Capítulo 67

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— Oi, minha filha! Quanto tempo não te vejo, está tão bonita! — minha mãe me abraçou assim que abri a porta. Havíamos combinado um churrasco para contar a todos sobre a adoção de Ayla. Annie e Christian haviam chego, e só faltava realmente meus pais e a mãe de Christopher.

— Que saudades, mamãe! — disse retribuindo aquele abraço apertado. Cumprimentei meu pai e tia Alexandra da mesma maneira e direcionei todos para a área externa, onde passaríamos o dia.

Meu pai faria a carne hoje. Ele era o melhor em churrascos, e ninguém poderia tentar roubar seu lugar, ou as coisas ficariam feias. Seu Fernando começou a preparar as coisas de sua maneira, dispensando qualquer ajuda de imediato, e eu me virei assim que Christian me chamou.

— Candy, cadê meu irmão? — Meu Deus, Christopher!

— Está lá em cima. Vou ver se ele precisa de ajuda.

— Você vai dar, né? Sua filha está lá em cima, tenha modos, Maria.

— Christian, me respeita. — Joguei uma almofada nele e saí correndo naquela casa gigantesca. Como pude me esquecer de ir ajudar Christopher a dar banho em duas meninas ao mesmo tempo? Que tipo de mãe eu sou?

Abri a porta do quarto das meninas e pude ouvir gritos fininhos e risadas histéricas. Eu sabia! Elas haviam dominado Christopher, feito uma bagunça no banheiro e molhado ele inteirinho. Meu marido me olhava com uma cara de dar dó, e eu só conseguia rir.

— Dulce, me ajuda, amor. Essas duas não querem sair do banho. — aquilo estava cada vez mais engraçado. Segurei na mão dele, o ajudando a levantar e dei um selinho rápido em seus lábios.

— Vai se trocar, eu vou tirar essas duas daqui.

— Agora eu quero ver vocês saírem dessa, a mamãe é brava mas vocês não ouviram o papai. — Ayla e Luna riram ainda mais da cara do pai, me levando com elas. Christopher era um adorável bebezão, e nunca deixaria de ser.

Tirei as duas do chuveiro e fui arrumá-las. Como estava um dia quente, coloquei vestidos nas duas e tratei de arrumar os cabelos delas. Em menos de meia hora, estávamos prontas.

Christopher entrou no quarto e pegou Ayla no colo, e eu segurei Luna. Ele me olhou e sorriu, sendo retribuído por mim no mesmo momento, e logo nos descemos as escadas e fomos para de encontro à todos, que assim que nos viram, nos olharam confusos.

— Que demora vocês dois. Só não falo o que acho que estavam fazendo em respeito às crianças aqui presente. Luna estava com a amiguinha, vocês tiveram tempo, né? — Anahí disse, sentada na espreguiçadeira junto com Manu.

— Annie, cala a boca. Nós queremos apresentar a Ayla à vocês.

— Oi, Ayla! — todos disseram quase que juntos, chegou a ser engraçado.

— A Ayla é nossa filha. Nós a adotamos. — Christopher me complementou e pude ver todos nos olharem com espanto, mas não de forma negativa. Minha mãe e tia Alexandra vieram de imediato até nós e encheu Ayla de beijos.

— Meu amor, eu sou a vovó Blanca, mãe da Dulce. E aquele lá longe é o vovô Fernando, ele está sujo de carne mas logo vem até você.

— E eu sou a vovó Ale. Pode fugir sempre pra minha casa quando esses dois te deixarem doidinha. Logo ensinarei isso à Luna.

— Mamãe! — Christopher disse a repreendendo e ela riu.

— Estou brincando, meu bem! Victor está orgulhoso de vocês, isso é o que ele sempre quis, ele sempre soube do amor entre vocês dois, sabia que estava aí escondido em algum lugar. — olhei para meu marido e sorrimos juntos, sendo observados pelas nossas filhas, que nos olhavam atentamente.

— Obrigado, mamãe. Eu sinto muito a falta dele, mas sei que ele está feliz onde está, e sei que ele cuida de nós.

— Com certeza, meus filhos. — elas sorriram e se afastaram. Colocamos as meninas no chão assim que Manu de aproximou e Luna se animou.

— Manu, essa é a minha irmã, Ayla, mas eu chamo ela de La. Você pode também se quiser. La, esse é meu primo Manu. E tem outro na barriga da tia Annie, mas não sabemos o nome. — a Luna meu Deus, uma matraca.

— Oi, Ayla. Você quer brincar? — Manu perguntou e Luna assentiu olhando para ela.

— Sim! — e em um piscar de olhos, os três saíram correndo atrás dos cachorros. Pobre Triana, pobre Sirius.

— Então era isso que vocês estavam escondendo da gente? — Anahí disse assim que ela e Christian se aproximaram.

— Eu jurava que a Candy estava grávida! Ei, por isso aquele dia você estava perto do orfanato?

— Sim, eu havia visitado Ayla. Luna tinha saído de lá chorando naquele dia, por que não queria deixar a irmã.

— Por que vocês não nos contaram? — senti uma mágoa na voz de Anahí, e então eu engoli seco.

— Bom, Christopher me contou sobre a Ayla um dia antes de vocês chegarem a Acapulco, no nosso aniversário de casamento. Ficamos com medo do processo não dar certo e resolvemos passar por isso sozinhos. Eu quis contar muitas vezes, mas aí veio esse rolo todo com o Poncho, não quis parecer mesquinha ou egoísta.

— Dul, está de brincadeira? A última coisa que você é, é egoísta. Você me abriu as portas da sua casa, fez de tudo por mim, me abraçou e me aconselhou como ninguém...

— Você é minha melhor amiga, era o mínimo...

— Não, não era. Você fez por mim o que minha família mesmo nunca se prontificou a fazer. Eu te amo, Dul. Queria ter estado ao seu lado durante esse processo, mas estou muito feliz por vocês. Ayla é adorável. — Anahí me abraçou forte e eu me senti em casa com aquilo. Abraços familiares têm esse efeito na gente.

— Olha, vocês realmente nos surpreenderam. Eu serei o padrinho da Ayla, né?

— Você já é da Luna, quer a Ayla também? — Christopher disse para o irmão.

— Sim, minhas princesas precisam do melhor dindo de todos. — Christian abraçou de lado o irmão e sorriu. — Mamãe está certa, tenho certeza que o papai está orgulhoso de você. Você adotou uma criança com a sua inimiga número um, esse plot twist só ele e tio Fernando esperavam. — Christopher sorriu e se soltou dos braços de Christian, me agarrando em seguida.

— Ti, minha inimiga número um virou o amor da minha vida, o que eu faço? — ele disse brincando e todos rimos.

— Acho que você já fez o suficiente... — ele bateu no ombro do irmão que estava com o olhar fixo em mim.

— Eu amo você, mi Dul.

— Eu amo você ainda mais, mi Chris. — Nos beijamos rapidamente, ouvindo Annie e Christian debocharem de nós ao fundo. Essa família era impossível.

Olhei adiante e pude ver meu pai segurando Ayla no colo, e conversando com ela atentamente, enquanto a pequena prestava atenção no avô e sorria.

Anahí ainda parecia estar abatida por toda a situação que estava vivenciando, mas mesmo assim já estava melhor do que antes. Nada como uma superação ao casamento, mas algo ainda me dizia que não estava correto, e de certa forma, eu sentia falta do meu primo ali com a gente, e sabia que Christopher pensava no mesmo.

Yo Si QueríaOnde histórias criam vida. Descubra agora