Capítulo 36

1K 90 78
                                    

Christopher e eu jantamos no clima mais romântico possível, e eu nem sabia que isso era capaz de acontecer entre nós dois, quem via Dulce e Christopher na adolescência, jamais pensaria que chegaríamos nesse ponto.

Após o jantar, resolvemos voltar para o hotel andando, para vermos mais da cidade. Monte Carlo era o lugar mais bonito que eu já tinha acontecido, eu me sentia apaixonada por cada canto dessa cidade.

— Você está quieta... — Christopher disse após um tempo que estávamos andando, eu me sentia cansada, mas ainda não queria parar de andar.

— Eu estava pensando, pensando em como essa cidade é bonita e romântica. Tudo aqui é extraordinário... — Ele suspirou e eu deitei minha cabeça em seu ombro, já que estávamos andando mais lentamente e de mãos dadas.

— Realmente tudo aqui é lindo. Estou feliz de estar aqui, com vocês. Mal posso esperar pra trazer a Luna com a gente. — sorri fraco e passei a mão na barriga, minha bebezinha já era tão amada, já tinha tantos planos com ela.

— Eu também, espero que ela não ache a gente maluco. — Christopher riu da forma que eu falei e beijou minha testa.

— Ela vai achar, eu tenho certeza, mas eu sei que ela vai amar muito a mãe maravilhosa que terá. — abaixei a cabeça e passei a mão no rosto, era a insegurança batendo.

— Não sei quanto a isso, me acho irresponsável. Eu engravidei quando não deveria e... — Ele parou de andar e veio para minha frente, interrompendo o que eu dizia.

— Já conversamos sobre isso, Maria! Pra você engravidar, precisou de mim também, nós dois fomos irresponsáveis. Graças a Deus. Não consigo pensar em momento melhor pra termos nossa bebê. — suspirei e olhei para ele, que mantinha o olhar leve e sereno.

— Acho que você tem razão. Mas, você sabia que eu não sei de nada? Minha mãe vai ter que morar com a gente, vou trancá-la dentro da nossa casa. Ela vai viver em cativeiro mas cuidaremos dela, meu pai vai ter que entender. — Christopher riu mais ainda e me abraçou.

— Dulce, vamos nos sair bem. Talvez nos primeiros dias seja difícil, principalmente por não sabermos a rotina dela, mas depois tudo ficará bem, além disso... — Ele parou de falar assim que ouviu o telefone tocar e um número desconhecido aparecer em sua tela. Christopher respirou fundo e passou a mão no rosto.

— O que foi? — Eu estava curiosa, o espírito de fofoqueira não saía de mim nunca.

— É a Paulina. Eu mandei ela parar de me infernizar mas pelo jeito não adiantou.

— Me deixa falar com ela, eu dou um jeito nisso rapidinho. — Christopher me entregou seu celular e eu aceitei a chamada, colocando-a no viva-voz.

Ucker, finalmente você me atendeu! — que mulherzinha cara de pau.

— Não é o Ucker. — afinei a voz ao chamá-lo por esse apelido, pelo menos ela não tinha roubado o 'Chris' de mim, eu era a única no planeta que o chamava assim, e esperava continuar sendo. — Aqui quem fala é a esposa dele, Dulce. — talvez tenha uma chance bem pequena de eu me lembrar vagamente quem essa mulher era, afinal estudamos na mesma escola, mas ela não era uma imagem clara em minha cabeça.

Ah, olá. Pode me passar para ele, é urgente e pessoal.

— Não, não posso. Ele não tem nada para falar com você querida, e você está sendo inconveniente em atrapalhar nossa segunda lua de mel, pare de nós perturbar. — Eu nunca, em toda minha vida, fui tão direta assim. Mas é aquilo, ninguém mexe com meu homem.

É sobre o filho dele e...

— E ele não tem filho com você. Pare de insistir nessa história maluca só pra tirar dinheiro e paz do meu marido. Estou grávida mas não tenho o mínimo de medo de te enfrentar, ainda mais pessoalmente ou quem sabe numa corte após eu te denunciar por importunação ou danos morais. — Ok, eu não fazia ideia do que eu estava falando. Advogados do mundo todo, me perdoem, o ciúme estava me comendo viva.

