Capítulo 7

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— Christian, quer calar essa boca? A sala do seu irmão é bem aqui do lado, ele vai ouvir, porra. — Christian estava surtando bem na minha frente após eu contar que acabei transando com Christopher, e como sempre, o escândalo estava sendo feito.

— Ok, eu falo baixo. Mas por que você o tratou tão fria, Candy? — suspirei fundo e o olhei, tinha contado a ele que o clima entre Christopher e eu estava estranho, não conseguimos olhar na cara um do outro toda a manhã, e estava começando a complicar na empresa também.

— Eu não sei. Na verdade, eu só o tratei como ele me tratou...?

— Tem certeza?

— Bom, ele foi educado comigo, mas muito breve, não olhou para mim em nenhum momento também, foi estranho, Pollito, eu sabia que não deveria ceder.

— Dulce, você não me contou alguma coisa, não é? — Arregalei os olhos e o fitei, Christian me conhecia com a palma da mão, era muito difícil esconder as coisas dele.

— Depois que transamos, Christopher sugeriu que jantassemos, e estava tudo bem, fomos dormir e quando acordamos, estávamos abraçados, uma das mãos dele espalmada nas minhas costas e a outra me segurando, eu também tinha entrelaçado nossas pernas. A gente acorda no mesmo horário, então foi inevitável não ficar constrangedor. — Ele estava boquiaberto, e se eu não estivesse com tanta vergonha, com certeza estaria rindo.

— Eu sabia que você tava omitindo algo, Dulce Maria. Que babado, Anahí já sabe?

— Não, ela estava em audiência no tribunal. Mais tarde eu conto para ela...O que eu faço, Christian? — Eu estava pedindo socorro sim, por mais que eu não gostasse de Christopher, precisávamos manter o mínimo de educação e boa convivência, pelo bem da empresa.

— Olha, eu só consigo pensar em uma coisa mas você vai me apedrejar.

— Fala, não vou te apedrejar.

— Dá pra ele de novo, Dulce. — Arregalei os olhos estática e o fitei com irritação, essa não era a solução desse problema. — Falei que você não ia gostar...

— Eu não vou dar pra ele de novo, mais velho dos Uckermann, isso está fora de cogitação.

— Foi tão ruim assim?

— Claro que não, foi uma das melhores transas da minha vida. — falei sem pensar, meio que atropelando tudo, e Christian sorriu para mim.

— Então Anahí estava certa antes... Mas não quero falar do desempenho sexual do meu irmão, acredite. — O olhei envergonhada e respirei fundo. — O que me parece é que tem uma tensão grande entre vocês dois, se você não quer transar com ele de novo, desconta em outra coisa.

— Tipo um esporte?

— Sim, por que não volta a dançar? Gostávamos tanto de fazer isso juntos, mas você nunca tem tempo. — Ele fingiu estar magoado e eu sorri para meu melhor amigo.

— Sabe que é uma boa ideia? Eu sinto falta mesmo, acho que poderíamos fazer naquela academia que Anahí, Poncho e Christopher treinam. — Christian iluminou seu rosto em um sorriso e bateu as mãos animadamente, me fazendo rir dele.

— Finalmente minha Candy vai ter tempo pra mim, eu nem acredito que estou vivendo isso de novo, Anahí precisa saber disso agora. — Ele pegou rapidamente seu celular e digitou em nosso grupo, o Annie's Club. Sim, nós éramos o clube da Anahí, quem aguenta essa Barbie? E rapidamente ela respondeu, comemorando e eu tinha certeza, sentia em minha alma, que ela estava dando pulinhos de felicidade.

— Parabéns, Christian, agora eu não vou conseguir escapar disso. — E enquanto eu falava isso, Christopher deu duas batidinhas em minha porta e entrou, com uma cara de interrogação engraçadíssima. — Se eu não conseguir ficar até tarde mais nessa empresa, a culpa é toda do seu irmão, esse fofoqueiro. — Eu disse para meu marido, e ele riu.

— Por que? — Ele não conseguia parar de rir da minha cara de "brava", entre aspas mesmo, eu não estava brava.

— Ele me fez aceitar a voltar para às aulas de dança e contou para Anahí.

— Ih, nunca mais você vai ter paz. — Ele disse rindo e se virou para o irmão. — Parabéns, Ti. — Ti era o apelido de Christopher para Christian. Infantil? Sim, mas eu achava bem fofo.

— Obrigado, vou deixar sua mulher mais gostosa do que ela já é, fique tranquilo. — Christopher olhou para mim com um sorriso malicioso no rosto, revirei meus olhos, provavelmente vermelha de ódio ou de vergonha.

— Não acho que isso seja possível, Christian. — Christopher falou e eu apenas fechei os olhos em negação.

— Dá pras duas bonitas pararem de falar de mim como se eu não estivesse aqui? — resolvi me pronunciar ou eu ia passar mal de vergonha. — Christian, você não tem que trabalhar não, meu amor?

— Entendi o recado, Maria, estou indo, mas te espero hoje para irmos na academia.

— Ah não, hoje não, eu não...tenho roupas, ih cheia de coisa pra resolver também, poxa que pena, não vai dar hoje.

— Você também acha que ela mente muito mal, né? — Christian falou para Christopher que começou a rir.

— Demais. Eu vou pra academia também, Dul, fiquei de voltar para o box, já queria fazer isso essa semana mesmo.

— Ótimo, casal! Amo vocês, até mais. — fuzilei Christian, que saiu correndo da minha sala e suspirei.

— Eu vou matar você, Christopher!

— Qual é, Dul, vai ser bom pra nós dois isso. — O olhei estranhando sua fala. — N-nós dois pessoas, indivíduos, n-não c-como casal. — segurei a risada e o olhei assentindo, era simplesmente hilario vê-lo sem graça.

— Certo...Mas eu realmente estou com preguiça hoje. Que tal se você enrolar Anahí e Christian para mim?

— Não, você está sempre com preguiça, não sei como é gostosa assim.

— Vou levar isso como um elogio à minha genética. — dei um sorriso amarelo para ele e voltei a olhar meu computador. — O que quer?

— Precisamos terminar de analisar aquelas propostas dos fornecedores. — Christopher disse puxando uma cadeira e se sentando ao meu lado. Seu cheiro invadiu minhas narinas me deixando tonta e eu sentia vontade de abrir minhas pernas pra aquele homem apenas com aquela proximidade. Deus, eu precisava dar um jeito nisso.

Yo Si QueríaOnde histórias criam vida. Descubra agora