Se eu me concentrei naquela reunião? Por favor, eu sou profissional. E a resposta é não, eu não me concentrei, não sou se ferro e Christopher ao meu lado não me ajudava. Não que ele estivesse me provocando, pelo contrário, ele estava 100% focado, mas só o cheiro dele e a lembrança do que fizemos me deixava atordoada.
Finalmente aquela droga de reunião acabou, me despedi e sai correndo daquela sala, eu precisava de ar e um tempo sozinha, e pra minha sorte, Christopher havia ficado lá conversando ainda. Desci até minha sala e assim que abri a porta, Christian estava ali me esperando, respirei fundo e o olhei, ele estava com braços cruzados e uma cara indecifrável.
— O que foi, Christian? O que faz aqui?
— Annie me disse que encontrou Oliver.
— Vocês não trabalham não? — suspirei e sentei em minha cadeira. — Sim, encontramos aquele nojento.
— Ele não era nojento quando você pegava ele, Maria.
— Mas agora é, acredita que ele quis vir até aqui descobrir se sou mesmo casada? — Christian me olhou e explodiu em uma risada, eu que já estava impaciente, apenas me encostei na cadeira e o esperei acabar.
— Tem que admitir que é difícil imaginar você e meu irmão casados depois de anos se odiando.
— Nunca nos casaríamos se não fosse esse acordo dos nossos pais. — eu disse em um tom mais baixo e Christian entendeu que não estava com um bom humor.
— Se arrepende, Dul? — suspirei e dei de ombros, eu nem ao menos sabia essa resposta.
— Como vou me arrepender de algo que não escolhi? Designaram essa vida pra mim, eu não tinha muito o que fazer, e apesar de ter pensado fugir, alguma coisa sempre me segurava aqui.
— Acha que de certa forma, era meu irmão? — ri pelo nariz sem humor e neguei com a cabeça.
— Meus pais, seus pais, e de certa forma, Christopher teve o mesmo destino que eu, não era justo.
— Isso tudo é uma merda, mas pelo menos vocês estão se entendendo agora. No começo desse casamento, era um inferno ficar perto de vocês dois, era briga o tempo todo.
— A morte do tio Victor mudou muito ele, Christopher mesmo confessou isso. Ele disse que meu padrinho não gostaria que continuássemos daquele jeito, querendo ou não, seus pais sempre tiveram esperanças que esse casamento desse certo e nós nos amássemos.
— Olha, Dul, naquele dia do funeral, eu já percebi que vocês estavam diferentes um com o outro. Talvez uma trégua faça bem, a relação profissional de vocês é ótima, falta cuidar da pessoal, vocês dividem a mesma cama, não deveriam brigar tanto.
— É, eu sei... — suspirei pensativa e Christie mudou de assunto, já que ele estava ali para tratar de coisas da empresa.
Continuamos a conversar sobre algumas ações de marketing que faríamos na empresa com funcionários e clientes, Christian tinha ótimas ideias e sua equipe era extremamente competente, Christopher e eu confiavamos nele de olhos fechados.
Logo ele saiu da minha sala e eu voltei minha atenção para meu trabalho, onde eu mergulhei totalmente de cabeça para não pensar em outras coisas. Quando deu quase sete da noite, Christopher veio me chamar para irmos embora e assim fomos.
O caminho foi em um completo silêncio desconfortável, estávamos tensos e talvez até nos sentindo culpados. Entramos em casa e fomos em direção ao nosso quarto. Tirei meus sapatos e vi Christopher fazer o mesmo, também tirando seu terno e afrouxando sua gravata. Nos sentamos lado a lado na cama e eu suspirei quando Christopher entrelaçou nossas mãos.
— Está tudo bem? Você está muito quieta... — Ele disse quebrando aquele silêncio infernal. Me deitei em seu ombro e respirei fundo.
— Sim, só...ansiosa, talvez.
— Por causa de nós dois? — ergui minha cabeça e o olhei nos olhos, era como se estivéssemos conversando sem utilizar palavras. — Eu também estou assim, não consegui pensar em outra coisa o dia todo.
— E qual conclusão você chegou? — Ele deu meio sorriso e senti uma carícia em minha mão.
— E se fizéssemos um novo contrato entre nós dois? — Franzi o cenho olhando para ele, sim, eu estava perdida. — Um acordo sexual, Dul.
— Tipo nosso contrato de convivência mas para uma relação de sexo casual? — Ele sorriu e assentiu, na verdade não era de todo ruim fazer isso, inclusive poderia ser algo bem positivo.
Saí de perto de Christopher para pegar meu notebook e logo começar a digitar. Isso parecia loucura, eu sei, mas nada nessa relação era normal ou comum, era bom para nossa empresa e para nosso próprio bem, termos as coisas esclarecidas por escrito, e nada melhor que um contrato, éramos muito diplomáticos. Às vezes.
— Ok, por onde quer começar? — Eu disse assim que abri um documento em branco.
— Teremos relações com outras pessoas?
— Eu não tenho, Chris, desde que casamos.
— Então seremos exclusivos, não tenho interesse em mais ninguém também... — Ele disse com indiferença, mesmo parecendo algo a mais.
— Certo... Não transaremos na empresa, não podemos correr riscos ou manchar nossa imagem assim.
— Também acho, mesmo sendo uma pena. — Ele disse com um sorriso malicioso no rosto que me esquentou por completo, realmente era uma pena.
— Outra cláusula, não envolver sentimentos.
— Sim, não se apaixonar é essencial, até porque isso só vai nos atrapalhar. — Um aperto estranho tomou conta do meu peito, mesmo eu sabendo que ele estava certo.
— Sim, temos a empresa, não podemos nos descuidar.
— O que entra no próximo item: camisinha sempre, métodos contraceptivos ou qualquer outra coisa para você não engravidar. Não é o momento, certo?
— Com certeza. Inclusive vou marcar uma consulta no meu ginecologista para garantirmos isso, não se preocupe. — ser mãe era meu maior sonho, mas não nessa relação, não conturbado assim.
— Acho que é isso, e esse contrato fica apenas entre nós dois e Triana, sem envolver os outros, o que acha?
— Melhor, não quero me explicar para Annie e Christian sobre a complicação que nós somos. — Ele assentiu e logo imprimi aquele documento. Após assinarmos e Triana ter registrado sua patinha ali, Christopher me pegou de surpresa me beijando intensamente. Eu demorei a retribuir o beijo, mas logo abri mais minha boca, dando passagem à sua língua, enrosquei minhas mãos em seus cabelos da nuca enquanto ele me pressionava mais contra seu corpo. Quando o ar se fez escasso, quebramos o beijo com alguns selinhos, mas permanecendo com nossos corpos grudados.
— Esqueci de dizer, eu vou te beijar quando tiver vontade, e espero que você faça o mesmo. — O sorriso cretino estava de volta, e é claro que eu jamais negaria isso, só esperava que as coisas ficassem dentro desse contrato pelo menos, já que o primeiro que fizemos foi quebrado.
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Yo Si Quería
Fanfiction+18 | Finalizada | Com a vida praticamente inteira planejada, Dulce e Christopher se conhecem desde crianças mas nunca se gostaram. Por conta dos pais, eles foram obrigados a tomar frente das empresas, se casarem e comandar a Saviñon Von Uckermann j...