Capítulo 12

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Sabe aquela história de overthinking? Pois então, eu estava pensando demais em tudo que andava acontecendo. Por que as coisas estavam dessa forma? Quer dizer, não que eu estivesse achando ruim Christopher ter parado de me infernizar, mas era tudo muito suspeito. Eu com certeza confiava minha empresa à ele, não me leve a mal, Christopher sempre foi extremamente responsável no campo profissional, mas eu confiava meu corpo a esse ponto? Deveria eu me deixar ser levada por ele?

Sabe o que é o pior? Estou pensando em tudo isso enquanto estou deitada em seu peito, com seus braços me segurando firme e ele dormindo. Não, não transamos ontem, Triana realmente acabou com todo clima, e eu agradecia minha filha por ter interrompido a mamãe de ter feito besteira, de novo.

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— Dulce, que história é essa? Enlouqueceu foi? — Eu estava em um restaurante com Anahí no horário do almoço, recorri à minha melhor amiga pra conselhos, e óbvio que a defensora número um de Christopher estava me achando uma maluca.

— Não sei, Annie, ontem ele parecia tão sincero, é difícil de acreditar. Lembra como ele fazia da minha vida um inferno? E até pouco tempo atrás ainda era assim...

— Ok, Candy, você está deixando suas inseguranças te dominarem, Christopher mudou, infelizmente com a morte do tio Victor, mas mudou, talvez ele realmente esteja arrependido.

— Eu não sei, é muito difícil confiar nele assim, eu juro que queria, mas é difícil.

— E eu entendo, Dul, você e Christopher eram como cão e gato, mas eu acredito que ele amadureceu tanto quanto você, talvez até mais.

— Por que tinha que ser tão difícil assim, Annie? — o perrengue era real, meus amores, eu não aguentava mais me sentir nesse impasse.

— Você está apaixonada por ele? — Arregalei os olhos e quase que solto uma risada extremamente maldosa.

— Anahí, por favor, jamais me apaixonaria por ele, Christopher é um crápula, não vale nada.

— Aham, sei, então qual é o problema?

— Talvez eu queira sentar nele de novo...— Anahí riu pela forma que eu falei e eu apenas cruzei os braços, permanecendo a mulher séria que sou.

— Desculpa, Dul, voltando. Por que não senta nele, minha filha?

— Não sei, tem tanta coisa em jogo. Ontem quase rolou, fomos interrompidos pela Triana, que pulou na banheira.

— Calma, o que vocês estavam fazendo na banheira juntos?

— Conversando...

— Na banheira? Pelados? Você e Christopher? Conversando? Dulce Maria, por favor, você achou que não rolaria nada? Vocês dois exalam tensão sexual.

— Tô começando a acreditar nessa de tensão sexual.

— Começando? Você se faz de burra ou de sonsa?

— Portilla, me respeita! Além do que, você era igual com meu primo.

— Mas eu não era casada ainda, nós nem namorávamos. — Annie e Poncho se enroscaram quando tinham uns vinte anos, eles brigavam e terminavam na cama, dois anos depois, sim, dois anos depois, eles se tocaram que se gostavam, depois disso nunca mais se largaram.

— Não importa, era a mesma coisa, tanto que vocês descontavam no sexo, e eu era obrigada a escutar você reclamando que mais uma vez caiu no charme dele.

— Ok, mas você já olhou seu primo? Um gato, gostoso, aqueles olhos e... — a interrompi por que né, eca.

— Anahí, já entendi, não quero saber detalhes. — respirei fundo e passei a mão em meu rosto — O que eu faço?

— Dá pra ele, Dulce. Você quer, ele quer, qual o problema? — Por que pela boca de Anahí era tão simples mas no mundo real não era?

— Tenho medo de começar a misturar as coisas, não sei não.

— Seu problema é que você pensa demais, eu acho que...— a voz de Anahí morreu subitamente quando ela fixou o olhar em um ponto atrás de mim. Quando me virei, vi que era Oliver, ex melhor amigo de Christopher e meu ex ficante de adolescência, chato que só.

— Annie, Dul! Quanto tempo não vejo vocês! Vocês sumiram...— e você nos achou, que droga.

— Oi...— dissemos juntas com um sorriso amarelo. Era incrível o quanto eu e Anahí tínhamos as mesmas reações quando estávamos desconfortáveis, era como se a gente fosse almas gêmeas. Oliver pegou uma cadeira, e pasmem, ele se sentou em nossa mesa. Quem convidou ele aqui?

— Como vocês estão? — ótimas até você chegar, seu insuportável inconveniente.

— Bem, e você? — Annie disse assim que percebeu que eu não iria responder.

— Também. E você, Dul? Precisamos continuar de onde paramos... — Ele deu um sorriso malicioso pra mim e eu senti meu estômago revirar, era agora que eu colocaria toda a comida do almoço para fora. Anahí colocou a mão na boca segurando o riso e eu quis matar a filha da puta.

— Eu sou casada, Oliver, com Christopher. — Ele pareceu espantado com o que eu disse, e agora foi minha vez de segurar a risada.

— V-você e o Uckermann casaram?

— Sim, e juntamos nossas empresas. Nos amamos muito, somos casados à quase dez anos. — Eu disse na maior naturalidade do mundo, Anahí parecia se divertir com a cena.

— Eu queria muito revê-lo, por que não vamos até sua empresa então? — Arregalei os olhos olhando Anahí que apenas balançou a cabeça negativamente enquanto ria, vagabunda.

— Eu acho que Christopher ia adorar essa visita. — Annie disse, e eu iria matá-la hoje ainda.

— Ah então vamos, eu não vou perder isso por nada. — Anahí ordinária, me paga.

Saímos do restaurante e, como Annie tinha passado para me pegar na empresa, fomos no carro dela, sendo seguida por Oliver. Durante o rápido caminho, Anahí continuou a rir enquanto eu brigava com ela, o que só me deixava mais brava.

Assim que chegamos, o climão dentro do elevador já estava ótimo, daquele jeito que vocês imaginam. Fomos caminhando até a sala de Christopher, que estava sentado em sua cadeira, concentrado em seu computador.

— Oi, amor, olha quem eu encontrei. — mais uma vez eu disse rapidamente, fazendo Christopher levar um susto, mas assim que seus olhos encontraram o meu, senti um olhar de cumplicidade nele, graças a Deus ele entendeu.

— Oi, meu amor. — Ele disse se levantando e vindo até mim. Christopher me deu um beijo rápido em meus lábios, e me segurou pela cintura. — Oliver, quanto tempo não te vejo. — Ele usou a mão livre para cumprimentar aquele cão, mas me mantendo grudada à ele. — O que faz você aqui na companhia da minha mulher?

— A encontrei num restaurante com Anahí, queria relembrar os velhos tempos mas jamais imaginaria que ela havia se casado, ainda mais com você... — Ele encarou a mão de Christopher em minha cintura e me olhou de uma forma estranha, que me deixou extremamente desconfortável. Enquanto isso, Anahí apenas observava a cena.

— Fico lisonjeado, obrigado pelo carinho, Oliver. — Christopher disse em um tom irônico e eu quis rir. — Agora se vocês me dão licença, eu e minha mulher temos coisas à fazer, se é que me entendem. — Oliver olhou para ele com a maior cara de tacho do mundo e Anahí acenou de longe saindo da sala de Christopher, e claro que rindo.

— Ok, até mais, Uckermanns. — Oliver disse e saiu da sala também, e assim que a porta bateu, Christopher e eu explodimos em uma gargalhada, que surto tinha sido aquele?

Yo Si QueríaOnde histórias criam vida. Descubra agora