Capítulo 72

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Às vezes a gente toma umas decisões que talvez seria melhor se... não tomasse?

Bom, saímos da clínica médica e Anahí estava radiante, mas ela me fez ligar para Christopher, já que queria conversar com Poncho.

E eu liguei!

Que tipo de ser humano coloca a própria melhor amiga grávida da sua próxima afilhada para se estressar e ter uma conversa com um macho daqueles?

Eu sou tão irresponsável, Deus me perdoa, prometo que vou pensar melhor da próxima vez.

Ou não.

Estacionei o carro em minha garagem e vi o carro do meu marido lá, os dois estavam nos esperando. Olhei para Anahí que parecia ansiosa e suspirei.

— Sabe que não precisa fazer isso, né? — ela se virou assim que eu falei e respirou fundo.

— Sei. Mas sei também que eu preciso de paz interior, e isso só vai ser possível se eu colocar os pingos nos i's. — assenti. — Você fez certo em ligar pro Ucker e combinar isso, não se preocupe, eu e Mia ficaremos bem.

— Tudo bem. Vamos? — ela assentiu e saiu do carro, assim como eu.

Abri a porta de casa e encontrei Christopher e Poncho sentados no sofá. Meu primo parecia tenso e eu senti, que no minuto em que ele colocou os olhos em Anahi, que o mundo dele parou. Alfonso parecia hipnotizado em ver minha amiga, e eu não sei até que ponto isso era bom ou ruim.

— Oi. — ele disse se aproximando e Annie segurou em minha mão. Busquei o olhar de Christopher, que me confortou.

— Oi. — ela disse, e eu permaneci muda, como se não estivesse ali.

— Você está... linda, de verdade. A gravidez sempre te deixa maravilhosa.

— Obrigada, Alfonso. — ela soltou da minha mão e respirou fundo. — Vamos lá para fora conversar, quero terminar logo isso. — arregalei os olhos ouvindo minha amiga falar e olhei para Christopher que estava da mesma maneira. Poncho assentiu e seguiu Anahí até nosso jardim. Annie fechou a enorme porta de vidro que dividia os espaços e se sentou em uma espreguiçadeira, e logo Poncho se acomodou em outra.

Passei a mão no rosto e Christopher se aproximou de mim, me dando um abraço extremamente confortável, que me fez sentir em casa. Bom, ele era meu lar, minha moradia, meu porto seguro, nada ia mudar isso, e cada dia que se passava, eu sentia que estávamos cada vez mais intensos um com o outro, eu amava isso.

— Você está bem, pequena? — ele disse beijando o topo da minha cabeça.

— Estou... preocupada com a Annie, apenas.

— Não se preocupe, eu passei um sermão em Alfonso, ele não vai fazer nada para atingi-la, ele já está consciente que está totalmente errado, não tem o que fazer. — assenti e ele segurou em meu queixo, me fazendo olhar em seus olhos. — Confia em mim?

— A minha vida. — falei firme e sem um pingo de exitação.

— Então, vai ficar tudo bem, ok? — assenti e voltei a abraçá-lo, tudo que eu precisava no momento era de um conforto, e só ele me proporcionava. — ei, o bebê da Annie, é Mia ou Miguel?

— É Mia, amor, você acredita? A Barbie terá uma Polly Pocket pra ela mimar agora. — falei com entusiasmo e Christopher riu. — Você perdeu nossa aposta, eu disse que era uma menina, agora você vai ter que ser meu submisso. — Sim, nós tínhamos apostado a quase um mês atrás, após um sexo selvagem e caloroso, no qual ele tinha me dominado completamente. Assim que caímos cansados na cama, começamos a conversar coisas rotineiras e chegamos a esse assunto, firmando a aposta com mais uma rodada de sexo quente, por que a gente era assim?

— Eu vou amar ser dominado por você. — ele disse com a voz baixa e rouca em meu ouvido, um arrepio percorreu por minha espinha e eu tenho certeza que minha calcinha tinha molhado agora mesmo.

— Uckermann, não comece o que você não pode terminar agora. — tentei dizer no mesmo tom que ele mas eu estava excitada demais, não era capaz de formular qualquer frase que fizesse muita sentido naquele momento. Christopher escorregou as mãos por minha cintura e me pegou no colo, me fazendo sentar em uma das banquetas que tinha ali.

Olhei para o lado de fora e vi que Anahi e Poncho estavam concentrados um no outro, então, segurei no cós de sua calça e o puxei para mais perto de mim, grudando nossos lábios em um beijo apaixonado.

Christopher segurou firme em meu pescoço, enquanto nossas línguas dançavam em sincronia pura e sua ereção roçava em minha intimidade, coberta pelas camadas de roupa, mas mesmo assim, nos deixando ainda mais excitados.

Subi minhas mãos por dentro da camiseta dele e arranhei suas costas, tentando descontar um pouco daquele tesão que sentíamos. Nos separamos bruscamente ao ouvir um pigarro vindo de Anahí, ela e Poncho estavam na nossa frente, de braços cruzados, parecendo que nós julgavam.

— Arranjem um quarto. — Annie disse assim que nós olhamos para ela.

— Nós temos um quarto, e se vocês não estivessem aqui, provavelmente já estaríamos nele e sem roupa. — Christopher segurou a risada e eu vi minha amiga arregalar os olhos.

— Pelo amor de Deus, eu não aguento vocês dois não. Estamos indo embora. — "estamos"?

— "Estamos"? — Christopher leu meus pensamentos, não é possível.

— Alfonso vai me levar, ele quer ver o Manu e a reforma no quarto da Mia. — pulei da banqueta que estava sentada e fui até minha amiga.

— Tem certeza disso? Está tudo bem?

— Não se preocupe, amiga, está tudo bem. — ela me abraçou e assentiu.

— Ok, então. Mas mesmo assim, nós temos que ir buscar nossas filhas na sua casa, Barbie. 

— Uau, você escapando de uma foda? — Anahí não me respeita, e nem meu marido, já que ele começou a rir e Poncho também.

— Engraçadinha, estou com saudades das minhas bebês.

— Quem diria que a Dulce viraria uma mãe grudenta? — Poncho disse, parecendo ter receio de mim, eu acho bom ter mesmo, mas quis continuar naquele clima.

— Olha quem fala, o próprio filhinho da mamãe. Não pode falar nada, minha tia te tratava da mesma maneira ou até pior, Ponchito. — ele fingiu estar ofendido e riu.

— Ok, chega vocês. Vamos logo, eu estou com saudades das minhas criaturinhas. — Anahí olhou com espanto para Christopher pela forma que ele falou e eu ri.

— Criaturinhas, Uckermann? Aliás, até você dispensando uma foda.

— Anahí, não vamos voltar a isso, vamos logo, quero pegar minhas filhas e ficar com as minhas meninas em paz.

— Isso foi uma indireta? — Poncho perguntou querendo rir.

— Não, foi uma direta mesmo, vamos. — todos rimos e seguimos Christopher até a garagem. Anahí quis ir junto a Poncho e nós não discutimos isso, mas logo eu questionaria ela sobre aquela conversa e aquela mudança de comportamento.

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