Capítulo 8

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Então, eu estou na academia. Eu realmente não pertenço a esse lugar. "Triana salve a mamãe daqui", pensei.

Ok, passando o olhar na sessão de musculação, talvez eu até goste desse lugar. Cada cara gato que com certeza faria eu cair da esteira. Mas um me chamou atenção. Pele clara, cabelos cacheados, bunda grande, costas largas e...aí meu Deus, é meu marido!

Isso é estranho? Sim. Somos casados mas por que essa atração repentina pelo Christopher? E por que ele está atraindo tantos olhares? Cadê a aliança na mão desse vagabundo? Meu Deus, estou com ciúmes mesmo? Que turbilhão de sentimentos em pouco menos de 30 segundos!

— Dulce, acorda. — Christian disse batendo palmas ao meu lado. — Já entendemos que está babando pelo seu marido, agora vamos, estamos atrasados.

— Espera só um pouquinho, não demoro. — Imprudente? Sim. Talvez irresponsável, mas eu não estava me importando com o que passava pela minha cabeça. Só sei que Christopher é um cara casado, e eu deixaria claro isso para essas oferecidas que não tiram os olhos do meu homem (não no sentido literal, mas deu para entender). — Oi, meu amor! — Christopher se assustou quando eu me aproximei e dei um selinho demorado em seus lábios, mas também não me rejeitou, pelo contrário, segurou em minha cintura e me apertou mais contra ele.

— O que foi isso? — Ele disse sussurrando em meu ouvido e rindo ao mesmo.

— Você é casado, Christopher. — falei séria. — Vim mostrar pras essas urubus que é muito bem casado, amorzinho. — talvez eu tenha usado um tom de deboche, mas ele mereceu. E o filho da puta começou a rir, ainda abraçado comigo. — Para de rir, Uckermann.

— Está com ciúmes? — o fuzilei com o olhar e ele percebeu que eu estava ficando brava.

— Claro que não, mas aqui é perto da empresa, nossos pais podem aparecer e ver você numa tentativa de me trair. Acorda, garoto! — menti, mas ele me conhecia bem demais e...

— Dulce, você não sabe mentir. — Droga. E ele disse rindo ainda, dá pra acreditar na cara de pau desse ser humano?

— Acredite no que quiser. — me desvencilhei de seus braços e me afastei um pouco. — Agora, se me der licença, seu irmão me espera. — tentei parecer o mais educada possível.

— Claro que sim. — tentei me distanciar de Christopher, mas ele me puxou, encaixando nossas bocas num beijo quente, que me arrepiou inteira. Suas mãos estavam firmes em minha cintura e quando foi que eu enrosquei meus braços no pescoço dele? Quebramos o beijo quando nos faltou fôlego e eu olhei para ele sem entender nada. — Território marcado, querida, agora todo mundo aqui sabe que somos casados. E acho bom nenhum cara ficar olhando pra esse seu corpinho ou eu vou ter que tomar providências. — Ele disse malicioso e eu, ainda atordoada com aquela ação dele, apenas fui em direção à Christian, que me olhava boquiaberto.

— Não me pergunte nada, Christian. — Ele continuou boquiaberto mas me seguiu para onde eu estava indo, a sala de dança.

Entramos na sala que, para minha sorte (ou não), era de vidro, apenas um um espelho enorme, e de costas para a área de musculação, onde Christopher tinha total visão de mim, e pelo reflexo do espelho, eu também tinha dele. Isso não podia dar certo.

— Hello, darlings! — chegou quem tava faltando. Anahí se jogou onde Christian e eu estávamos sentados, com um sorrisão no rosto sempre. — Aí, Dul, não faz ideia do quanto eu estou feliz por você ter vindo com a gente.

— Ah ela tá bem alegrinha também, acredite...— fitei Christian puta da vida e suspirei.

— Vocês não iam me deixar fugir, não é mesmo? — Eu disse olhando para minha loira.

— É, não... O que eu perdi? — Ótimo, fofoqueira um encontra fofoqueira dois, Deus me proteja.

— Você perdeu a maior cena de ciúme da história da Candy. Até aquela no colégio com Oliver, ficou no chinelo. — Lá vem, serei metralhada, Triana eu falei pra você salvar a mamãe. — Talvez ela não tenha tempo de te ter contado ainda também, mas ela deu pro Christopher, finalmente.