Como sabe que Juan não é filho do Uckermann? O menino é a cara dele, e eu tenho certeza que seu fiel maridinho, além de ter pulado a cerca inúmeras vezes, comprou aqueles dois laboratórios para que os testes dessem negativos. — apertei o aparelho em minhas mãos e vi meus dedos ficarem brancos, quem essa aí pensa que é pra me tirar do sério assim?

— Confio em Christopher mais do que você pode imaginar, e o que houve entre nós dois não condiz com o que você está dizendo. — condizia sim mas ela não precisava saber, eu estava cega de ódio, e ele apenas assistia tudo com um sorriso de canto nos lábios. — Além do mais, pelo que eu sei, a idade do seu filho não bate com a última vez que vocês se viram, e eu tenho como provar. Quer continuar essa discussão? Quer mesmo ir afundo com isso? Porque eu juro por Deus e pela minha filha que está em minha barriga, que eu só paro quando você desaparecer. E enquanto isso não acontecer, eu vou tornar sua vida um inferno.

Você era tão sonsa no colegial, quem diria que se tornaria uma bruxa dessas. Eu cansei de ligar, peça pro Uckerzinho me ligar quando puder. — filha da puta, eu vou quebrar essa piranha no meio. — Tchauzinho. — ela desligou o telefone e eu pude ver outras mensagens pulando na tela de Christopher, e ele percebeu o que eu tinha visto.

— Vou ter que lidar com mais mulheres atrás de você? — Ele arregalou os olhos e suspirou.

— Eu não respondo nenhuma delas, Dul. Tem mensagens aí que não são abertas a anos, eu tenho milhares delas não lidas. — assenti e devolvi o celular para ele. — Lembra o que acabamos de conversar? Eu não minto para você, pequena. Não sou capaz disso. Confia em mim, Dul, nunca fomos desconfiados um com o outro. — suspirei e assenti olhando para ele.

— Só é difícil, Chris. Eu nunca tinha reparado o quanto de mulher você atrai. Não dava pra você ser mais feio não? Talvez menos sarado, sei lá, olha o tamanho desses braços, não tem como. — Ele riu e levou suas duas mãos em meu rosto, enquanto olhava em meus olhos.

— Não importa quantas me mandem mensagens, eu não vou responder nenhuma, eu só quero você, princesa. — meu coração poderia ser facilmente confundido com uma escola de samba do carnaval brasileiro nesse exato momento, como ele conseguia me fazer sentir tantas coisas diferentes em um intervalo de tempo tão pequeno?

— Certo, tudo bem. Eu só estou... insegura. Acho que eu não esperava uma situação dessa, ainda mais agora com a Luna entre a gente. — respirei fundo e Christopher se sentou em um murinho, me puxando para sentar em seu colo.

— Me desculpa por te fazer passar por isso, não faz ideia do quanto eu me arrependo de ter agido daquela forma no passado. Mas nosso futuro está bem aí, eu preciso de você, Dulce, mais do que você pensa, e eu sei que você precisa de mim, e não falo isso apenas como pais da Luna, sei que é algo mais forte que apenas uma ligação paternal. Vamos superar isso também, meu bem. — Ele estava certo, e eu? Bom, Anahí estava certa, eu estava apaixonada por ele, e só notei agora. Pisquei nervosa para ele e assenti com a cabeça, acariciando seu rosto.

— Tudo bem, vamos ficar bem, Chris. Eu confio em você, só preciso deixar minha insegurança de lado, ela anda se sobressaindo muito...

— Mas não tem que ser assim, você não tem motivos pra ficar insegura, ok? Eu te prometo isso, pela nossa filha. — Ele ergueu o dedinho dele e eu fiz o mesmo, selando nossa promessa com os dedinhos cruzados.

— Pela nossa filha. — beijamos o local e Christopher me puxou para um selinho demorado.

Yo Si QueríaOnde histórias criam vida. Descubra agora