Capítulo 13

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Felipe 👽

Entrei na minha sala e joguei mais dois processos em cima da minha mesa, me joguei na cadeira e bufei afrouxando um pouco minha gravata, eu estava quase correndo louco com tantos problemas.

- Tudo certo? - Ouvi a voz da Lis e levei meu olhar até ela, que estava de frente pra mim me encarando com os braços apoiado na mesa.

- Tudo certo tá, só tô com a cabeça cheia com tantos processos pra resolver - Cocei a nuca e me aproximei da mesa abrindo novamente a pasta.

- Quer ajuda? - Ela falou e levantou vindo na minha direção, quando chegou perto puxou a cadeira e sentou olhando a mesa.

- Não vou negar que vou precisar sim - Ela riu e puxou outro papel e começou ler em silêncio.

Uma coisa que reparei na Lis esse pouco tempo que tô trabalhando com ela, é que ela tem uma mania de ler as coisas em silêncio e mordendo o lábio superior, deixando ela um pouco engraçada.

- Não vai ler? - Ela falou ainda olhando pro papel.

- Tô lendo - Ela riu e dessa vez levantou deu olhar pra mim - Qual a graça?

- Eu estou sentindo seus olhos em mim, você estava me observando - Eu neguei e fiquei calado descendo meus olhos pra pasta - Não precisa fingir que não.

- Mas não tava fazendo nada, você que deve tá sentindo coisa demais - Ela riu e preferiu ficar calada.

Comecei ler e reler o que tanto que aquele processo precisava da minha atenção, e como muitos casos que eu pego, era mais uma mulher sofrendo abuso com o marido.

É muito bom a área de advogacia. Porém quando pegamos casos demorados ou casos que lhe custa a vida pra você resolver, é muito louco, por que deixa você mega pensativo sobre tantas coisas.

- Nossa, que situação difícil dessa mulher - A Lis falou colocando o papel em cima da mesa - Imagino o psicológico dela como deve está nesse momento.

- Sim, caso delicado de resolver - Ela concordou me olhando - Esse caso precisa do nosso total tempo, precisamos ler e reler tudo e saber por onde vamos começar - Ela concordou com a cabeça - Preciso de uma ducha e minha cama só por trinta minutos.

- Você realmente tá com uma cara de sono danado - Eu concordei e me encostei na cadeira ficando mas a vontade.

- Mal dormir ontem, por que tinha coisa da faculdade e ainda meu pai pediu pra fazer umas coisas pra ele - Ela riu e também demostrou ficar um pouco mais a vontade na cadeira que estava.

- Entendo seu posto de filho do dono da empresa, passo pelo mesmo, a diferença é que é área diferente do meu e a minha - Ela suspirou e colocou uma mecha do cabelo atrás da orelha - Bom, vou lá voltar a minha pose de secretaria.

- Tá até se saindo uma boa secretaria ein - Ela riu e colocou o cabelo todo pra trás me olhando.

- Meu querido, eu sou boa em tudo que faço - Ela se convenceu e fingiu me olhar por cima do ombro, comecei a ri e apoiei meu queixo na mão.

- Será mesmo? - Ela concordou novamente e fez um ar de seria - Então me diz no que você é boa? - Ela riu e cruzou as pernas me encarando os olhos, era até tentador olhar apenas para os olhos dela.

- Em tudo pô. Vê na área de direito, vou ser uma profissional e tanto - Ela falou e acabou que nem se aguentou e começou a rir.

- Humildade é bom e faz bem - Falei e ela concordou.

- Sou humilde e realista, reconheço que sou maravilhosa pô - Ela riu e eu fiz sinal de rendição - Bom, vou lá fazer meu dever, sou tão ocupada que tenho tempo nem pra bater papo, já você...

- Tô começando repensar sobre esse negócio de te dar intimidade, cê tá saidinha pra caramba já pô - Ela levantou e cruzou os braços rindo.

- Não foi você que queria uma boa relação no trabalho? - Ela fez aspas e eu concordei - Então.

- Tá tá, só não sabia que você era tão saidinha assim - Ela negou e foi se afastando até chegar na sua mesa.

- Saidinha Jamais - Rimos juntos e eu neguei com a cabeça voltando minha atenção ao trabalho.

O resto da tarde foi assunto de trabalho, estava louco que desse a hora já de ir embora, hoje eu literalmente estava cansado pra caralho.

Quando deu cinco e meia decidimos começar arrumar só por cima algumas coisas da sala, guarda papéis importante e já ir terminando de fazer algumas coisas no computador.

- Tava pensando aqui - Chamei atenção da Lis pra mim - O que acha da gente estender o trabalho hoje até mais um pouco?

- Como assim? - Ela me olhou confusa

- Podemos ir lá pra casa e começar resolver esse processo da dona Silva, só pra adiantar e já deixar boa parte pronta pra segunda - Ela fez careta e bufou um pouco.

- Eu até tento sair do trabalho, mas ele não me larga - a disse e eu comecei a rir - É uma boa, mas hoje estou um caco.

- Só você? - Peguei meu celular e comecei olhar as notificações - Também estou morto, mas precisamos já agilizar esse caso, ainda mas esse caso tão complexo - Ela concordou e fechou a tampa do notebook me encarando.

- Então tudo bem, podemos sim estender - Ela disse catando algo em sua bolsa, depois tirou o celular de dentro da mesma.

- Pronto, então eu vou levar esses papéis até a sala do meu pai e avista que hoje vamos sair um pouco mais cedo, se arruma aí que já já volto e a gente vai - Peguei a pasta que estava na mesa e sair fala deixando a mesma sozinha.

Meu oposto (Amor)Onde histórias criam vida. Descubra agora