— O QUE!???? Dulce Maria, como você não me conta isso? — ela fingiu estar chateada e eu revirei os olhos.

— Você estava em audiência o dia todo, Anahí. A culpa é sua.

— Ok, eu vou te perdoar só por isso. Mas, pera aí, você com ciúmes? De quem? — tenho certeza que ela prestou atenção em meia informação apenas, então semicerrei os olhos encarando Anahí, não é possível que alguém seja tão devagar assim. — DO CHRISTOPHER???? — Ela gritou. Gritou bem alto. Talvez lá em Vera Cruz tenha escutado. — Ah Dulce Maria, me conta tudo, o ciúmes primeiro, depois do sexo, não queremos traumarizar Christian tão jovem.

— Anahí, cala essa boca, fala baixo. E não, e-eu não estava com ciúmes. — desviei meu olhar do dela, olhando para o chão.

— Dulce, amor da minha vida, você não sabe mentir. — Por que eu tinha que nascer transparente assim? — Pollito, me conte, agora.

— Dulceneia aqui, teve sim um ataque de ciúmes com meu irmão daqueles! — Agora Anahí estava boquiaberto, meu Deus eu sambei de salto 15cm na Santa Ceia, eu tenho certeza. — Uma mulher estava olhando pro Christopher, e essa aqui estava se emputecendo toda, foi até ele e deu um beijinho, eles conversaram e depois Christopher puxou ela pra um beijão de novela. Eu tô chocado até agora.

— Christian, seu fofoqueiro! Não foi nada disso, Annie.

— Candy, foi exatamente isso! Não tente negar. — Bufei e me levantei, já que a professora resolveu iniciar a aula.

Eu sinceramente tinha me esquecido do quanto eu amava dançar. Me sentia livre, empoderada e enérgica, era incrível. Hora ou outra, olhava para Christopher através do espelho, já que meu olhar se atraía pelo dele, e sua atenção estava toda voltada para mim. O que estava acontecendo entre nós? Transar realmente foi uma má ideia, agora está tudo fora do lugar.

Uma hora e meia depois, a aula foi encerrada. Não sabia onde Christopher havia se enfiado e não me sentia muito preocupada também, ele era adulto, sabia o que fazia. Estava conversando com Annie e Christian quando um cara aproximou de nós, olhando para mim de uma forma que me deixou desconfortável.

— Oi, gata, estava te vendo dançar, você está de parabéns. — como eu odeio o macho hétero top, meu Deus. Sem ofensas. Sorri sem mostrar os dentes e o olhei, ele era bonitinho até, mas nada que chegasse aos pés de Christopher. Ué, agora estou comparando ele com outros homens?

— Valeu. — respondi seca, querendo voltar minha conversa com Anahí.

— Que tal se você sair comigo para jantar? Posso te garantir uma noite bem divertida. — Ew que nojo. E sem que eu pudesse resolver, meu marido brotou do chão (juro, não sei de onde Christopher saiu), e me abraçou pelo ombro, logo me dando um selinho também demorado.

— Oi, amor. Vamos? — Ele me olhou com cara de quem queria rir e confesso que tive que me segurar muito também. O cara que achou que eu sairia com ele estava puto com a cena e, Anahí e Christian apenas assistiam tudo, junto a Poncho, que tinha brotado junto com Christopher.

— Escuta, irmão, eu tava convidando ela pra sair, por que você não some? — Que!?

— Porque, "irmão", ela é minha esposa, somos casados à 8 anos. — Christopher apontou para minha mão com aliança e mostrou a dele também. — Quem tem que sumir é você, porque eu vou levar a minha mulher pra casa. — eu queria muito rir.

— Abre seus olhos então, cara, sua mulher tava me dando mole.

— Querido, nem em seus sonhos, minha melhor amiga tem o que chamamos de bom gosto. — Anahí se adiantou antes que eu ou Christopher pudéssemos falar algo. — Abre os olhos você, nós testemunhamos tudo. Desapareça daqui. — Ele olhou com cara feia para mim e virou as costas, e eu, claro, soltei todo o riso que estava dentro de mim, sendo acompanhada por todos. Que surto foi esse, pai amado?

Yo Si QueríaOnde histórias criam vida. Descubra agora