os dois. A cada chute a gol é um xingamento.
Acaba o primeiro tempo sem gols, o que deixa a torcida mais apreensiva. Perola me acompanha até o banheiro. Minhas idas a ele têm sido bem frequentes. Sem me esquecer da fome. Quando saio do banheiro, passo na lanchonete e compro uma garrafa de suco. Preciso molhar a garganta, já que ela está seca por causa do nervosismo.
Volto para o camarote e sento. Cada vez que olho para algum deles, percebo que sorriem. Estão estranhos. Até meu pai parece esconder algo. Antes que eu possa questioná-lo, o segundo tempo começa. Coração disparado, unhas comidas e mãos geladas. É assim que fico durante os minutos que passam. De repente, Arthur dá um passe para o companheiro dentro da área, e...
Carla: Gooooooolllll! — Levanto e grito.
Pronto. O gol foi o suficiente pra sacudir de vez o Maracanã e a minha família. Ninguém consegue escutar mais nada além dos gritos de vitória antes do tempo. Assim que o juiz apita, a festa começa. Até mesmo Lucas está bem agitado na minha barriga.
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O Astro do Futebol ⚽️
FanficSinopse: Carla Diaz é do tipo que perde o amigo, mas nunca perde uma boa fofoca. Formada em jornalismo, ela trabalhou em um dos jornais mais importantes do Brasil; até que por um furo de notícia, ela precisou repensar toda a sua vida e carreira. Par...