— Posso te fazer uma pergunta indiscreta, Dul? — Eu sabia que não teria paz. Abri meus olhos e o fitei, sem desencostar minha cabeça da almofada da banheira.
— Diz, Uckermann. — grossa? Talvez, mas a essa altura do campeonato não estou podendo ser carinhosa.
— Estava à quanto tempo sem sexo? — Ele não me fez essa pergunta. Meu Deus, eu não posso mentir, mas eu não queria falar a verdade.
— Por que você quer saber isso? — Ele suspirou e encarou um ponto fixo na parede.
— Porque eu me arrependo daquele contrato que nós fizemos, e me arrependo sobre o começo do nosso casamento. — engoli mais seco que o deserto do Saara, quando nesse mundo eu iria ouvir Christopher dizendo que está arrependido?
— Por que se arrepende, Chris? — Queria me virar inteiramente para ele mas aí lembrei que estou nua, não seria adequado. Ou seria?
— Eu fiz muita besteira, Dul. Fiquei com muita mulher e me sinto sujo por isso... Você se lembra como eu bebia, a gente vivia em pé de guerra e eu sei que a maioria das brigas foram causadas por mim.
— Bom, mas estamos muito melhor agora, o começo não foi fácil mas conseguimos e não nos matamos, acho que esse já é um grande avanço. — Ele riu pelo nariz e assentiu, me olhando. — Não tem do que se arrepender, já passou, eu te odiava naquela época mesmo e...
— Você está fugindo! — Ele disse me interrompendo e eu fingi indignação pra ele, mas quem eu queria enganar, eu era uma péssima atriz. — Dulce, responde de uma vez.
— Desde que casamos. — Ele arregalou os olhos e ergueu seu tronco, que me deu uma visão perfeita de seu peitoral malhado. Que homem, viu, o tempo fez muito bem à ele. — Não me olhe assim.
— V-você tá falando sério? — era tão difícil assim acreditar?
— Sim, Christopher, estou. — voltei a fechar meus olhos e suspirei, tá aí uma coisa que nunca imaginei contando para ele.
— Mas por que? — Oh meu Deus, por que eu não posso calar a boca desse homem com a minha boceta, maldito contrato. Suspirei fundo e resolvi falar toda a verdade, ele iria descobrir mesmo.
— Porque eu não tenho a menor paciência para flertar, conhecer caras ou ir sair sendo "sensual" e essas coisas, eu não nasci pra isso. Quando eu saia com Annie e Christian antes do nosso casamento, eu deixava os caras chegarem em mim, e teve uma época que eu dava pra qualquer um. Mas depois que casamos, eu perdi a paciência, fui ficando sem saco e simplesmente não tirava a aliança, vi isso como um sinal de "não perturbe". Então eu saía, enchia a cara, mas no final era eu e Anahí fingindo ser duas lésbicas e Christian se pegando com alguém num canto qualquer. — Ok, eu vomitei palavras em cima de Christopher. Abri um olho só pra espiá-lo e ele tinha a cara mais engraçada do mundo. — Não precisa me olhar assim, eu não sou um bicho do mato.
— Muito pelo contrário, não me leve a mal, Dul, você é linda e tem um corpão, como os caras não chegavam em você? — franzi o cenho com aquela pergunta e resolvi levantar para sentar direito, Christopher que lute com meus seios à mostra, como ele mesmo disse, ele já esteve dentro de mim, então...
— Quando eu quero, eu consigo ser bem antipática. Fora que duas mulheres com alianças de casamento, era a desculpa perfeita. Depois que Annie engravidou do Manu, nós não fomos mais para festas ou boates. Christian às vezes tenta convencer a gente mas nunca dá certo. — Eu não estava olhando para ele, então quando virei meu rosto em sua direção, o vi encarando meus seios, parecendo um pré adolescente. — Christopher, eu estou falando, meu rosto é aqui em cima, querido.
— Desculpa, me desconcentrei. — Ai não, a voz rouca e sensual de novo, meu corpo se acendeu feito um fósforo, eu sabia que isso de banho junto não daria certo, ainda mais com esses papos.
