Respiro fundo, tentando não demonstrar raiva. Não darei gosto a nenhum dos dois. Júnior segura Chaplin, que lambe a mão do veterinário já conhecido dele.Passo os vinte minutos mais demorados da minha vida esperando Júnior analisar o novo raio x da pata de Chaplin e examiná-lo com cautela. Arthur está inquieto e Júnior vez ou outra o encara com desconfiança.
Junior: Ele está ótimo. Agora estará livre da faixa ou qualquer remédio amargo, hein, garotão? — Chaplin recebe carícias na cabeça.
Carla: Obrigada, Júnior. Só precisa me dizer o valor.
Junior: Imagina, Carlinha. Para você é de graça, sabe bem disso. Eu amo esse pequeno monstrinho.
Cena. Tudo isso do Júnior é cena. Conheço bem.
Arthur: Ela não precisa disso. Pode dizer o valor. — Arthur solta de uma vez, mas antes que eu abra a boca para falar, Júnior responde.
Junior: Não que ela precise, mas Carla sabe que sempre estarei disposto a ajudá-la.
Dessa vez ele solta um xingamento em voz baixa e pega o Chaplin, saindo da sala com ele nos braços. Antes que eu possa alcançar a porta, Júnior me puxa pelo braço.
Junior: Um jogador? Sério isso, Carla? — arquejo.
Carla: Eu que pergunto se isso é sério. Você não tem nada a ver com minha vida. — Não queria ser grossa, mas seu tom e seu aperto no meu braço me deixou incomodada.
Junior: Conhece a fama dele?
Não acredito nisso!
Carla: Tenha uma ótima tarde, Júnior.
Caminho ao lado do Arthur até seu carro. Estou zangada e nervosa. Arranco Chaplin do seu braço e abro a porta do carro, sentando em silêncio. Por enquanto.
Carla: O que diabos pensa que está fazendo? Namorado? — Sorri.
Arthur: Qual o problema? Aquele panaca estava me provocando. "Ex- namorado", grande merda.
Carla: Faça-me o favor, Arthur. Não tenho paciência para assistir concurso de mijadas entre um ex e um parceiro de foda. — Arthur me encara.
Arthur: É isso que eu sou pra você?
Carla: E o que mais seria? Sexo, Arthur! Isso é a única coisa que temos feito. Então...
Ele aperta o volante e dirige de volta para o meu apartamento. Esse homem mexe comigo. Está mexendo de um jeito que eu não queria. Não sei como vai ser quando eu ou ele tivermos que dar um basta nisso. Nessa loucura que estamos nos metendo.
Mesmo não gostando da cena dos dois no consultório, algo dentro de mim comemorou. Dois belos homens se alfinetando por mim deu um up em minha autoestima.
Quando abro a porta do apartamento, coloco Chaplin no chão, que corre até seu lugar. Arthur me empurra contra a parede de uma vez, me assustando.
Carla: O que está fazendo? — Pergunto quando a boca dele cola na minha.
Arthur: Fazendo jus ao meu papel, ao que você disse que sou.
Sexo. Foda. Isso mesmo. É isso que você é. Mais fácil assim.
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O Astro do Futebol ⚽️
FanfictionSinopse: Carla Diaz é do tipo que perde o amigo, mas nunca perde uma boa fofoca. Formada em jornalismo, ela trabalhou em um dos jornais mais importantes do Brasil; até que por um furo de notícia, ela precisou repensar toda a sua vida e carreira. Par...