Assim que Anahí, Poncho e Christian chegaram, com Manu a tira colo, eles nos encheram de perguntas. Mas assim, muitas perguntas. Christopher pegou uma garrafa de vinho e fomos todos para sala. Havíamos marcado um jantar, mas com meus pais e tia Alexandra junto, então a grande bomba contariamos em seguida. Manu foi brincar em seu cantinho com os cachorros enquanto nos acomodamos na sala, e eu suspirei fundo, sentada ao lado de Christopher, tentando criar coragem para esse momento.
— Bom, eu sei que devo algumas explicações a vocês... — Eu comecei a falar mas já queria parar bem aqui.
— Sim, você deve. Sabe como ficamos preocupados com você, Dulce? — Annie disse com um tom um tanto ríspido, mas eu nem podia reclamar.
— Eu sei, Annie, e eu sinto muito por isso, eu juro que não queria que fosse assim.
— Então o que houve, Dulce? Por que fugiu? — Christian disse mais calmo que Annie, mas ainda sim irritado.
— Eu vou contar uma parte da história e o restante quando meus pais e a tia Alê chegarem, mas vocês não podem fazer nenhuma pergunta a mais.
— Ok. — os três disseram juntos, parecendo o jardim da infância.
— Falei sério, Christian! — Ele revirou os olhos e cruzou os braços, um tanto extra como sempre.
— Tá bom, Maria. — respira fundo e vai, Dulce, é só ir.
— Bom, à alguns meses atrás, Christopher e eu quebramos uma regra do nosso contrato...
— Sim, vocês transaram, já sabemos disso. — Anahí disse impaciente e eu juro que se eu não tivesse tão errada, eu brigava com ela.
— O que vocês não sabem, é que fizemos um novo contrato. — Christopher resolveu falar, vendo meu nervosismo evidente transparecer cada vez mais.
E a campainha tocou. Meu Deus, os adultos! Tá, eu também era uma adulta, mas vocês entenderam.
Olhei para Christopher e pedi para que ele continuasse contando aquela história conturbada de contrato que tínhamos, e de certa forma, eu agradeci por essa campainha ter tocado e eu ter que levantar.
— Oi, mamãe, papai! — Eu disse a eles assim que abri a porta. Notei que tia Alê ainda estava em seu carro, então resolvemos esperar ali.
— Dulce, filha, eu estava morrendo de preocupação com você! — Se eu era exagerada, minha mãe era o dobro. — Você está bem? O que aconteceu pra você fugir assim?
— Não faça mais isso, minha filha, não temos idade pra essas surpresas. — meu pai disse mais brincalhão, mas ainda sim com tom de repreensão.
— Me perdoem, vou explicar o que aconteceu logo logo. — A mãe de Christopher se aproximou de nós e me deu um forte abraço.
— Oi, minha princesa, como está bonita! — ela era a melhor da família, sem dúvidas.
— Obrigada, tia! A senhora está perfeita também, como sempre! Vamos entrando, Annie, Poncho e Christian estão aí. — entramos todos e fomos direto para sala, onde a cara de espanto de todos entregava muita coisa.
Todos ali se cumprimentaram e senti o olhar de Anahí desesperado em cima de mim. Sabe aquela coisa de melhores amigas se conversarem pelo olhar? Pois então, bastou uma olhada e um sorriso, ela já sabia. Fiz sinal de silêncio para ela que assentiu com a cabeça, ficava mais aliviada de pelo menos minha Barbie saber das coisas.
Nossa governanta, dona Antônia, nos avisou que o jantar estava servido. Meu Deus, a hora era agora, e a minha sorte era que todos estavam distraídos ali, pois eu já estava nervosa demais.
Todos jantaram e continuaram a conversar normalmente, mas eu estava mais quieta que o normal.
— Dulce, você mal comeu, filha. Está tudo bem?
— Sim, mamãe. Eu só estou meio tensa. — Eu disse baixinho, e Christopher, que estava ao meu lado, segurou em minha mão por debaixo da mesa e sussurrou no meu ouvido.
— Quer falar já? Ou prefere que eu comece?
— Começa, por favorzinho? — Eu disse em um murmúrio choroso, ele sorriu e assentiu, logo pediu silêncio à todos ali.