— Eu percebi, fofinho. — dei um sorriso irônico para ele e suspirei, eu estava excitada mas não podia ceder, Christopher e eu não daríamos certo juntos, tinham muitas questões entre nós e um contrato de 20 anos de casamento, imagine o que poderia dar de errado se envolvesse sexo entre duas pessoas que não se dão bem? — Você disse que fazia essas coisas no começo do nosso casamento, a quanto tempo não sai com outra mulher?
— Acho que a uns cinco anos. — Arregalei os olhos e o olhei, Christopher parecia envergonhado e internamente eu ri, mas só internamente, juro. — Não me olhe assim, Maria.
— Desculpa, mas é inacreditável. Você vive saindo. Aliás, vivia. — Christopher suspirou e encostou na beira da banheira, me puxando para que eu deitasse em seu peito.
— Passou um tempo e eu cansei, Dul, assim como você. Acho que a gente amadurece e conforme o tempo passa, percebemos que essas coisas não agregam a nada, então parei. Me sentia vazio, não sei explicar. — Eu entendia o que ele queria dizer, ao mesmo tempo era difícil de acreditar, Christopher exalava sexo, além de toda sua beleza. Mas algo ainda estava martelando em minha cabeça.
— Preciso te perguntar uma coisa, mas não sei como e não sei se vou te magoar. — Eu falei rápido, quase que sem respirar, e Christopher me apertou em seus braços.
— Pode perguntar, Dul, eu aguento. — Ele disse rindo fraco.
— Acha que a morte do tio Victor nos aproximou? — mais uma vez, despejei as palavras em cima dele e o ouvi suspirar.
— Acho. — Uou essa me surpreendeu. Ergui meu tronco para observá-lo, porque sim, eu estava assustada com essa resposta na lata assim. — Só não sei porque. Acho que meu pai sempre teve esperança que nosso relacionamento vingasse, de certa forma eu nunca te dei paz, a maior parte das nossas brigas partiam de mim, me sinto um pouco culpado...
— Chris, não posso discordar, você muitas vezes me provocava e como eu não sou de ficar quieta, caia na sua pilha. Mas isso passou, antes mesmo dele falecer, fazia algum tempo que não brigávamos feio, tínhamos apenas algumas pequenas discussões e logo passava.
— Acho que você está certa. Como sempre...— ele revirou os olhos dramaticamente e sorriu, me fazendo rir. — Sinto que perdemos tanto tempo brigando, tempo que poderíamos ter nos resolvido.
— Bom, nunca é tarde... — meu Deus, estávamos próximos demais, e por que eu não conseguia desviar o olhar de sua boca, e ele também aparentava o mesmo. E minha voz? De onde saiu esse tom? — Chris, eu... — é, não deu tempo de falar, Christopher me puxou para um beijo ardente, mais um naquele dia, aquele era nosso recorde. Sua língua pediu passagem e eu concedi, abrindo mais minha boca. Christopher me apertou mais contra seu corpo nu e eu senti sua ereção bater em minha barriga. Enrosquei minhas mãos em seus cachos e soltei um gemido pela garganta. De repente, uma bomba parecia ter caído naquela banheira, molhando o banheiro inteiro e nos assustando.
— Triana, o que faz aqui? Não é hora do seu banho garota. — Christopher disse quando quebrou nosso beijo. — Atrapalhou meu momento com a mamãe, menina. — meu coração deu pulinhos nesse momento e eu apenas sorri. Dei um selinho nele e sai de seu colo, dando atenção a minha filha.
— Oh papai, não fala assim comigo, eu só queria brincar. — Eu disse em uma voz infantil, como se fosse minha bebê, eu adorava fazer isso, me sentia uma idiota mas não me importava.
— Papai também, garota, papai também. — Ele suspirou tristemente e eu soltei uma gargalhada quase que na mesma hora. É, o clima tinha acabado.
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Yo Si Quería
Fanfiction+18 | Finalizada | Com a vida praticamente inteira planejada, Dulce e Christopher se conhecem desde crianças mas nunca se gostaram. Por conta dos pais, eles foram obrigados a tomar frente das empresas, se casarem e comandar a Saviñon Von Uckermann j...