Capítulo 34

1.1K 97 113
                                    

Fomos até a enorme varanda e me sentei em uma poltrona e Christopher se sentou a minha frente. Ele estava com o rosto igual o meu, até meio avermelhado, suas mãos tremiam e sua respiração estava ofegante, digno de dó.

Mas eu também estava. 

Christopher tinha um espaço grande em minha vida, além de toda influência, eu o considerava muito e me sentia destruída emocionalmente pela possibilidade de uma traição vindo dele.

Traição? 

O que nós tínhamos mesmo? 

Dulce Maria, não se iluda com coisas que você criou na sua cabeça. 

— Pode falar, eu vou te escutar. — Eu disse abraçando a minha barriga e sendo observada por ele, que suspirou e começou a falar, com a voz embargada. 

— Paulina é uma menina que eu me relacionei no colégio, a muitos anos atrás. Logo quando nos casamos e eu estava... — Ele engoliu seco e abaixou a cabeça. — naquela fase ruim, acabei me encontrando com ela e bom, eu estava bêbado, nós dois nos odiávamos a morte, então eu transei com ela. E continuei transando por quase um mês. Então, ela engravidou, me fez fazer exame de DNA pra provar que o filho não era realmente meu e desapareceu da minha vida. Bom, à um mês mais ou menos, eu estava saindo da empresa, você já havia saído, e ela estava lá com o menino. Ela me disse coisas horríveis, que eu tinha pagado os médicos pra forjar um exame, que eu era o pai do menino e estava fugindo de pensão... — Eu estava em estado de choque, como uma pessoa poderia ser tão má assim? 

— Nossa... — mas calma aí, falta uma parte. 

— Pois é, então eu fui com ela à um laboratório de confiança, eu sabia que não era o pai, não tinha porque temer. Quando saímos, ela me chamou para conversar, e aí...— ele olhou pra mim ainda mais nervoso. 

— O que? 

— Ela tentou me beijar, veio pra cima de mim na frente do filho dela. Eu fiquei mega desconfortável com a situação, até meio bravo. Falei que estava casado com você e que estávamos esperando a Luna, que eu não queria ficar com ela e nem vê-la nunca mais. 

— Parece que não adiantou muito... 

— Sim, ela continua me ligando. Bom, o exame deu negativo novamente, como eu previ, e ela quebrou a cara. Ela está tentando arrancar dinheiro de mim, descobri que mesmo tendo a pensão do pai do moleque, ela gasta tudo com ela mesma, uma péssima mãe. 

— Mas se ela já recebe pensão, já sabe quem é o pai do filho dela, por que foi atrás de você? — Ele suspirou e olhou em meus olhos. 

— Eu não sei, Dul. Só sei que, o dono do laboratório era um velho amigo meu, e ela não sabia disso. Ela tentou subornar o laboratório pra forjar o exame e eu sair com a paternidade. 

— Que mulher maluca. — Eu disse em um murmúrio e o vi se ajoelhar na minha frente e segurar minhas mãos. 

— Eu nunca traí você, Dul, não desde que estamos juntos nessa. Eu não menti quando disse que gostava de você, e eu com certeza não menti agora. Acredita em mim, meu amor. — amor? — Eu não tenho motivos pra procurar em outro lugar a mulher incrível que eu tenho ao meu lado. 

— Eu acredito em você, Chris. — Ele abriu um largo sorriso e beijou as pontas dos meus dedos. — Só estou magoada, além de ter pensado tanta coisa, estou chateada por você ter escondido isso de mim. Poderíamos ter passado por isso juntos, eu entenderia a situação e ainda colocaria aquela ordinária no lugar dela. 

— Me desculpe por não ter contado nada, não quis te estressar, estávamos tão feliz com a descoberta do sexo da Luna, que eu fiquei com medo de ficarmos abalado. 

— Mas ficamos abalados agora, Christopher, no meio dessa viagem incrível. Teria poupado muita coisa, eu jurei que ia pedir o divórcio pra você antes do tempo contratual. 

— V-você ia? Tá falando sério? — era nítido a agonia em seu olhar, mas ele merecia se sentir assim. 

— Sim, eu ia, você me magoou de verdade. Não suporto traições e mentiras, Christopher, são as coisas mais imperdoáveis para mim. 

— Eu sei bem, realmente eu vacilei, deveria ter contado pra você, me perdoa, Dul... — Ele disse baixinho e meu coração doeu, eu sabia que Christopher estava falando a verdade, eu via em seus olhos isso, e via também o quanto ele estava agoniado e sofrendo com isso. 

Escorreguei meu corpo para o chão, pra ficar em sua altura e sorri fraco quando nosso olhar se encontraram. Acariciei seu rosto e dei um selinho demorado em seus lábios. Assim que quebramos o beijo, Christopher me abraçou e teve uma crise de choro. 

Ele se culpava por me ter feito sofrer, por ter me dado tantos pensamentos negativos e jurou, pela nossa filha, que nunca mais esconderia nada. Ver Christopher nessa situação só me fazia gostar ainda mais dele, já que ele se importa mais com meus sentimentos do que eu imaginava.

 Alguns minutos depois, ele se acalmou, seu rosto estava tomado por lágrimas e seus braços ainda estavam em volta do meu corpo. Sorri assim que ele ergueu a cabeça e limpei suas lágrimas suavemente. 

— Me desculpa, mi Dul, você é uma mulher tão incrível, e-eu não te mereço... 

— Você também é um homem incrível, mi Chris, não diga isso. Você cometeu um deslize, tomou uma decisão ruim que pensou ser a melhor, e tudo bem. Eu confesso que me senti mais decepcionada e arrasada por ter achado que você me traiu, mas eu acredito em você, sei quando está mentindo, consigo te ler perfeitamente e sei que você está tão magoado quanto arrependido. 

 — Eu estou. Mas na realidade, eu me sinto grato por ser você ao meu lado, por termos essa conexão incrível um com o outro, são essas coisas que me... — Ué, morreu as palavras na boca do homem? 

— Que o que, Christopher? 

— Que me fazem gostar mais ainda de você e ter medo de te perder... — Ele disse em um murmúrio e eu sorri, dando um selinho nele. 

— Uuuh você tem uma quedinha por mim, isso é constrangedor. — Eu disse em tom de brincadeira, me levantando de seu colo. 

— Somos casados com um bebê, Maria, tá maluca? — Ele disse rindo, e claramente não entendeu a brincadeira, meu Deus homem lerdo. 

— Mesmo assim, o garoto mais popular do colégio tem um crush em mim, sabe como isso é importante. — Ele veio até mim e me abraçou por trás, beijando meu pescoço e arrepiando minha pele. 

— Parece que a menina que eu gosto também gosta de mim... — Ele disse rouco em meu ouvido mas eu podia escutar o sorriso em sua voz. 

— Poxa, ela foi descoberta, é muito difícil manter a pose de durona com esse corpo malhado e essa voz rouca, além dos cachinhos no cabelo que são irresistíveis. 

— Se você gosta assim do meu cabelo, te juro que nunca mais corto. — cada vez que esse homem sussurrava em meu ouvido, eu sentia um arrepio na espinha. Com certeza eu já estava mais do que encharcada e sentia meus seios enrijecidos apenas com isso. 

— Pois eu amo puxar esse cabelo quando sua cara tá no meio das minhas pernas. — Eu sorri maliciosa e senti seu pau duro em minha bunda. 

— Nunca mais eu corto. — Ele disse rápido, me virando e me beijando desesperadamente, eu estava me sentindo leve pela nossa conversa, mas sedenta por ele.

Yo Si QueríaOnde histórias criam vida. Descubra agora