Capítulo 73

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Chegamos na casa de Anahí e logo entramos. Manu, assim que viu o pai, pulou no colo dele, dizendo que estava com saudades de Poncho. Impossível não achar fofo.

Christopher também era outro que já estava agarrado nas filhas, era impressionante o que essas meninas faziam com ele.

Aproveitando as distrações dos cinco que estavam ali, puxei Anahí para o lado de fora de sua casa, eu precisava de explicações ou pelo menos uma atualização do que havia acontecido entre ela e Poncho.

— Dulce Maria, você é muito fofoqueira sabia? Tá tendo aulas com o Christian, é? — ela disse assim que saímos, sem eu precisar dizer nada.

— Sim! Você sai por cinco minutos e quando volta tá amiga do Poncho? Anahí, você me deve explicações. — ela suspirou e nos sentamos no banco que tinha ali.

— Eu não perdoei o Poncho pelo que ele fez comigo. Inclusive, eu disse a ele que irei continuar com o processo do divórcio. Nós conversamos e esclarecemos tudo, eu ainda falei que o exame de DNA do filho daquela mulher dar negativo, não muda em nada, até porque ele me traiu, foi abusivo comigo e não dava pra continuar. — soltei o ar que não sabia que segurava e passei a mão no rosto, confesso que estava aliviada por Annie ser tão forte e determinada. — Mas, Poncho é pai, e de dois ainda. Eu não posso privar ele de ver o Manu ou a Mia, de saber sobre eles e ter um tempo com eles, eu não conseguiria ser assim...

— Eu entendo, até porque privar ele de ver as crianças pode afetar mais eles do que o próprio Poncho...

— Sim, Manu sente muito a falta do pai, e eu não queria que Mia crescesse sem essa referência em sua vida. Então, ele concordou em compartilharmos a guarda, Poncho quer ir comigo em meu próximo ultrassom, e eu disse que tudo bem também...

— E como você está? — ela respirou fundo e olhou o horizonte, Anahi amava Poncho, era provável que aquilo estaria machucando ela mais do que era demonstrado.

— Bem, na verdade, me dói muito ver nosso casamento acabar assim, mas é o ideal para o momento. Não acho que algum dia eu deixarei de amá-lo, porém, é aquilo que sempre dizem: existe o amor da sua vida e o amor para sua vida, talvez Poncho não seja para mim. — ela abaixou a cabeça e eu vi algumas lágrimas descerem pelo seu rosto. — Mas sabe, só de termos parado de brigar, ele estar com Manu, já me deixa melhor... — abracei minha melhor amiga e a deixei chorar. Não era fácil vê-la numa situação dessas. — Cuida do sei relacionamento com Christopher, Dul, vocês nasceram pra estarem juntos, não deixe que nada e nem ninguém interfira no que vocês têm. Vocês não sabem a sorte que têm... — Era verdade, eu me sentia a mulher mais sortuda do mundo em ter alguém como Christopher ao meu lado, e por mais que na adolescência implicavamos um com o outro, e dizíamos que nos odiavamos quando casamos, eu sempre senti que Christopher e eu estávamos conectados de alguma maneira, aquilo era lindo de se ver.

— Eu não vou deixar que ninguém interfira no meu casamento com ele, Annie, sabe como eu sou esquentada. — ela riu fraco e me olhou. — Mas eu também sei que você é a mulher mais forte que eu conheço, e que você vai passar por isso também. Às vezes passamos por provas durante a nossa vida, algumas delas não entendemos exatamente o porquê, mas tudo tem um propósito e um objetivo. Pode ser que lá na frente, você e Poncho se reencontre, em um momento melhor da vida. Ou, pode ser que você ache alguém que te tire do chão e te deixe nas nuvens. Talvez agora você não esteja vendo as coisas em uma boa perspectiva, o que é totalmente normal, mas tudo acontece por um motivo, e nós passamos exatamente pelo que temos que passar. Confie no universo, e deixe para seu destino resolver, vai ficar tudo bem... — ela pulou em meu colo me abraçando fortemente e, claro, chorando. Eu sabia que não era fácil passar por um divórcio conturbado daqueles, ainda mais grávida, mas Annie ficaria bem, além de tudo, ela jamais estaria sozinha.

— Você sempre sabe o que dizer, até me assusta. — rimos fraco e eu passei a mão em seu rosto, para enxugar as lágrimas.

— Nem sempre eu e Christopher vivemos um mar de rosas. Eu gostava dele e ele me odiava, algo precisava me confortar, então eu lia muitas coisas assim, e apesar de não demonstrar em público, meu coração se acalmava.

— Você é a melhor amiga que existe, obrigada, Dul, por tudo.

— Não tem que me agradecer, Barbie, estamos pra sempre juntas. — nos abraçamos e passamos a conversar coisas rotineiras, Annie não queria que ninguém a visse assim, então tentei ao máximo distraí-la, para que ela esquecesse o assunto.

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— Conversou com a Annie, mi amor? — Christopher me perguntou assim que entramos no carro e colocamos as meninas, que já dormiam profundamente, nas cadeirinhas. Elas haviam passado o dia brincando com Manu e tomaram banho na casa de Anahí, então estavam exaustas, e eu agradecia por isso.

— Sim, ela vai prosseguir com o divórcio...

— Poncho me disse, e acho que é o melhor para eles no momento, ele não foi um bom marido, muito menos um bom pai... — Christopher era tão sensato que me assustava.

— Sim... — o restante do caminho fomos em um silêncio confortável, e eu passei a pensar sobre tudo que Anahí estava passando, provavelmente não teria metade de sua força para isso.

Assim que chegamos, Christopher pegou Ayla no colo e eu peguei Luna, subimos e apenas colocamos as duas em suas caminhas, sem elas ao menos acordarem.

Seguimos juntos para nosso quarto e resolvemos que seria uma boa tomarmos um banho de banheira juntos. Nossa rotina era louca, mal tínhamos tempo de namorar, então sempre que podíamos, procurávamos aproveitar.

Christopher se sentou, encostando suas costas na beirada da banheira e eu me sentei no meio de suas pernas. Seu pau semi ereto já batia nas minhas costas, e eu já estava excitada desde nosso beijo de mais cedo, mas queria aproveitar ao máximo aquilo, nossos momentos de intimidade não vinham apenas do sexo, mas sim de pequenas coisas como aquela.

Ele deu um beijo em meu pescoço e me abraçou mais forte, sussurrando o quanto eu era linda e o quanto me amava. Eu sabia que aquela situação de Anahí e Alfonso afetava a nós dois, e eu simplesmente não queria que ele tivesse algum medo ou insegurança em nossa relação, e procuraria sempre deixá-lo confortável para que nosso casamento continuasse progredindo.

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