Capítulo 35

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Christopher foi diminuindo o ritmo do nosso beijo até quebrá-lo com alguns selinhos assim que o fôlego nos faltou. Ele encostou sua testa na minha e senti uma carícia em minha bochecha.

— Eu não trocaria o que a gente tem por nada nesse mundo, sabia? Por mais complicado que seja a nossa relação, nossa vida, tudo em volta, eu sinto que temos uma conexão forte demais entre nós dois. — Achei que iria infartar bem aqui. Essa conexão, ela não era nova para mim, sempre me senti presa a ele de alguma forma, talvez nele tenha despertado mais devagar.

— Eu sei, inclusive acho super estranho a forma que eu consigo te ler facilmente, estava pensando sobre isso... — Ele afastou nossos rostos mas continuamos abraçados, dessa vez olhando nos olhos um do outro.

— Como assim? — Christopher parecia bem confuso, era quase cômico.

— Você se entrega de uma forma sutil. Como acha que eu acreditei tão rápido em você? Eu sei quando você mente, Chris, apesar de mentir bem, você não olha nos meus olhos quando faz isso, você desvia nem que seja minimamente...

— Seus olhos, parece que me hipnotiza, eu nunca consegui mentir pra você, nem quando éramos mais novos eu conseguia, acho tão bizarra a forma como seu olhar me prende. — sorri vitoriosa para ele, isso era verdade, apesar de nossas desavenças até pouco tempo atrás, Christopher nunca mentia para mim, eu achava até fofo aquilo, e eu também nunca mentia pra ele, nem ao menos tentava.

— Eu acho que temos uma conexão de outras vidas, nos reencontramos nessa para vivermos assim, talvez Luna seja nossa missão, não sei, mas acho que tudo tem um motivo, e nós precisamos passar por cada coisinha, por mais que doa.

— Eu não queria ter passado por aquilo horas atrás... — Ele murmurou, mas ainda preso ao meu olhar.

— Nem eu, Chris, mas olha como conversamos, como estamos agora, foi necessário para darmos mais um passo nessa relação, criarmos confiança um no outro... Eu sei que você não vai me trair, e você sabe que deve compartilhar os problemas comigo por mais que me afetem.

— Você é tão inteligente... — Eu sorri para ele dando de ombros.

— Eu sei! — Ele riu fraco e apertou mais minha cintura.

— E convencida também. — passei meus braços em volta de seu pescoço e sorri, ficando na ponta dos pés pra alcançar sua altura.

— E gostosa também. — Ele deu um sorriso malicioso e desceu a mão até minha bunda, onde apertou forte.

— A mais gostosa que existe nesse mundo. — Ele disse rouco e eu revirei os olhos.

— Como você é exagerado, achei que não mentia.

— Eu não minto, meu bem, não pra você. — sorri e o beijei de uma forma calma, até eu havia estranhado aquilo. Christopher e eu estávamos em perfeita sintonia, nossos corpos estavam perfeitamente encaixados, como se fossem feitos pra ficarem assim. — Dul... - Ele disse entre o beijo, mas logo nos separando. — Vamos sair, pequena. Eu disse que ia te levar pra jantar, vamos?

— Ou, a gente pode ficar aqui e transar.

— Dulce Maria, abaixa o fogo, sua safada! Nós saímos e eu prometo que quando a gente voltar, eu faço o melhor oral da sua vida.

— Olha lá hein, Uckermann. Eu cobro promessas e eu vou te punir. — ele semicerrou os olhos e me encarou.

— Você não seria capaz.

— Não me teste! — Eu disse cruzando os braços e Christopher perdeu totalmente a pose, começando a rir. — Ok, vou trocar de roupa.

— Aonde vamos? O que eu visto?

— Eu acho que você está linda assim... — Eu usava um vestido com uma estampa de flores quase minúsculas e apenas um chinelinho, muito simples pra quem vai num restaurante.

— Christopher, falo sério, estou prejudicada demais, amado. — Ele riu do jeito que eu falei e eu fechei a cara olhando pra ele.

