Capítulo 50

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Sentamos na sala de estar todos conversando como uma família grande e barulhenta, eu amava muito esses momentos com eles. Luna brincava com Triana e Sirius, gargalhando, enquanto Christopher estava ali perto dela, conduzindo a brincadeira.

Em um momento de distração de todos, aproveitei para falar com Anahí, fiz um sinal com a cabeça que foi entendido por ela e saímos para o jardim, somente nós duas.

— Annie, tá tudo bem? — Eu perguntei assim que nos sentamos.

— Sim, Dul, do que você tá falando? — ok, eu conheço Anahí desde e a adolescência, ela não estava nada bem, estava nervosa e mentindo.

— Eu vi você passando a mão na sua barriga, Barbie. Não esconda nada de mim. — os olhos dela estavam cheios de lágrimas e parecia que logo ela explodiria. Me aproximei da minha loira e segurei em suas mãos, passando força para esse momento.

— Então, eu estou mesmo grávida, Candy. — sorri e a abracei felicitando, mas ela não me parecia nada feliz.

— Mas por que você está assim? Annie, é um bebezinho, um irmãozinho pro Manu! — ela sorriu fraco tentando controlar o choro mas sem sucesso.

— Poncho e eu não estamos nada bem... Essa não era a hora, ele não quer essa criança. — É o que?

— O que você está me dizendo? Poncho quer que você faça um aborto? Ele é maluco? Posso matar? — Eu amava meu primo mas eu amava mais a minha melhor amiga, e não pensaria duas vezes antes de acabar com a raça dele.

— Não, ele não sabe ainda, só você sabe. Eu só... desconfio que ele esteja me traindo. — Ah não.

— Meu Deus, Annie. Mas o que está acontecendo entre vocês?

— Quando Poncho não inventa mais uma de suas "viagens à trabalho", ele sempre chega tarde, mal olha na minha cara, quando olha é grosso comigo, nós brigamos dia e noite, eu me sinto insuficiente para ele, me sinto sozinha. Mas também, não posso olhar para o lado ou ter algum contato com outro homem que não seja Christian ou Christopher, que ele surta de ciúmes, além de eu ter achado umas mensagens estranhas no celular dele, de um número desconhecido.

— O que dizia essas mensagens? 

— Coisas como 'quando vamos nos ver?', ou 'que tava louca de saudade', essas coisas... — Anahí suspirou fundo e passou a mão no rosto, nervosa.

— Vocês conversaram sobre isso? — Eu estava fingindo calmaria, mas por dentro, eu queria arrancar a cabeça do meu primo, a de cima e a de baixo.

— Não, como eu disse, sempre brigamos. Dul, o que eu faço? Eu amo aquele caipira, mas eu não aguento mais. Estou tão esgotada. Até o Manu está diferente. Ele anda nervoso e chorão, grudado em mim, como se soubesse que algo está errado.

— Manu é realmente uma criança especial, mas eu acho que vocês devem sentar e conversar como adultos, sem brigas ou interferências.

— Não sei se consigo... — ela disse murmurando e abaixando a cabeça.

— Por que?

— Eu não quero me aborrecer mais, não quero me estressar, tem um bebê na minha barriga, um bebê inocente que não merece ser levado desse mundo por motivos de estresse e um pai irresponsável.

— Mas Annie, então como você quer resolver isso? — Ela respirou fundo e me olhou, eu podia ver a confusão no olhar de Anahí, minha amiga não estava nada bem, seu brilho havia sumido a um bom tempo, como eu não tinha reparado nisso? Quer dizer, Annie disfarça bem, ela mente bem, sempre foi uma atriz nata, sinto que ela está no seu limite, desabando mesmo.

Yo Si QueríaOnde histórias criam vida. Descubra agora