Capítulo 62

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- Quer que eu entre lá com você? Te dou um apoio e não deixo meu irmão brigar. - Christian disse assim que chegamos no andar da presidência da empresa. Eu estava nervosa de ter que enfrentar a possível fúria de Christopher mas eu aguentaria.

- Está tudo bem. E com Luna no meu colo, não iremos brigar. Não discutimos na frente dela.

- Que droga, eu queria assistir o barraco. - gente, ser amiga de Maria Fifi as vezes é ótimo, mas as vezes é isso que acontece. - então vou pra minha sala, mas espero atualizações do caso ou eu te infernizo a noite toda. - revirei os olhos para ele e sorri. Christian deu um beijo em minha bochecha e saiu.

Respirei fundo e olhei para Luna que me observava atentamente. Sorri ao ver minha bebê me olhando com tanta ternura. Até Luna nascer, não sabia que era possível amar alguém tanto assim, ela ocupava grande parte do meu coração.

- Você vai proteger a mamãe, né bebê?

- Sim, mamãe. - não tinha nada mais fofo nesse mundo do que essa criança falando.

- Eu te amo, Lu. - Luna sorriu e deu um beijo molhado em minha bochecha, me arrancando um sorriso.

Mais uma vez, respirei fundo e abri a porta da sala de Christopher. Tão lindo e sério conversando no telefone, só queria que ele estivesse de bom humor.

- Preciso desligar, John. Até mais. - Ouvi ele dizer assim que me viu e sorriu pra mim. Christopher contornou a mesa e parou na minha frente, segurando minha cintura levemente. - Oi, minhas meninas. Eu estava com saudades. - Lá se vai Luna do colo da mãe para o colo do pai.

- Nós também estávamos. - Eu disse e me inclinei para lhe dar um selinho. - Eu estive... ocupada. - Christopher me encarou no segundo que eu falei. Droga, minha cara de nervosa certamente me entregava.

- O que você aprontou, Dulce?

- Nossa mas por que tem que ser algo negativo?

- Está torcendo os dedos e piscando sem parar. - meninas, aqui vai a dica do dia: não se relacionem com alguém que te conhece desde criança, nem se seus pais obrigarem, como foi nosso caso, Christopher conseguia me ler como se eu fosse um livro aberto.

- Mas que droga, você me conhece bem demais, se lembra quando...

- Dulce. - ele me repreendeu, me interrompendo. - Agora está tentando mudar de assunto. Fala logo o que você fez.

- Segui a Paulina de carro e...

- Você fez o que? - mais uma vez interrompida. - Dulce, eu te disse pra deixar essa mulher de lado, por que você não me escuta?

- Porque além dessa mulher tentar arruinar nossa relação, ela estava entrando num carro com o Poncho. - ele arregalou os olhos e abriu a boca, Christopher estava sem reação, graças a Deus. - Eu segui eles dois até um motel. Christian estava comigo.

- Por que você chamou meu irmão e não eu? - fomos para a fase da indignação.

- Porque você ia me passar um sermão de como eu estava sendo irresponsável, eu ficaria nervosa e não conseguiria pensar no que fazer.

- Ok, isso provavelmente é verdade. E o que você fez?

- Christian tirou fotos deles entrando no motel, nós voltamos para a casa de onde vimos os dois saindo e fomos falar com o menino. Ele confessou que estava sozinho em casa cuidando da irmã mais nova. Isso está filmado. - Christopher suspirou e abraçou Luna mais forte, sabia que ele estava bravo, eu conhecia meu homem, mas agora eu já tinha feito tudo.

- O que pretende fazer com isso?

- Não sei ainda. Christian sugeriu de ameaçá-la entregar tudo para o conselho tutelar, mas não sei... - exitei até de falar. Agora que minha adrenalina passou, o medo estava começando a me consumir, minha voz estava trêmula assim como minhas mãos. Christopher se aproximou e segurou minha mão, acariciando levemente.

- Calma, amor. Não precisa ficar nervosa. - sua voz era suave e calma, ué.

- Não está bravo?

- Estou mais por você não ter me incluído nessa e por Luna estar com você, do que pela situação em si. Se acalma, mi Dul. Vamos pensar com calma no que fazer, ok? - meus olhos encheram de lágrimas, por que ele era assim?

- Você é perfeito. - Eu disse com a voz embargada, enquanto abraçava ele e Luna. - Me desculpa, eu não pensei, só agi.

- Tudo bem, amor. Está tudo bem. Você é impulsiva, já me acostumei com seu jeitinho. - Christopher depositou um beijo na minha cabeça e eu olhei para Luna, refletindo melhor.

- Não deveria ter mexido com o filho dela, né? Se alguém me ameaçasse com Luna eu acho que morreria.

- Talvez, mas também esse é o único jeito de tirá-la do nosso pé. - Christopher suspirou e como se tivesse um estralo, ele me olhou atento. - Será que o filho dela não é filho do Poncho? - Meu Deus, como eu não tinha pensado nisso?

- V-você acha que pode ser? Me custa acreditar que Poncho fez isso com a Annie, mas também, ele havia dito para ela que ia viajar, e continua na cidade.

- Mas vamos pensar com calma: ele continua mentindo, brigava com Annie sem parar, sugeriu um aborto, não quis falar quem era a mulher com quem ele conversava... Amor, eu sinceramente, não duvido.

- Como eu não pensei nisso antes? Chris, o que fazemos?

- Precisamos pensar com calma e clareza. Mas acho que, primeiro de tudo, temos que contar a Annie.

- Tadinha da minha amiga. Não queria que ela passasse por isso, ainda mais grávida.

- Eu também, Dul, mas esconder isso dela vai ser pior. Imagina se ela descobre que a gente sabe disso tudo e não contamos? Ou não fizemos nada a respeito? Anahí vai ficar puta da vida.

- Você tem razão, acho que isso é o melhor mesmo.

- Estaremos do lado dela, não se preocupe, Annie é forte, ela vai ficar bem.

- Acho que sim... - Christopher me abraçou forte e me consolou, a situação de Anahí me afetava muito, não queria ver minha melhor amiga nessa situação, e com certeza se eu pudesse, mataria meu primo.

Christopher resolveu encerrar o dia de trabalho e irmos dar uma volta com Luna. Eu ainda me sentia tensa e sabia que ele estava fazendo isso apenas para que eu relaxasse, além disso, eu agradecia internamente por ele não ter ficado tão bravo comigo, graças a Deus ele entendeu meus motivos.

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