Capítulo 57 :

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Amanheço já com o meu notebook conectado no blog da Carla. Lucas me mandou uma mensagem me mandando entrar e ler a nova nota escrita por ela. Coloco minha xícara sobre a mesa e leio atentamente.

"Quem diria! O Arthur Louzada, jogador mais conhecido por suas farras e mulheres, amolecendo o coração? Segundo o que fontes seguras alegaram, o mesmo está engajado em uma ONG que cuida de cães abandonados e maltratados. Devo dizer que ele soube fazer o que eu mais admiro em uma pessoa, e quem me conhece sabe que sou louca por cachorros. Sem contar que o Arthur foi visto jogando bola com meninos de uma comunidade carente (seguem as fotos). Pois é...Até que ele não é tão mal assim, hein? Veremos até quando ele permanecerá sem se meter em encrenca e em rabos de saia."

Gargalho com a matéria. Deslizo a tela e vejo fotos minhas com as crianças da vila. Ela tirou enquanto eu estava distraído.

Lucas: Ela está tentando limpar sua ficha. — Lucas me assusta quando entra na sala de uma vez.

Arthur: Está vendo? Ela não é uma má pessoa. — Dá de ombros, sentando à minha frente.

Lucas: Tenho ótimas notícias pra você, meu amigo. — Ele faz um mistério, me deixando nervoso. — Recebi uma ligação do clube e eles querem que você volte. — Levanto de uma vez.

Arthur: Não acredito! Sério?

Lucas: Sim. O time estava indo bem nos últimos quatro jogos, mas perceberam que você é indispensável. Amanhã mesmo você vai se apresentar e retomar os treinos. Ainda sem data certa para jogar, até porque precisam ver seu condicionamento físico e seu ritmo. Mas dependendo, jogará logo. — Sorrio satisfeito.

Arthur: Isso merece uma comemoração. — Lucas me olha feio.

Lucas: Você não vai me arrumar confusão! Não faça a diretoria se arrepender.

Arthur: Claro que não! Vamos jantar no meu apartamento. Você está convidado. E tem mais, irei chamar a Perola e você vai pedir desculpas pelo que falou. — Ele engasga com o café.

Lucas: Esqueça isso. Vai dar uma de cupido agora? Ela fez alguma lavagem cerebral em você?

Arthur: Não estou mandando você pedi-la em namoro. Só: "Desculpa por ter sido um babaca, Perola!". — Seus dedos batem ritmicamente na mesa.

Lucas: Ela sabe disso?

Arthur: Que você é um babaca? Sim! — brinco. — Ainda não. Vou conversar com a Carla. E tem mais, nada de demonstrar sua birra por ela.

Lucas: Já desencanei disso; apesar de achar que você se apegou demais.

Arthur: Acho bom mesmo. Senão esquecerei que você é meu amigo. — Ele ergue os braços.

Lucas: Que bonitinho ele apaixonado. — Provoca.

Arthur: E você vai me dizer que não se apaixonou pela Perola? — Bufa.

Lucas: Paixão? Menos, cara! Eu gosto do sexo que compartilhamos, nada mais! Não namoro, nem tenho paciência para isso. Perola sabe bem que comigo... no máximo é sexo e só.

Arthur: Vê lá, hein? Você não vai aprontar com ela.

Lucas: Olha quem fala! Aprontou com todas, agora conhece uma diferente e vira o puritano. Era só o que me faltava. — Ignoro.

Terminamos de tomar o café e combino os detalhes com ele. Passo em uma padaria e compro bolo, pão de queijo, e um copo de cappuccino para levar pra Carla.

Quando chego, toco sua campainha e logo sou recebido por uma menina mulher, com um vestido de dormir e a cara amassada de sono. Assim que me vê, sorri.

Carla: Tão cedo? — Entro e ela fecha a porta atrás de si.

Arthur: Trouxe seu café da manhã. — Entrego os pacotes e ela põe sobre a mesa. — Eu vi sua matéria. Mesmo com as alfinetadas, eu gostei.

Carla: Alfinetadas não... apimentada. Eu sempre gosto de dar meu toque. — Sorrio.

Arthur: Eu vou voltar a jogar. Amanhã me reapresentarei.

Carla: Sério? Fico muito feliz por você. De verdade. — Com um jeito manhoso e felino, ela caminha até mim e me envolve com um abraço.

O calor e o cheiro me faz sentir algo incomum e novo. Antes que eu possa beijá-la, ela se afasta.

Arthur: Hoje vai ter um pequeno jantar lá no meu apartamento e você vai. Aliás, você e a Perola. — Ela franze a sobrancelha. — O Lucas vai pedir desculpas pela babaquice que cometeu com ela. Você acha que ela cede?

Carla: Não sei, mas não custa tentar. Mesmo ele não gostando de mim, eu adorarei ajudar.

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