Capítulo 16

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Ok, sabe como eu sempre disse que minha vida era uma loucura? Eu não estava brincando. Eu juro que só me aparece gente perturbada.

Se lembram da minha primeira e resumida história de quase sexo com meu marido? Pois bem, chegou o momento de contextualizar isso com a minha atual situação.

Flashback on

Cidade do México, 21 de dezembro de 2014.

Hoje era meu aniversário de um ano de casamento com Christopher. Motivos para comemorar? Nenhum. Mas nossos pais exigiram uma festa, para mantermos as aparências.

Christopher era de longe a pessoa mais repugnante que eu conhecia. Praticamente todos os dias ele chegava em casa fedendo a álcool e sexo, não que eu achasse isso ruim por ciúmes, mas sim porque eu tinha que aguentar aquele estorvo me acordando na maioria das vezes.

Naquele dia em especial, eu me sentia mais deprimida que o normal. Toda aquela vida arranjada não era pra mim, eu só queria viajar o mundo com Annie e Christian, fazendo shows e sendo livre. Mas a voz de Christopher me despertou da realidade.

— Vamos, Dulce Maria, nossos pais nos esperam. — Ele disse sem paciência alguma, enquanto eu terminava de arrumar meu cabelo. Suspirei meio alto e senti meus olhos marejarem, me olhei no espelho e vi Christopher bem atrás de mim. — Me desculpe ter sido tão grosso. 

— Você é grosso comigo todos os dias, Uckermann, só...estou sensível hoje. — Ele assentiu e fitou o chão, parecendo envergonhado. — Vamos?

— Vamos.

E assim saiu o casal vinte, que não é casal.

Fomos em completo silêncio o caminho todo até a casa dos meus pais. Dona Blanca e seu Fernando haviam planejado uma senhora de uma festa, muito parecida com a decoração do nosso casamento inclusive, linda, mas totalmente sem noção.

Assim que chegamos, cumprimentei meus pais e meus padrinhos, assim como Christopher. Tiramos algumas fotos de casal, trocamos alguns selinhos e logo fui de encontro aos meus favoritos Anahí e Christian. A noite mal havia começado e eu já queria sumir.

— Candy, está linda hoje! — Annie disse assim que me encontrou.

— Obrigada, eu não queria estar aqui. — Eu disse em um tom sincero mas arrancando risadas dos meus amigos.

— Aí, Dulcinha, já estamos aqui mesmo, só nos resta aproveitar. Vamos comer, beber e dançar, fingir que nada mais existe. Essa aqui tá precisando também. — Olhei para Annie que bufou impaciente no mesmo instante.

— O que aconteceu? — Eu perguntei a ela enquanto caminhávamos lado a lado até o bar.

— O Poncho, de novo. Eu juro que se aquele cretino não fosse seu primo, eu já teria matado ele.

— Vai em frente, não me importo. — Eu estava ácida, por favor, sem julgamentos. — O que ele fez?

— O que ele não fez, né, Dulce Maria? Acredita que transamos em um motel, na manhã seguinte ele foi embora sozinho, sem nem ao menos me acordar, e nem me ligou? — Eu e Christian explodimos em uma gargalhada, meu entretenimento da noite estava feito. — Aquele cretino ainda fez eu pagar o quarto e eu tive que chamar um táxi pra ir embora. Euzinha, com essa cara de fadinha, indo embora de motel de táxi! Imagina a vergonha que eu não passei? — A esse ponto, Anahí havia perdido Christian e eu, já que tudo que fazíamos era rir sem parar.

— Eu já tinha ouvido isso, mas da segunda vez é ainda mais engraçado, obrigado por isso, Anahí. — Ele disse quando acalmou a risada e olhou para a loira, que estava de braços cruzados totalmente irritada.

Yo Si QueríaOnde histórias criam vida. Descubra agora