Capítulo 68 :

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Carlos: Se eu disser pra você que estou cem por cento satisfeito com esse namoro, estarei mentindo. — Desconfiado, encaro o homem à minha frente.

Arthur: Sinto muito pelo o que houve ontem, mas...— Ele ergue o dedo.

Carlos: A Sueli é o menor dos problemas, Arthur. — Fico sem entender. — Carla me contou sobre seu pai. — Que merda! — Não sou capaz de explicar a sensação que eu tive quando ela me falou. A possibilidade dele mandar você se aproximar dela, prejudicá-la, me passou pela cabeça.

Arthur: Eu nunca faria isso; principalmente porque não falo com ele.

Carlos: Isso ela me falou também. Mas é aí que está o problema. E se ele voltar? Se ele quiser fazer algo com ela novamente? Não acha que ele vai ficar feliz em saber que a Carla é a nora dele, não é? — Levanto a cabeça.

Arthur: Eu nunca permitirei. Se depender de mim, meu pai jamais encostará num fio de cabelo dela. Ele não pode e nem tem o direito de se intrometer na minha vida. Eu sou apaixonado pela sua filha, ele queira ou não.

Carlos: Assim espero, porque eu não quero passar por aquele pesadelo novamente. Ver minha filha sendo alvo de ameaças, sem dormir, nervosa, com medo. Carla não tem medo de nada, mas seu pai foi a única pessoa que causou isso nela.

Arthur: Meu Deus! Nunca senti tanta vergonha na minha vida.

Carlos: Por pouco eu não fui pessoalmente matá-lo, graças a minha mulher eu não fiz besteira. Tentei por diversas vezes descobrir uma maneira de acabar com a raça dele... Mas quem sou eu? Um mero advogado na frente de um cara que tem a proteção de nomes grandes na justiça, na política. Infelizmente, não falta ajuda para quem é do mal, e é isso que ele é.

Fico alguns segundos absorvendo suas palavras. Eu o entendo.  Dá para ter uma noção da dor que ele sente por ter visto a filha ser alvo de um louco. Eu não sei como faria se estivesse no lugar dele.

Arthur: Eu entendo tudo que o senhor está falando. Minha vida virou um pesadelo também, mas nada que se compare ao que a sua família passou, ao que a Carla sentiu. Mas é como eu falei pra ela, e vou repetir para o senhor, como o homem que eu sou. Enquanto ela estiver comigo, eu a protegerei. Passarei por cima de quem for, nem que pra isso eu esqueça que tenho o mesmo sangue que ele. — O pai dela me oferece um copo de uísque, mas recuso.

Carlos: Agora eu acho que vem a pergunta clichê... — Mais relaxado, ele sorri. — Quais suas intenções com ela? É assim que um pai normal faz, não é? — Assinto.

Carla: Vejo que os dois estão se entendendo. Que bonitinhos! — Ela senta no colo do pai e beija seu rosto. Parece mais uma menina.

Linda menina, por sinal.

Carlos: Eu só estava perguntando a ele quais as intenções com você. Se bem que começo a achar que deveria fazer essa pergunta a você. — Admiro os dois. — Arthur, você sabe que está ferrado com essa daqui, não é? É bom que ande bem na linha.

Carla: Pai! Não assuste meu namorado, por favor! O senhor era pra fazer o ciumento, que ameaça o cara com uma faca, caso ele machuque sua filha. Tem que me proteger! — Ele gargalha.

Carlos: Com isso eu não me preocupo, você já sabe fazer sozinha. — Levanta — Agora eu já fiz meu papel de pai. Preciso trabalhar um pouco. — Com gentileza, ele aperta minha mão e se afasta, nos deixando sozinhos.

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