Capítulo 85

442 43 13
                                    

Felipe 👽

Bom, cinco meses se passaram e dentro deles muitas coisas aconteceram. E vamos começar pelo ano novo, todo mundo se reuniu e foi passar no nordeste, em Maragogi. A família toda se reuniu por lá e alguns amigos também. Até meus pais foram e dessa vez não aconteceu picuinhas como todos os anos na minha família, até estranhei de certa forma, pois, desde os meus treze anos que não passo um Natal ou não novo em paz com a minha família.

Meu mano graças a Deus se orientou na vida, principalmente depois do Gui. Sério cara, quem comparar o Fernando de hoje e o de antigamente, não diz que é a mesma pessoa, além de melhorar como pessoa, tá responsável e pai de família, e inclusive, tá se saindo um pai foda pra caralho. Falando em pai, vamos pro filhote agora haha. Meu sobrinho tá a coisa mais linda e fofa desse mundo, eu sou muito babão mesmo, mas cara, o moleque já tem oito meses e nem parece que tava no útero um dia desses. E a Elle também tá aquela dona de casa de primeira, coisa que ninguém imaginava dela, mas só vem surpreendendo todos nós a cada dia.

Minha sogra finalmente está livre do câncer e super saudável, sempre dando forças a todos. Meu sogro o cara foda de sempre e o mais resenha da família, sempre que nos juntamos as mulheres sofrem pra cuidar dos bêbados depois.

E Agora vamos pro casal tão desejado desse Rio de janeiro, realmente eu concordo com vocês, eu e minha gatinha é um casalzão foda. Eu e a Lis só melhoria na relação, estamos cada vez mais forte, mais maduro e naquela melhor fase da relação, as vezes umas discussões bestas, mas é de todo casal. O que falta mesmo, é o meu moleque pra completar a paz na casa ou o estresse total. Mas segundo a Lis "Nada de filho agora".

Chegamos do mercado e a Lis já se agarrou com as compras pra guardar, fui direto pro banho primeiro e depois voltei pra ajudar a gata, se não já sabe!

- Não Felipe, você tem que lavar primeiro os potes e depois você coloca as frutas. - Revirei os olhos sem ela vê e Bufei.

- Cara, você limpa essa geladeira toda semana praticamente, pra que lavar isso de novo? - Ela colocou as mãos na cintura me olhando com a cara feia.

- Mesmo assim, eu gosto das minhas coisas limpas e organizadas, se você não for ajudar, melhor ir fazer outra coisa. - Ela falou já com um tom de estresse.

E falando nisso, a Lis anda bem mais estressada do que o normal, a TPM dela veio pra ficar dessa vez, esqueceu de ir embora. Eu que tenho que aguentar o estresse e a reclamação dela em casa, na faculdade e no trabalho.

Falando em trabalho, a Lis agora está cada dia melhor na empresa, meu pai já liberou uma sala só pra gata e agora ela cuida das casos criminais, e ela vem se apaixonando a cada dia por isso, e eu bastante orgulhoso da nega.

- Calma gata, eu só tô tentando ajudar. - Falei respirando fundo e a Lis nem me olhou e voltou lavar as verduras pra guardar.

- E eu estou estressada? Só tô cansada do dia puxado de hoje, nada demais ué. - Ela tentou soar óbvia.

- Já te falei pra você procurar algo pra você distrair a mente, você só é de casa pra faculdade, e da faculdade pro trabalho... - Olhei pra ela que tava fazendo careta. - Nem sair você quer mais, só reclama que tá cansada e que tá sem tempo.

- E realmente estou, eu estou na fase final da faculdade, é TCC pra fazer, é da OAB chegando, e agora o cargo do trabalho aumentou. - Ela me olhou novamente gesticulando com a mão. - E eu já te falei, se quer sair com seus amigos, fica a vontade ué. Você casou, mas não tá preso não. - Ela disse passando por mim e indo guardar o resto das coisas.

- Tá bom Lis, tá bom. - Falei por fim pra não me estressar, já que todas as vezes que falo desse assunto, a Lis acha que quero viver saindo ou que não saio por causa dela, e de certa forma é.

- Tá vendo, basta eu começar a falar que você fica assim... - Ela apontou pra mim. - Não gosta e tenta dá fim no assunto.

- Caralho, é sério que você vai voltar nisso novamente? - Perguntei parando de fazer o que eu estava fazendo, e olhando pra ela.

- Tem certeza que eu quem vou voltar? Quem começou o assunto foi você, querido. - Ela debochou e eu já respirei fundo. - Só estou conversando.

- Acho engraçado que você fala de mim, mas quando vamos conversar, você só responde as coisas no deboche e na ironia. - Cruzei os braços olhando pra ela que riu silenciosamente, fechou a geladeira e guardou o resto das sacolas.

- Acho que o estressado do dia hoje, é você. - Ela me olhou e passou por mim indo pro quarto, respirei fundo e não falei mais nada.

Peguei um cigarro na gaveta e fui pra varanda, acendi e tentei relaxar mais, pensando bem no que vem acontecendo.

A Lis ultimamente está com o pavio imoral de curto, esses últimos dias a gente vem discutindo bastante, sempre tento entender ela, conversar, e até ajudar nas crises de ansiedade. Mas por causa da pressão da prova da OAB, o TCC dela e o trabalho, vem consumindo muito a cabeça dela, mas ela não está sabendo separar nada disso.

Sentir meu celular vibrar em cima da minha perna, peguei o mesmo e desbloqueei vendo ser o Breno chamando pra alguma resenha, como estava realmente precisando sair, apenas confirmei. Depois que acabei de fumar, fui logo pro banho.

Assim que entrei no quarto, olhei pra ela que estava na cama só de camisola, entrei no closet e  peguei uma camisa preta normal, e uma bermuda cinza, coloquei perfume, peguei a correntinha, carteira, chave do carro e o celular.

Como o barzinho ficava perto de casa e era bem de boas lá, só coloquei um chinelo melhorzinho e tava pronto, sem sapato hoje. Assim que sair do closet vi a Lis em outra posição, mexendo no celular, que assim que me viu ela levantou a cabeça me olhando sem entender.

- Vai sair? - Concordei com a cabeça ainda sem olhar pra ela, procurando meu relógio na bancadinha da TV. - E não ia me contar?

- Ué, ia sim. - Afastei a calça da Lis procurando na poltrona. - viu meu relógio branco? Perguntei olhando pra ela, que apontou pra o outro lado da bancada, que eu não tinha visto. - Porra, cego demais cara. - falei comigo mesmo.

- Vai pra onde? - Ela perguntou de novo e eu olhei pra ela de novo.

- Barzinho com os moleques. - falei um pouco seco, indo até a porta. - Não vou chegar tarde.

Dei as costas sem esperar ela falar, fui até a sala e sair fechando a porta. Peguei o elevador e desci rápido, tirei o carro da garagem e já peguei rota pro bar.

Meu oposto (Amor)Onde histórias criam vida. Descubra agora