— Dul, eu também estou falando sério. Mas, vem cá, vou escolher uma roupa para você e eu te garanto que ficará linda.

— Ok... — Ele me puxou para minha parte do guarda roupa e após olhar meus vestidos, ele escolheu um longo com uma fenda enorme na perna, e um sapato de salto que eu adorava. — Olha a roupa que você pegou e olha a roupa que eu estou usando, Uckermann! Como diz que eu estou linda assim?

— Você está, ué.

— Mas não é adequado para o local.

— Eu acho que se você está vestindo, é adequado sim. — revirei os olhos, batendo em seu braço e pegando a roupa de suas mãos.

— Idiota. — Eu murmurei dando a volta nele.

— É mas é do idiota que você gosta, besta. — Ele disse mais alto, já que eu estava entrando em outro cômodo e eu gritei de volta.

— Fazer o que, né. — entrei no banheiro e comecei a me maquiar, fazer meu devido skincare e arrumar meu cabelo.

Depois de quase 40 minutos, Christopher e eu saímos da nossa suíte, vestidos para matar. Ele usava um smoking muito bonito, que eu havia escolhido para ele a alguns anos atrás, seus cachos estavam molhados e definidos e sua barba por fazer.

Descemos até o lobby do hotel onde um carro já nos esperava. Durante todo o caminho, Christopher parecia tenso e nervoso, algo que já estava me incomodando, seus olhos tremiam e eu percebi que ele teve controlar a ansiedade.

— Chris, o que você tem? Está me deixando nervosa também.

— Não é nada, Dul. — Ele disse abaixando a cabeça.

— Acabamos de conversar sobre honestidade, Christopher, de compartilharmos tudo um com o outro, por que está... — parei de falar assim que o vi tirar uma caixinha do bolso, é eu deveria ter ficado quieta.

— O-o que é isso? — Eu fiquei nervosa assim que abri a caixa e vi um lindo anel de diamantes brilhando ali.

— Fazemos dez anos de casados esse ano, quis te adiantar um presente de aniversário de casamento e trocar seu anel de noivado. Sei que gosta dele mas foi meu pai que escolheu, e esse foi eu, acredito que tenha mais a sua cara também. — meus olhos estavam cheios de lágrimas por aquele gesto, jamais pensei que Christopher me daria outro anel.

— Chris... — Eu murmurei enquanto ele deslizava a joia no meu dedo e retirava o antigo, deixando apenas nossa aliança de casamento. — É tão lindo. V-você não deveria ter feito isso...

— Deveria sim, muita coisa mudou entre nós, era o correto, aquele outro anel pesava no meu olhar, não tinha significado... — Eu sorri para ele, que continuou a falar. — esse representa a nova fase que estamos passando, Luna em nossa vida, nosso relacionamento, tudo.

— Eu amei muito, e... — As palavras morreram em minha boca. O olhei e acariciei seu rosto, sorrindo fraco. — Esse é o melhor presente que eu já ganhei.

— Fico feliz que tenha gostado, tia Blanca me ajudou a escolher. — Arregalei os olhos e o fitei.

— Ela sabia e não me contou? Achei que eu era mais especial do que você, perdi meu posto. — fiz um draminha para ele, que riu, mas meu olhar se encontrou com o dele e tudo ficou mais intenso.

— Você sempre vai ser a mais especial, Dul. — sua voz estava rouca e eu poderia dar pra ele aqui nesse carro mesmo. Avancei em sua boca para um beijo ardente, e Christopher me correspondeu na mesma intensidade. Quebramos o beijo quando o carro parou em frente ao restaurante. Respirei fundo, tentando controlar minha excitação, e sai de mãos entrelaçadas com Christopher.

Eu me sentia diferente, afinal em apenas um dia eu tinha experimentado um turbilhão de emoções, e a gravidez nos deixa mais sensível, o que só piorava a situação. Mas eu tinha que confiar em Christopher, isso não poderia se perder.

Yo Si QueríaOnde histórias criam vida. Descubra agora