Capítulo 70

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— Me conta tudo, não deixe nada! — eu disse assim que Christopher se aproximou de nós na praça de alimentação do shopping, a fofoqueira que habitava dentro de mim estava morrendo lentamente sem a fofoca. Christopher riu e me deu um selinho demorado, que me tirou do ar por um segundo, e beijou a cabeça das meninas em seguida, se sentando ao meu lado.

— Ele está um desastre, Dul. Arrependido de verdade, Poncho tem a plena consciência que errou, perguntou da Annie e das crianças...

— E sobre aquela mulher? — Christopher suspirou e me olhou.

— Ele fez um único exame, onde ela recomendou. Dá pra acreditar? — revirei os olhos e balancei a cabeça negativamente, como alguém poderia ser tão burro?

— Não pode ser que Poncho não tenha pensado em fazer outro.

— Ele não pensou, e ficou claro pra mim que ele não estava nem mentindo.

— Meu primo já foi mais esperto, o menino não se parece com ele.

— Pois é. Ele admitiu que traiu a Annie, que errou. De início, Poncho parecia revoltado por termos "virado as costas" pra ele, e eu expliquei que nós ficamos muito decepcionados com ele, que ninguém esperava essas atitudes e essa mudança de comportamento da parte dele.

— Homem é inacreditável! — Christopher me encarou e parecia ter uma interrogação em sua cara, fofo. — menos você, bebê, você é perfeito.

— Também te amo, Maria. Enfim, ele disse que quer melhorar, vou acompanhá-lo em outro exame de paternidade, disse que estava com saudades da Anahí e dos filhos, que queria conversar com ela. — arregalei meus olhos e ele assentiu, parecendo ler meus pensamentos. — Sim, eu disse a ele que não era o momento. — Uau, bizarro. — disse a ele que Annie estava bem, ele falou que estava com saudades de você e da Luna, mostrei Ayla para ele... Olha, Poncho está arrependido e eu acredito que as pessoas mereçam segundas chances, sabe? Mas claro, isso depende da Annie, eu não sei se perdoaria se fosse comigo, esse é um vidrinho quebrado que nunca mais volta. — muitas informações a serem processadas, Dulce reaja!

— Eu não duvido do arrependimento do Poncho, não mesmo. Só acho que ele tem que entender que nada vai ser como era antes. Não vamos esquecer que ele brigou na frente de Manu, que ele sugeriu que Anahí abortasse, fora que traições, ele sendo abusivo, não é algo fácil de perdoar. Claro que isso não cabe a nós, mas eu nunca mais vou ver meu primo da mesma forma.

— Eu entendo. Por mais que eu tenha dito a Poncho que ajudarei ele, isso não será esquecido... — assenti e segurei em suas mãos enquanto observava Luna e Ayla comerem batatinhas e rirem uma da outra. — Já pensou ele perder momentos assim dos filhos dele? Eu acho que nunca me perdoaria. Fora a decepção que o Manu terá com o pai em saber que isso aconteceu.

— Bom, disso Luna e Ayla não precisam se preocupar. Por que elas têm o melhor pai que existe, e eu sei que você seria incapaz de fazer algo do tipo, eu conheço seu coração, Chris, sei que não há nenhuma maldade nele, e eu sei disso por estar tão conectada a você.

— Você me faz ser melhor todos os dias, Dul. Eu nunca vou me cansar de dizer o quanto vocês são minhas vidas, e o quanto eu te amo e sempre te amei. Você me salvou tantas incontáveis vezes que eu nunca vou ser capaz de retribuir. E eu te prometo a minha vida que jamais faria algo assim, eu nunca colocaria em risco nosso relacionamento, nossa vida juntos. Só de pensar em te perder, eu sinto um aperto no peito. — se concentra Dulce, você não pode chorar, estamos em público. Pular nele também está um pouco fora de cogitação, então respira.

— C-chris, não me faça chorar no meio do shopping lotado. — olhei em seus olhos e acariciei seu rosto. Notei que dois pares de olhinhos pequenos nos observava atentamente e eu gostava de saber que Luna e Ayla estavam recebendo o real exemplo do que era o amor. — Eu te amo, meu amor. Você nunca vai me perder, estamos conectados para sempre, pela lenda do fio vermelho. Estaremos sempre juntos, e eu sempre farei o possível pra te ver feliz e realizado, porque eu amo dividir minha vida com você, ter você, nossas filhas. Vocês me têm tão fácil...

— Nós três amamos você, né princesas? — ele olhou pras meninas sorrindo e elas sorriram de volta.

— Sim! — disseram juntas e eu quase que não seguro o choro.

— Eu amo vocês, são minhas vidas. — Christopher me abraçou e beijou minha bochecha. Eu conhecia seu coração mais que tudo, e colocava minha mão no fogo por ele e por seu caráter.

Ficamos ali por um bom tempo ainda, conversando com nossas filhas, enquanto elas contavam animadamente ao pai tudo que tinham feito hoje.

Senti meu celular vibrar em meu bolso e vi que haviam algumas mensagens em nosso grupo, o que já estava falecido, por conta de Poncho, mas que permanecia intacto. Mostrei a Christopher que passou a ler as mensagens junto à mim.

Poncho: Oi, gente! Como estão? Sinto falta de todos.

Poncho: primeiramente, eu queria pedir perdão a tudo que eu causei a todos, principalmente a Annie (quem eu gostaria muito de conversar a sós, pessoalmente depois).

Poncho: eu sei que errei feio, decepcionei todos vocês e não estive ao lado de vocês como o amigo que eu deveria.

Poncho: aliás, Dulce e Christopher, parabéns pela adoção, a filha de vocês é linda.

Poncho: enfim, me desculpem mais uma vez, espero que possamos conversar em breve.

Terminei de ler aquelas mensagens e soltei todo o ar que não sabia que segurava, assim como Christopher. Fiz menção apenas de guardar meu celular, mas mais mensagens começaram a aparecer, desta vez, do Annie’s Club.

Pollito: gente, o que foi isso do Poncho?

Barbie: estou mais curiosa em saber como ele sabia da Ayla...

Pollito: bom ponto, olha Anahí toda cobra criada, eu nem tinha reparado.

Barbie: isso me chamou atenção, achei estranho. Dul, você falou com ele?

Candy: Não eu, mas Christopher se encontrou com ele hoje. Achamos que essa história com a Paulina está estranha demais...

Barbie: O QUE? Por que você não me contou?

Candy: não achei que quisesse saber isso, Annie. Fora que Christopher quis conversar com o melhor amigo, eu nem estava junto.

Pollito: isso gente, briguem, minha noite está entediante.

Barbie: não estamos brigando, Christian! Só me chateei porque a Dulce não me contou.

Candy: me desculpa, Annie, mas isso não era sobre mim. Somos melhores amigas, mas Christopher e Poncho também são...

Barbie: tanto faz...

Bloqueei meu celular e suspirei, como que Anahí tinha ficado brava com aquilo? Eu agi errado em não falar nada? Ou são os hormônios da gravidez?

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feliz dia vondy à todas nós malucas que amamos esse trauma mais do que tudo e não desistimos deles nunca! ❤

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