— Bom, vocês devem estar se perguntando o porquê desse jantar em plena quarta-feira. A verdade é que Dulce deve algumas explicações a todos sobre ela ter fugido e o real motivo de tudo. — respirei fundo e entrelacei minha mão na de Christopher, recebendo uma leve carícia ali.
— Primeiro, eu quero pedir desculpas à todos, sei que fui irresponsável, mas eu precisei desse tempo pra poder pensar corretamente sem agir por impulso e fazer alguma besteira. — apertei ainda mais a mão dele contra a minha e o olhei, Christopher me observava atentamente, me encorajando a continuar a falar. — Então, estamos esperando um bebê.
As reações foram as melhores possíveis.
Minha mãe e tia Alê gritaram e levantaram para me abraçar, juntas. Foi icônico.
Christopher sorria feito um bobo enquanto recebia felicitações do meu pai, e escutava ele dizer o quanto tio Victor estaria orgulhoso e amaria o neto.
Agora os outros três. Ali estava o real entretenimento.
Christian e Anahí choravam compulsivamente, dizendo que seriam os melhores padrinhos do mundo. E Poncho ria da cena, tentando acalmá-los, com Manu em seu colo, quase dormindo.
Recebemos parabéns de todos ali presente e voltamos a nos sentar na mesa. Eu me sentia muito mais leve agora, principalmente por não ter de esconder nada de Annie e Christie.
— Dul, como o bebê está? — Meu querido primo, o mais calmo daquela mesa, perguntou.
— Está bem, Ponchito. Estou de cinco semanas. Fiz minha primeira ultra hoje.
— Filha, já comprou as vitaminas? Você tem que se alimentar direito, ouviu Dulce Maria? Christopher, fica de olho nessa aqui que só come doces.
— Pode deixar, tia, não vou deixar Dulce sair da linha. — meu marido disse e eu cruzei os braços indignada.
— Com licença, ainda estou aqui.
— Sabemos, e você não vai comer errado mais, Maria. — Christopher disse olhando para mim e só assim notei como estávamos próximos e como nossos amigos nos olhavam.
— Meu filho, seu pai estaria tão feliz com isso. — Tia Alê disse com tristeza em sua voz e Christopher apenas sorriu fraco e assentiu. Ainda doía muito.
— Sabe, Alexandra, Victor e eu sempre dissemos que Dulce e Christopher nasceram um para o outro. Parece que fizemos bem com esse contrato de casamento...— oh pai, pra que lembrar disso?
— Papai, agora não... — isso também doía. Talvez menos agora.
— Candy, vocês têm preferência de sexo? Por que eu tenho certeza que vai nascer uma mini Dulce. — Obrigada Christian por mudar o assunto.
— Não é que temos uma preferência, Ti, Dulce está grávida de uma menina. Eu sei. — Christopher falou na minha frente e eu ri com sua certeza, como que pode isso?
— Ucker, não pode ter tanta certeza assim, cara. Eu achava que Manu era uma menina, mas olha aí. — meu primo falou para Chris, que revirou os olhos.
— É diferente, vocês são claramente pais de meninos. Olhem bem pra nós, somos pais de meninas.
— Uckermann, se esse bebê for menino, seu tombo vai ser enorme...— Annie disse rindo também.
— Eu vou amá-lo da mesma forma, mas esse aqui é uma menina. Ninguém discute mais isso.
— Meu filho enlouqueceu! — Tia Alê disse e todos na mesa riram.
Continuamos com o clima descontraído ali, mas principalmente falando sobre o bebê. Logo todos foram embora, restando finalmente só eu e Christopher em nossa casa. Como dona Antônia e os funcionários haviam ido embora assim que o jantar foi servido, nós arrumamos toda a cozinha enquanto ele dizia que eu deveria estar descansando e essas coisas, mas logo nos sentamos no sofá da sala e ele me puxou para um beijo que me arrepiou inteira. Obrigada hormônios da gravidez.
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Yo Si Quería
Fanfiction+18 | Finalizada | Com a vida praticamente inteira planejada, Dulce e Christopher se conhecem desde crianças mas nunca se gostaram. Por conta dos pais, eles foram obrigados a tomar frente das empresas, se casarem e comandar a Saviñon Von Uckermann j...