Capítulo 66

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Elle ⚡

Fiquei deitada com o Nando a tarde toda, comi mesmo sem querer, pois, ele me obrigou. Tava no mexendo no insta, quando do nada me deu uma agonia no estômago que me fez levantar e ir correndo pro banheiro vomitar, logo sentir a mão do Nando nas minhas costas.

- Caralho, o que foi isso Elle? - Respirei fundo depois de vomitar toda a comida de alguns minutos atrás.

- Eu passei muito tempo sem comer, todas as vezes que passo horas sem comer, quando como sempre acontece isso. - Apoiei a cabeça na mão respirando fundo novamente.

- Eu falo pra você comer, mas tu é teimosa pra um caralho. - Ele me ajudou a levantar e eu fui logo colocando pasta na boca pra sair o gosto ruim que tava.

- Tá tudo bem, é normal isso acontecer comigo, sempre tive. - Falei pra ele ficar tranquilo, mas que homem afobado.

- Tranquilo nada, senta aqui que vou pedir pra Val fazer um chá pra tu. - Neguei com a cabeça terminando de lavar a boca. - Tô nem aí Elle, vai tomar sim.

Revirei os olhos e fui até a cama dele me sentando, enquanto ele desceu pra ir falar com a cozinheira da casa. Peguei meu celular e voltei a mexer esperando ele subir, depois de minutos ele subiu já com o chá, veio na minha direção e me entregou.

- Não precisava, tá tudo bem. - ele nem aí, sentou na cama novamente caladinho. - Até o chá da Val é gostoso.

- Prefiro o seu. - Ele soltou rindo de lado e eu logo paguei de doida fingindo não ouvir. - Tava pensando aqui.

- Em? - Olhei pra ele.

- Você toma remédio, né? - Ele perguntou e eu fiquei sem entender alguns segundos e logo depois balancei a cabeça afirmando. - Tendi.

- Por que a dúvida? - Ele deu de ombros.

- Curiosidade, já que a gente só usou camisinha nas primeiras vezes. - Ele voltou sua atenção ao celular.

- Tendi. Mas relaxa, você não vai ter filho agora não, muito menos comigo. - Ele me encarou rápido.

- Por que muito menos contigo? - E eu olhei pra ele óbvia.

- Eu não penso em ser mãe, quero no máximo sobrinhos. - Ele murmurou um "Ahh" baixinho. - Por que? Você pensa em ser pai?

- Não, cuido nem de mim direito, quanto mais de um filho meu. - A gente riu juntos.

- É, eu teria pena dos seus filhos, com um pai vida louca que nem você. - coloquei a xícara no criado mudo e ele riu me puxando pra deitar no peito dele. - Não é estranho pra você, vê a gente assim? - Apontei pra nós dois.

- Não ué, eu gosto de ficar assim contigo. - Fiquei calada na minha. - Por que, você não gosta da gente assim?

- Não é isso, é que eu nunca imaginei a gente assim de love. - Dei um sorrisinho sem mostrar os dentes. - Mas é bom sim.

- Tô ligado parceira, mas aquieta a pepeka e curte o momento, fechô? - Eu gargalhei alto pelo jeito dele falar e concordei com a cabeça.

E o resto da tarde foi aquele lovezinho tranquilo, sem estresse e eu conseguir até esquecer mais meus problemas. O Nando tem me ajudado e muito.

Acordamos já quando estava escuro lá fora, olhei a hora e já se marcava seis e quarenta. Enrolamos mais um pouco antes de levantar da cama, tomei um banho, troquei de roupa e descemos as escadas, o Nando já me puxou pra sala de jantar e encontramos os pais dele lá.

- Boa noite meu filho, boa noite Elle. - A mãe do Fernando falou e eu apenas sorri pra ela. - Já vão sair?

- É, vou levar a Elle em casa. - O Nando respondeu por nós.

- Não vão nem sentar pra comer? - O pai dele perguntou e todos me encararam, mas eu neguei rápido. - Certeza?

- Sim, sim. - Dei um breve sorriso.

- Bom, vamos lá, só vim pegar um pedaço de bolo mesmo. - O Fernando falou com a boca cheia, e o pai dele logo encarou a cena.

- Você deveria ser mais educado, Fernando. - O Ferreira falou mais rígido.

- Mas eu não quero. - O Fernando debochou e deu as costas saindo rápido da cozinha e me levando junto.

- O jeito que você desafia seu pai, é outro nível. - Peguei o capacete da mão dele e ele riu.

- Com ele só funciona assim. - Subir na moto e logo o Nando deu partida pra minha casa.

O caminho de volta pra casa, fui pensando no nosso papo de mais cedo, como sei que apesar de eu não está grávida, eu sentir enjôos matinas, cólica e dores de cabeça constante é um pouco estranho pra quem deveria está normal. De alguma forma aquilo ficou na minha cabeça e por desencargo de consciência, quis tirar a prova.

Cutuquei o Fernando e logo ele olhou de lado perguntando o que foi com a cabeça, ele levantou a viseira do capacete e logo apontei pra farmácia.

- Tem como parar alí rapidinho? - Ele sem entender nada concordou.

- Tá sentindo algo? - Neguei.

- Só preciso comprar um negócio rapidinho lá. - Ele sem questionar foi diminuindo a velocidade e logo mais entrou no estacionamento do farmácia e parou. - É rápido. - Falei descendo e tirando o capacete e entregando a ele.

- Certeza que tá bem, né? - Concordei novamente e dei as costas pra ele não perguntar mais nada.

Fui até a prateleira onde tinha vários teste de gravidez e como não entendia nada de teste, peguei dois de qualquer um que vi na frente, peguei também um pacote de absorvente e dois chocolates só pra matar a vontade.

Paguei tudo e sair encontrando o Nando sentado na moto olhando pros lados. Assim que ele olhou as sacolas já negou com a cabeça.

- Em um minuto tu comprou tudo isso? - Concordei e ele revirou os olhos. - Mulher é foda mesmo.

- Cala a boca e me dá logo isso. - Ele estendeu a mão e peguei o capacete colocando o mesmo, subir na moto e voltamos o trajeto.

Logo chegou no prédio onde morava, me despedir dele e já subir. Assim que abrir a porta meu pai estava deitado no sofá assistindo alguma reportagem na tv.

- Boa noite pai. - Chamei a atenção dele e ele só acenou com a cabeça, resolvi não ligar muito pra isso e já fui logo no meu quarto deixar as coisas lá.

Fui até o quarto da minha mãe pra vê como ela estava, mas ela já estava dormindo. Então resolvi deixar ela descansar.

Voltei pro meu quarto e já fui logo pegando os dois testes e guardando na gaveta do meu banheiro pra amanhã fazer, já que tem que ser no primeiro xixi do dia. Logo me deu sono, nem comi os chocolates. Só deitei e capotei fácil, fácil.

Meu oposto (Amor)Onde histórias criam vida. Descubra agora