Capítulo 55

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— Candy, pode vir aqui um pouquinho? — Christian me despertou dos meus pensamentos enquanto eu ajudava a minha mãe a adiantar o jantar de Natal.

— Mamãe, volto já.

— Não se preocupe, meu bem. — dei um beijo em seu rosto e segui Christian para o quarto que ele estava instalado.

— Christie, o que foi? — perguntei assim que entramos no cômodo. Ele pegou uma sacola que estava em cima da cama e me mostrou. — O que é isso?

— Um teste de gravidez. Fui correndo na farmácia, sem ninguém notar, claro. — Arregalei os olhos e o fitei, será que eu estava pronta pra fazer esse teste? Respirei fundo e fechei meus olhos.

— E-eu não sei se estou preparada pra qualquer notícia relacionada a uma gravidez...

— Dul, quanto antes você souber, melhor. Ou como vai enganar a todos mais tarde quando você tiver que recusar uma taça de vinho? Christopher certamente vai desconfiar. — Bufei soltando todo o ar que segurava e o encarei.

— Que droga! Me dá isso aqui, eu já volto. — entrei no banheiro com as pernas tremendo e respirei fundo. Calma, Dulce, é só um teste, pode dar negativo.

Fiz tudo conforme indicado na embalagem do teste e saí do banheiro. Christian estava sentado em sua cama, mexendo no celular, mas com uma feição nervosa em seu rosto.

— E aí? — Ele perguntou quando notou minha presença no ambiente.

— Tem que esperar uns minutinhos... Você está bem? Me parece tenso. — Ele passou a mão no rosto e olhou para o chão.

— Estou tentando me livrar de um cara que eu conheci pela internet mas ele não sai do meu pé. Ele me persegue, literalmente. Eu já bloqueei diversos números dele, e nada adianta. Ele diz que eu o iludi, quando na verdade eu sempre deixei claro que nossa relação era só sexo.

— Porra, Christian. Não sei nem o que te falar. Por que não ameaça a ir na delegacia? Isso pode intimidar ele, além do mais você pode conseguir uma medida restritiva de proteção.

— Já pensei em fazer isso, mas não queria chegar a esse ponto, entende? — assenti e ouvi meu celular tocar. O teste estava pronto. — Vamos pegar o resultado, gata. Estou com você. — Christian segurou na minha mão e fomos até o banheiro.

— Negativo. — eu disse em um murmúrio. Aquilo era pra me aliviar?

— Candy, tudo bem? — respirei fundo e assenti, lágrimas começaram a brotar nos meus olhos e eu sabia que logo eu começaria a chorar.

— E-eu só... não sabia que queria tanto engravidar novamente. Mas acho que é melhor assim, Christopher e eu temos outros planos e Luna ainda está muito pequena... — eu parecia estar tentando convencer a mim mesma de que assim era melhor.

— Quer que eu te deixei sozinha? Ou chame meu irmão?

— Não, está tudo bem. Mais tarde eu converso com ele. — Ele assentiu e me abraçou forte, me dando um beijinho na cabeça. Christian era incrível.

— Então, lava esse rosto e vamos descer. Nada de tristeza hoje, Maria, é Natal! — Christian amava Natal, mais do que qualquer outro feriado. — Eu amo o Natal! — viu só?

Fiz o que ele sugeriu e descemos para a sala, onde Christopher e Poncho recebiam ajuda de Luna e Manu para decorarem a árvore. Meu olhar se encontrou com o do meu marido de longe e eu sorri, já que sem ele nem saber, naquele momento, ele me passou toda a calma que eu precisava.

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Nossa noite de Natal foi a melhor possível. O clima estava leve e descontraído, não havia mal tempo para ninguém. Comemos, bebemos, conversamos, tudo como uma grande de família. À meia noite, nos felicitamos e optamos por trocar os presentes apenas na manhã seguinte, já que Luna e Manu já dormiam.

Christopher e eu resolvemos nos recolher e subimos para nosso quarto, já que estávamos cansados e já era mais de uma da manhã. Coloquei uma camiseta dele e o vi tirar sua roupa, ficando apenas de cueca. Um arrepio instantâneo percorreu pelo meu corpo e minha boca secou ao ver o volume ali presente, eu já me sentia quente e sedenta por ele.

— Achei que estava cansada... — Ele disse se aproximando de mim.

— E-eu estou... Você deveria ser mais feio sabia. — passei a mão no rosto, tentando me concentrar melhor. Christopher me puxou pela cintura e grudou nossos lábios em um beijo muito calmo e suave, parecendo que ele explorava minha boca como se algo precioso estivesse ali. Quando o ar nos faltou, quebramos o beijo com alguns selinhos e ele encostou nossas testas, suspirando.

— Feliz Natal, meu amor.

— Feliz Natal, mi Chris. — respirei fundo e me afastei para olhar em seus olhos, acariciei sua bochecha e retomei a falar. — Sabe, eu queria te dar um presente de Natal especial, mas não foi dessa vez... — Ele franziu o cenho e me olhou.

— Do que está falando, Dul? Eu tenho você, tenho a Luna, eu não preciso de mais nada, amor.

— Eu achei que estava grávida. — falei rápido, firme e sem pausa. — Contei para Christian, ele comprou um teste para mim mas... deu negativo. — murmurei abaixando a cabeça e senti ser abraçada por Christopher. — Eu estava com medo antes, achei que não era a hora, mas não sabia que queria tanto outro bebê.

— Calma, mi Dul, tudo vem na hora certa, tudo acontece por uma razão, e nós temos tempo o suficiente pra tentar vários outros bebês. Não chore, pequena, por favor, não chore. — Christopher continuou ali me passando palavras de conforto enquanto eu chorava, e eu nem sabia que precisava chorar por aquilo.

— Estou bem já. Acho que não era pra ser, não é o momento, até por que vamos visitar o orfanato e eu tenho certeza que Ayla é nossa filha. — Ele sorriu assim que eu disse aquelas palavras, com um sorriso iluminado desse, como eu poderia me entristecer?

— Isso! Eu não consigo parar de pensar nela, sabia? É Natal, ela não deveria estar lá...

— Se tudo der certo, como eu acho que vai, ano que vem ela estará com a gente, e ela será muito feliz. Luna vai amar a irmã.

— Será? Ela está tão ciumenta, tenho medo que, de certa forma, isso prejudique ela de alguma forma.

— Luna é ciumenta mas é compreensível, amor, elas são irmãs já, eu tenho certeza que vai dar tudo certo. Agora vem, vamos deitar, estou exausta. — dei a mão pra ele e fomos até a cama. Me aconcheguei em seu peito e inalei seu cheiro masculino, querendo deixá-lo gravado em mim.

— Sabe o que eu acho? Que mesmo a gente adotando a Ayla, podemos começar a planejar ter outro bebê, o que acha? — minha casa vai virar uma creche?

— Podemos, Chris. Acho que agora nem era o momento também, não posso sair do lado de Annie, ela precisa de nós, Manu também, não sei nem o que aconteceu entre ela e Poncho. — suspirei ao pensar nisso, era tudo muito maluco.

— Sim, acredito que tudo vai acontecer na hora que tem que acontecer. E se você tiver que engravidar, com certeza virá no melhor momento de todos. — Ele era perfeito, fala sério.

— Obrigada por estar do meu lado. Eu amo você.

— Te amo, mi Dul. — Christopher deu um beijo em minha testa e logo eu fechei os olhos caindo no sono.

Yo Si QueríaOnde histórias criam vida. Descubra agora